Embati contra a porta e fui amparada quando ia cair para trás. O Ryan apanhara-me a escassos centímetros do chão. Tinha um joelho no chão e suportava o meu peso maioritariamente sobre um único braço. O seu rosto estava próximo do meu e o meu coração disparou. Desviei-me rapidamente e alisei a roupa nervosamente.
-Obrigada. -Sussurrei.
Ele permaneceu em silêncio em pé à minha frente. Parecia ligeiramente embaraçado e isso ainda me deixava mais nervosa.
-Começou uma enorme tempestade. -Disse ele ao fim de alguns minutos.
-Podes ficar cá em casa até passar. -Ele sorriu e apaixonei-me pelas suas covinhas.
Caminhei até à sala com ele atrás e quando me sentei no sofá, tudo ficou escuro. Um ruído seguido por ele a praguejar fizeram-me rodar no sofá.
-O que aconteceu à luz? -Perguntou ele quando conseguiu chegar ao pé de mim com a luz do telemóvel.
-Acho que foi a trovoada...
Ele sentou-se ao meu lado. Devido à falta de eletricidade o fraco aquecimento da casa não funcionava e a casa começava a gelar. Tremi de frio.
-Temos de nos aquecer... Ilumina o caminho até à lareira, por favor. -Ele levantou-se e, à minha frente, iluminou o caminho até à pequena lareira no meio da sala.
Sentei-me à sua frente e acendi-a. A sala tornou-se imediatamente mais iluminada e o calor fez-se sentir. Ele sentou-se a meu lado e permanecemos em silêncio tentando aquecermos-nos.
Algum tempo depois já me sentia melhor.
-Roupas de homem...
Andava à procura de antigas roupas do meu pai para o Ryan devido as dele estarem molhadas e frias da neve. O grande problema era que não encontrava nenhumas. Não havia luz há três horas e iluminava o meu caminho com uma pequena vela. Peguei numa velha camisa e numas calcas de malha e saí do velho quarto de arrumações. Era difícil adivinhar o caminho com a pouca luz da vela.
Aos tropeções cheguei ao meu quarto. O Ryan tomava banho na minha casa-de-banho. Desejava que ainda houvesse água quente armazenada, devido a eu ter tomado banho primeiro. Entrei no quarto e pousei a roupa em cima da cama.
-Amanda, estas aí?
Virei-me para lhe responder e deparei-me com a porta da casa-de-banho aberta. Envergonhada, voltei-me outra vez. Apenas a cortina da banheira separava a minha visão do corpo nu dele.
-Sim! -Gritei por cima do ruído da água e da tempestade lá fora.
-Posso usar a tua esponja?
-O quê? -Murmurei sozinha.
A imagem da minha esponja a percorrer o seu corpo surgiu na minha mente. Senti as faces arder e desviei esses pensamentos.
Ele parou a água e ouvi a cortina rolar.
-Sim! -Gritei-lhe de costas. -Mas vê lá onde a passas!
-Só no meu maravilhoso corpo, prometo!
Ri-me e peguei novamente na vela.
-Estou lá em baixo! -Avisei por cima do barulho da água a correr.
-Ok! -Respondeu ele.
Desci até à sala e apaguei a vela. Sentei-me à frente da lareira quentinha. Estive a aquecer-me durante alguns minutos até ele descer as escadas.
A camisa ficava-lhe larga e as calças curtas, mas mesmo assim ele era atraente. Trazia o cabelo mal penteado e molhado que o fazia irresistível. Apercebi-me que olhava para ele pasmada e envergonhada olhei para as chamas a consumirem a madeira. Ele sentou-se ao meu lado e esticou as mãos para as aquecer.
-A água estava fria, sabes? -Olhei-o pelo canto do olho. -Usaste-a toda. -O tom dele não era acusador, mas brincalhão.
-Desculpa. -Sussurrei.
Ele riu e eu sorri perante as suas covinhas. No exterior ele parecia arrogante e frio, mas quando ele se abria tornava-se um rapaz querido e maduro, para além de muito fofo.
-Isto não teria acontecido se tivéssemos tomado banho juntos.
Corei e abaixei a cabeça. Ele bateu com o seu ombro no meu levemente e quando o olhei ele riu um pouco corado também pelo calor do fogo.
-Onde vais dormir? -Perguntei alguns minutos depois.
Ele encolheu os ombros pousando os cotovelos nos joelhos.
-Acho que vou dormir em frente à lareira. -Sorriu de lado. -Está um gelo longe daqui...
Assenti.
-Ok. Tens cobertores naquele armário. -Apontei para um pequeno armário perto do sofá. -E tens almofadas no sofá.
-Obrigado.
-De nada. -Sorri e levantei-me. -Eu vou dormi. Até amanhã.
Acendi a pequena vela.
-Até amanhã.
Com a pequena vela na mão direita subi para o meu quarto. À medida que me afastava da lareira e do Ryan sentia mais frio. Após 10 minutos a tentar aquecer-me debaixo dos lençóis tremia freneticamente. Depois de muito debater-me, levantei-me e com a vela quase apagada desci cuidadosamente as escadas. Nos últimos degrau o meu pé vacilou no vazio e caí para a frente ruidosamente.
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Amuleto de Azar
Teen FictionA vida de Amanda nunca foi fácil e ultimamente as coisas têm piorado. Será mesmo a maldição que a sua mãe a acusa de possuir ou é simplesmente azar? Mesmo depois de um truque do destino será Amanda forte o suficiente forte para continuar a lutar? De...