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– O que você fazia sozinha na boate? – Henrique perguntou, quebrando o silêncio.
– Estava comemorando meu novo emprego. Sou nova na cidade e não conheço ninguém.
– Agora conhece! Parabéns!!
– Sim! Obrigada!!
– Mas por que veio morar aqui?
– Eu morava com a minha mãe, mas ela foi fazer um tratamento médico. Então, tive que vir morar com meu pai enquanto ela está fora. Perdemos a casa, eu não tinha onde ficar. E meu salário não ajudava em nada...
– Ela está doente?
– Não. Minha mãe teve alguns problemas na vida e virou alcoólatra. Então, ela decidiu finalmente procurar uma ajuda médica.
– Eu sinto muito.
– Obrigada.
O silêncio predominou mais uma vez, então decidi ligar o som.
Fui apertando os botões para escolher a rádio, até que de repente começou a minha música favorita para dançar e cantar gritando. Nada mais, nada menos que Daddy Yankee, Gasolina!
– NÃOOO!
Aumentei o som bem alto e comecei a cantar junto.

A ella le gusta la gasolina
(Dame mas gasolina!)
Cómo le encanta la gasolina
(Dame mas gasolina!)
A ella le gusta la gasolina
(Dame mas gasolina!)
Cómo le encanta la gasolina
(Dame mas gasolina!)

Coloquei a cabeça para fora da janela e continuei a cantar.
Eu dançava do jeito que dava e pude ouvir a gargalhada de Henrique.
– CANTA COMIGO!
Ele negou com a cabeça e aumentou mais o som.
Henrique encostou o carro no acostamento e havia somente nós dois ali naquele horário.
Tirei o cinto, saí do carro e fui até sua porta. Puxei Henrique para fora e continuei a cantar.

Zumbale mambo pa' que mi gata prenda lo motore...
Zumbale mambo pa' que mi gata prenda lo motore...
Zumbale mambo pa' que mi gata prenda lo motore...

Comecei a dançar com Henrique no ritmo da música. Ele ria cada vez mais e me puxou de forma que nossos corpos ficassem colados.
– Você é louca.
– Yeah!
Henrique tirou o cabelo do meu rosto, colocou a mão na parte de trás da minha cabeça e me beijou.
Para alcançar melhor sua boca, tive que ficar na ponta dos pés e passei os braços ao redor de seu pescoço.
Ao sentir seus lábios nos meus, senti mil borboletas voando em meu estômago.
Uma de suas mãos estava me puxando ainda mais para ele. Pude sentir um carinho em minhas costas. Sua língua quente acariciou meu lábio inferior como se estivesse pedindo passagem. Seus lábios se moviam em perfeita sincronia com sua língua. Ela fazia movimentos circulares que, aos poucos, foram ficando mais intensos.
Entrelacei meus dedos em seus cabelos castanhos. Me entreguei naquele beijo como nunca havia feito antes.
Nosso beijo passou de lento para intenso e, aos poucos, para algo indescritível. Henrique segurou minha cintura e me apoiou na lateral do carro. Nossos lábios não desgrudaram um segundo sequer e, no fundo, eu não queria que se separassem.
Abaixei meus braços e passei a mão em seu peitoral, que claramente era forte e definido. Abri um botão de sua camisa. Em seguida, mais um.
Henrique gemia durante nosso beijo e se eu não interrompesse aquele momento, seríamos presos por atentado ao pudor.
Separei nossos lábios e Henrique me olhou confuso.
– Me leva pra casa – falei ofegante.
Foi a única coisa que consegui dizer.
Meu corpo havia despertado de uma maneira que nunca tinha acontecido. Era como se meu corpo tivesse ressuscitado depois de décadas adormecido.
Henrique me segurou pela cintura e me levantou com facilidade, me sentando no banco do motorista. Me arrastei para o lado passageiro e Henrique entrou no carro em seguida.
Ele deu partida e segurou minha mão, dando um beijo nela. Eu era mole demais ou estava bêbada demais, mas aquele pequeno gesto me deixou derretida por dentro.
Fizemos o fim do percurso em silêncio. Eu me esforcei muito para não dizer alguma bobeira e estragar o clima.
Chegamos em um conjunto de casas chiquérrimas. Provavelmente o bairro mais caro da cidade. Henrique apertou o botão de um controle que estava preso no carro e o portão de uma casa gigante abriu.
Henrique gostava de tudo grande pelo jeito. Sorri com a ideia.
– O quê? – Ele perguntou curioso.
– Tudo seu é grande! – Falei, balançando as mãos ao redor.
– Você não viu nada, Amora!
Henrique simplesmente saiu do carro, me deixando com cara de chocada.
Ele abriu minha porta e segurou em minha cintura para me ajudar a descer. Sorri com sua atitude e ele me deu um selinho em resposta.
Com meus sapatos em uma mão, Henrique segurou a outra livre e me levou para dentro de sua casa. Realmente ele tinha razão. Eu não tinha visto nada!
A sala de estar era enorme, com um sofá enorme, uma televisão enorme e tudo enorme. Me questionei se estávamos em Itu.
– Gostou?
– Sim! Tudo grande! – Falei rindo.
Henrique riu e tirou a camisa, indo em direção ao bar que havia em sua sala. Ele de regata foi a visão mais linda que vi nesses últimos anos.
Mesmo sem ver o resto, eu já imaginava o que estava por vir.
– Pra quê você vai em uma boate, se tem um bar em sua casa?
– Se eu não tivesse ido não teria conhecido você!
– É! Seria uma pena pra você! – Falei rindo e Henrique me entregou um copo com um líquido rosa dentro.
– Isso tenho que concordar plenamente.
Revirei os olhos e tomei um gole do líquido colorido. Parecia um licor de cereja extremamente refrescante.
Tomei de uma vez o líquido do copo e fui até Henrique. Ele era gostoso demais para perder tempo.
Me aproximei dele e colei meus lábios nos dele, que sorriu. Henrique se afastou e me jogou nos ombros como um saco de areia e subiu as escadas brancas indo em direção ao seu quarto.
Henrique me colocou na cama e eu aproveitei para olhar ao redor. O quarto era maior que a sala toda.
Por um momento, cheguei à conclusão de que ele ocupava o andar de cima todo.
– Gostou?
Henrique perguntou, tirando o tênis e me encarando estatelada na cama.
– Quero ver o principal.
Henrique franziu a sobrancelha e apontei para o meio de suas pernas com o pé. Ele fechou os olhos e começou a rir.
– Você vai. E eu também!
Henrique deitou em cima de mim e eu aproveitei o momento e passei minhas pernas ao redor de sua cintura. Segurei a barra de sua regata e puxei para cima, me livrando daquele empecilho.
Empurrei Henrique para longe de mim e fiquei de boca aberta com seu físico.
– Gostou? – Ele perguntou rindo.
Quanto mais ele sorria, mais eu queria devorá-lo todinho.
Me sentei na cama e levantei os braços para que ele tirasse minha blusa. Eu estava usando um sutiã meia taça branco e agradeci aos céus por ter lembrado de fazer uma depilação completa.
Henrique segurou meus seios com as duas mãos e falou sério pela primeira vez.
– Preparada?

Delicioso (Des)Conhecido (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora