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Henrique

Quando Sarah me falou que sabia sobre eu e Amora, e que a havia demitido, quis matá-la pelo telefone.
Depois que expliquei diversas vezes o que tinha realmente acontecido, Sarah percebeu o grande erro que cometeu. Ela disse que depois que ficou sabendo da verdade por mim, foi à procura de Amora, mas não a encontrou.
Ela falou com Lucila, que disse que o pai de Amora havia descoberto sobre nós dois e que a teria expulsado de casa.
Lucila disse que Amora voltaria para a cidade dela e que, depois disso, elas perderam contato. Disse também que nunca mais falou com Amora depois daquele dia.
Liguei diversas vezes para Amora, mas acho que seu número foi transferido para outra pessoa, pois quem atendia era sempre o mesmo senhor.
Depois que voltei para o meu estado, fui assaltado e tive que bloquear meu número, pois havia sido clonado.
Nesse assalto, perdi meu notebook, meu celular e minha agenda, onde eu tinha o número de Amora também anotado. Eu estava como um cego em tiroteio.
Encontrar Amora seria uma missão difícil, mas eu não desistiria tão cedo.

• • •

Se passaram dias, semanas, meses e anos sem que eu soubesse onde Amora morava.
Quando cheguei aos três anos de busca, aceitei que Amora estava melhor sem mim. Eu havia partido e a deixado passar por tudo aquilo sozinha. Era para eu estar ao lado dela quando seu pai fez aquela monstruosidade. Era para eu defendê-la e cuidar dela depois daquilo tudo, mas eu não estava lá.
Abrir mão de Amora era a coisa mais difícil que já tive que fazer em toda a minha vida e fazer aquilo novamente me quebraria por completo. Então, contratei um investigador como minha última alternativa.
Oliver me ligou de madrugada com o possível endereço de Amora. Ela vivia em um bairro simples de São Paulo.
Não pensei duas vezes antes de ir procurá-la. Fui direto do aeroporto para seu endereço. Assim que o táxi estacionou do outro lado da rua, pude ver Amora saindo de casa. Ela estava ainda mais linda do que eu lembrava.
Ela deu tchau para alguém na janela de casa e entrou em um carro que estava estacionado. Dentro dele havia um homem que a cumprimentou com um beijo na boca. Amora sorriu com o gesto e o carro saiu em partida.
Permaneci parado ali por um bom tempo. Me culpei e me amaldiçoei por ter ido embora. Desejei voltar no tempo e mudar tudo o que aconteceu. Desejei que Amora não gostasse dele. Que voltasse para casa e me visse aqui, esperando por ela. Ao mesmo tempo, desejei que ela fosse feliz. Que ela encontrasse alguém que cuidasse dela como ela merecia.
Nesse momento, senti pena de mim. Pena por ter sido fraco, pena por ter ido embora e pena por ter perdido a mulher da minha vida.
Pedi ao taxista que me levasse de volta ao aeroporto. Não era justo eu interferir na vida de Amora mais uma vez. Ela havia se reerguido e eu não a atrapalharia, mesmo que isso custasse o amor que sinto por ela. Amora foi e sempre será o amor da minha vida.

Delicioso (Des)Conhecido (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora