Conversa inapropriada

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Ele ficou meio assustado com o meu questionamento repentino e despertou um lado mais apreensivo.

— Claro! — disse ele.

— Você conhece o menino que faz dupla comigo na sala?

— Mais ou menos! Ninguém fala muito com ele, porque tem um jeito mais reservado e não expressa sua opinião nas aulas. Tenho até um pouco de medo dele. — disse ele com um ar meio superior.

— Compreendo! Obrigado! Porque tenho que fazer um trabalho e não sei como falar com ele, pois foi super grosseiro comigo quando pedi ajuda. Não consigo me comunicar. Acho que terei de fazer tudo sozinho. Cada um na sua né?! Não quero ser inconveniente. Nunca!

Sorri e troquei olhares com ele.

— Entendo! Bem, boa sorte! Se quiser, pode fazer a análise comigo. O professor não vai se importar se for em trio, acho que não. — disse ele.

— Você é super gentil! Obrigado! Só que preciso me familiarizar com ele, porque o professor disse que preciso conhecê-lo melhor e que irá gostar de mim. Ah! Mais ou menos isso, pois se expressou de forma mais filosófica e não compreendi literalmente o contexto da resolução dele. Mas ok! — respondi com um tom ameno e agradecido.

— Tudo bem! O que precisar é só falar. E aqui, farei uma festa na minha casa para a turma, se quiser ir me diga que tenho convite. Você será muito bem vindo! — ele sorriu.

— Vai ser ótimo! Leve o convite quando puder. Ficarei muito feliz em comparecer e obrigado por me chamar!

Estendi a mão e ele apertou.

— Ok! Combinado então! Bem, vou indo. Já está tarde e temos aula.

Ele me abraçou forte e carinhosamente. Fiquei um tempo deitado no peitoral dele e depois me afastei.

— Isso aí! Vamos indo. — disse eu.

Passamos nossas compras pela caixa e ele me ofereceu carona.

— Não quero ser aproveitador, não precisa. Mas
obrigado pela gentileza! — sorri e demostrei-me agradecido.

— Que isso! Não será incômodo nenhum. Ajudo e te levo em casa sim. Ele pegou uma parte das minhas compras, carregou até o carro e colocou no porta malas.

Olhei para os braços dele, fiquei observando as veias saltarem enquanto estendia as bolsas e pensei:

— Que braço forte!

Entrei no carro e Gabriel ligou o rádio em uma estação de rock. Sorri e disse com veemência:

— Como adivinhou? Eu amo rock!

Ele riu e disse:

— Temos algo em comum então. Sou apaixonado por esse tipo de música!

Conversamos bastante sobre a família dele e a minha, a faculdade e a vida em North East. Ele me deixou em casa, levou as compras até a cozinha e me abraçou. Levei-o até a porta e me despedi, o vi entrar no veículo e sair de re até o início da rua. Ri muito da audácia dele e entrei. Coloquei as compras nos armários e na geladeira, e fui para o quarto me arrumar para ir à aula.

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