O monstro esquecido

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A escuridão exercia um papel fundamental na ornamentação daquele local, as paredes eram marcadas com um hieróglifo diferente e os móveis eram precariamente organizados nesse recinto subterrâneo pequeno. Uma fogueira iluminava com má vontade o ambiente e um espelho feito de diamantes, era a antítese naquele lugar simples e característico.

O ser macabro estava com uma longa capa preta que cobria uma parte do seu corpo, ficando expostas suas mãos queimadas e ossudas. As suas duas cabeças eram monstruosas e assustadoras. As garras eram longas e afiadas. Ele pronunciava uma linguagem estranha, mas de uma forma muito especial, esse idioma fazia sentido para mim e a interpretação foi instantânea.

— Τι κάνεις εδώ; (O que você está fazendo aqui?)

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— Τι κάνεις εδώ; (O que você está fazendo aqui?). — disse ele.

Eu fiquei surpreso com o meu total entendimento acerca da língua, mas não sabia qual era e porque eu compreendia. Porém, tinha certeza que logo eu entenderia o motivo. Então, sorrindo eu falei:

— Κοιμόμουν και σταμάτησα σε αυτόν τον τόπο. Μπορείς να με βοηθήσεις; (Eu estava dormindo e parei nesse lugar. Você pode me ajudar a sair?)

Δεν είσαι μέρος αυτού του τόπου. Η ψυχή σου θα παγιδευτεί εδώ. (Você não faz parte desse lugar. Sua alma vai ficar presa aqui.) — disse ele.

Ele me segurou pelo colarinho da camisa, me levantou e comecei a me balançar com medo do que poderia acontecer.

— Γιατί το κάνεις αυτό; Επιτρέψτε μου να πάνε! Θέλω μόνο να βγούμε από εδώ. (Por que está fazendo isso? Me solta! Só quero sair daqui.) — disse eu com um tom assustado e melancólico.

Ele abriu o tórax dele. Vi seu corpo coberto por feridas e seu coração exposto batendo como um sino em suas esplendorosas badaladas.

Meu horror ia aumentando em progressão geométrica e senti como se minha alma tivesse sido esmagada. O monstro me jogou contra parede e com um baque estrondoso, eu cai e desmaiei.

Desenho do monstro feito pelo artista americano Damon Hellandbrand

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