-Mas o que?... - Soltei ao ver de quem realmente era.
Samuel? Mas o que ele estava fazendo me mandando mensagens aquela hora da noite?
Bati a mão na cabeça ao lembrar as últimas do Diego, ele tinha dito que eu devia pedir ajuda ao amigo, e ele mesmo o fez. Respirei fundo, não sabia se aceitava ou não a ajuda. A questão era que:
1º Eu realmente precisava, e não podia me dar o luxo de deixar de fazer aquilo. Mas,
2º Eu mal o conhecia para ir logo pedindo favores.
3º Era terrivelmente constrangedor e a ansiedade já começava a aparecer. E por último mas não menos pior:
4º Eu nem sequer gostava dele, nem um pouco.
Escolhi a pior opção e, com a menor vontade de fazer qualquer coisa, respondi a mensagem inoportuna.
"Oi Samuel, obrigada! Mas não quero ser incômodo, já está bem tarde, e você deve estar querendo dormir. O seu amigo com certeza falou bobagens."
"O horário não é problema. Sério, não é incômodo, ficarei feliz em ajudar. Sabe usar Skype? Não uso muito mas acho mais fácil conversarmos por lá. O Diego disse que você realmente estava precisando de ajuda, então se for preciso eu ajudo sem problemas."
Afundei o rosto num travesseiro com a maravilhosa sensação de que eu era uma grande babaca. Ainda assim, a educação dele continuava a ser provocativa.
Fechei a porta com medo dos meus resmungos acordarem minha amiga que provavelmente já dormia, com razão, já que se passava da meia noite. Não parava de pensar em como ele realmente queria me ajudar se eu tinha sido extremamente rude com ele na última vez em que nos vimos. Ou o Diego tinha o obrigado, ou ele era uma pessoa muito gentil. Ou só burra mesmo.
Poucos minutos depois da ultima mensagem, um clique decisivo e lá estava ele na tela, sorrindo. Sorri de volta, e não pude deixar de reparar em como ele estava diferente de como costumava vê-lo. Não tinha o cabelo bem arrumado como de costume, ou o rosto com uma alegria estampada, nem usava alguma daquelas blusas de um estilo diferente, mas sim um Samuel com cachos despenteados, uma camiseta branca com jeito de confortável e olhos cansados, mas acompanhados de um pequeno sorriso que parecia sincero.
Ele acenou de forma discreta e acenei de volta também. Continuei pensando em como o preferia daquela forma: Simples, mas real.
-Bom, o Diego falou que você precisava fazer um trabalho da faculdade, é isso?- Ele começou a conversa com uma alegria branda.
Consegui não ser tímida o suficiente para dizer sobre o vídeo que tinha que ser feito, e aparentemente, para ele, era algo extremamente fácil de fazer. Ele explicava passo a passo de cada coisa que eu deveria fazer, ensinou todos os comandos, e conseguia fazer aquilo ser algo divertido ao mesmo tempo. Percebi que não era difícil rir na sua companhia, tanto que não deixei de sorrir por mais de 5 minutos durante o tempo todo.
Ele contava uma história sobre uma viagem com amigos enquanto eu colocava em prática tudo que tinha aprendido, não era fácil escolher entre focar a atenção em artigos tão compridos que eu lia ou nele, já que a segunda opção era tão mais agradável que tive a vontade de desistir daquilo tudo.
-Então nós...- Ele tentava não rir enquanto falava, quando se interrompeu. - Ah, espera, um segundo. Me esqueci de algo!-
Minha atenção voltou a ele quando o ouvi dizer isso e se levantar, sair do quarto e voltar segundos depois com uma enorme pasta.
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Samantha
RomanceSamantha não acredita em paixões incondicionais, amor a primeira vista ou almas gêmeas. Desde que foi obrigada a enfrentar velhos sentimentos e viver novas experiências sozinha, a última coisa que a machucava era a solidão. Seu foco e suas certezas...