Acordei com os raios de sol a inundarem o quarto. Era o dia em que a minha mãe ia voltar para casa. O nervosismo fazia-me doer o estômago.
Lancei os pés para fora da cama e levantei-me. Arrastei-me até à casa de banho do outro lado do corredor. Bati à porta e uma voz surgiu do outro lado.
-Já saio! – Reconhecia a voz dele em qualquer lado.
Olhei para o pulso, ainda estava lá a nossa pulseira. Há três dias que não a tirava. As coisas pareciam correr melhor quando a tinha. Talvez o meu azar estivesse a acabar…
A porta à minha frente abriu-se e eu saltei assustada. O Ryan ria-se. Trazia o cabelo molhado e as calças vestidas. Senti-me corar ao olhar para o seu peito.
-Estás um desastre. – Ele despenteou-me e saiu da casa de banho enevoada.
Vi-o andar descontraidamente até ao seu quarto. Entrei na casa de banho e percebi a que ele se referia. O meu cabelo estava despenteado, o meu rosto inchado pela noite mal dormida e a minha expressão era cansada. Fechei a porta e preparei o meu banho.
Quando já estava pronta desci e encontrei todos na sala de jantar a tomarem o pequeno-almoço.
-Bom dia.
A Caitlin olhou-me e continuou a barrar a sua torrada com doce.
-Bom dia! – Respondeu a June alegre.
Sorri-lhe e ela saltou da cadeira.
-Hoje vamos buscar a tua mãe!
-Vamos? – Perguntei.
Pensei que ia sozinha visto que são férias e todos devem querer relaxar.
-Achas que ia deixar-te ir sozinha? – Perguntou o Ryan aproximando-se.
-Pensei que tinhas alguma coisa para fazer…
Ele negou e sorriu.
- Anda, eu conduzo. – E saiu com a June atrás.
Não voltei a olhar para a mesa onde a Caitlin e a Ellen tinham ficado, não queria ser a vítima idiota que se sujeitava aos seus olhares assassinos. Peguei no meu casaco e no meu cachecol e corri atrás deles.
A viagem até à clinica foi longa, silenciosa e degradante para as minhas unhas. Os nervos e a ansiedade tomavam conta de mim. Será que a minha mãe está bem? Está curada? Não vai recair?
A clinica era clara e silenciosa. Silenciosa demais para uma tarde solarenga…
A enfermeira conduzia-nos até ao quarto onde a minha mãe nos aguardava. As postas ao longo do corredor estavam fechadas e eu perguntava-me o que se passava lá dentro, o que aquelas paredes tinham visto. A única cor diferente era a dos números negros sobre as portas.
A enfermeira parou e abriu uma das portas revelando um pequeno quarto com uma cama e uma mesinha de cabeceira. O branco inundava o quarto e a luz amarela no tecto fazia doer-me os olhos.
Uma figura alta e magra estava sentada na cama.
-Mãe? – Chamei e ela virou-se.
O seu cabelo tinha crescido muito no último mês e o seu rosto já não era pálido como ainda me lembrava. Os seus olhos brilhavam quando me encontravam. Ela levantou-se energeticamente da cama e correu até mim.
-Amanda. – Abraçou-me. – Que saudades, filha.
Ainda me custava acreditar que ela estava sóbria e ciente do que realmente acontecia. Aquela não parecia a minha mãe. Simplesmente não conseguia ver a minha vida dali para a frente.
-O meu amuleto de azar! Sabe, enfermeira, esta minha filha sempre atraiu problemas. -O meu coração começou a bater acelerado.– É um íman. – Ela fitou-me e senti os meus olhos ameaçaram chorar. – Acho que Deus a fez assim para que ela tivesse a certeza de quem realmente a ama. No bem e no mal. Foi por isso que lhe dei o nome de Amanda. Sabe o que significa? – A enfermeira sorriu e negou. – Digna de ser amada. É esse o seu significado. Eu amo-te, querida.
Ela beijou-me a testa e eu senti que era irreal. As lágrimas correram pelo meu rosto e o meu coração saltou no meu peito.
-Também te amo, mãe.
Senti os seus braços rodearem-me e só consegui sorrir perante a minha nova mãe.
A ideia de ter a minha mãe na casa dos Styles parecia errada. Não sei como a minha mãe vai reagir à Caitlin e à Ellen. Apesar de ter adorado a June, a sua família é muito diferente. E se alguém conta que eu e o Ryan namoramos? Supostamente?
-És muito parecida com a Amanda quando ela era mais pequena. – Dizia a minha mãe no nosso meio no banco de trás do carro. – Ela teve que crescer muito depressa por causa dos meus erros e com sete anos ela já cuidava dela própria, de mim e da casa. – O Ryan sorria-me pelo retrovisor. – Nunca deixou que nada de mal me acontecesse ou que a casa ficasse suja. – Ela sorriu-me e eu sorri-lhe de volta.
Ela parecia que tinha ultrapassado os últimos anos e que queria que as coisas fossem diferentes agora. Só espero que o meu azar tenha mesmo ido embora…
Quando chegamos à casa dos Styles a minha mãe já me tinha elogiado mais de 10 vezes e contado toda a minha infância. Saí do carro e suspirei. Parecia que o ar frio era libertador. O Ryan saiu ao meu lado e deu-me um pequeno empurrão. Sorri-lhe e seguimos a empolgada June para dentro da casa. A minha mãe juntou-se a nós e mandou-nos um sorriso.
-Tenho uma fome. – Queixou-se o Ryan.
A viagem tinha sido grande e já era quase hora de jantar. Entramos e o Ryan desapareceu logo em direcção à cozinha. Poucos segundos depois ouvi a Mary queixar-se dele. Sorri perante a correria dele a sair da cozinha.
-Anda! – Disse a June puxando a minha mãe para a sala.
Quando entrei avistei a Ellen e a Caitlin no sofá e os seus olhares caíram logo em cima da minha mãe.
-Esta é a tua mãe? – Perguntou a Ellen levantando-se do sofá.
Assenti e ela aproximou-se da minha mãe a sorrir.
- Prazer em conhece-la.
Fiquei surpreendida pela recepção da Ellen até me lembrar que apesar de tudo ela era educada e não ia tratar mal a minha mãe após saber que ela tem problemas de saúde.
A Caitlin levantou-se e cumprimentou igualmente a minha mãe. A conversa entre elas logo começou e eu rezei que elas não tratassem a minha mãe como me tratavam a mim.
[N\A: Peço desculpa por nao publicar ha muito tempo mas tem sido dificil arranjar tempo e inspiraçao para escrever esta historia... Espero que continuem a gostar. A historia está quase a acabar, so faltam uns 4 capitulos, mais ou menos, por isso nao deixem de ler!! O fim vai ser surpreendente!! Obrigada pelas leituras e votos!! Continuem a dizer-me o que acham!! Boas leituras!! I'm Out. Have fun!! ]
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amuleto de Azar
JugendliteraturA vida de Amanda nunca foi fácil e ultimamente as coisas têm piorado. Será mesmo a maldição que a sua mãe a acusa de possuir ou é simplesmente azar? Mesmo depois de um truque do destino será Amanda forte o suficiente forte para continuar a lutar? De...