Capítulo 39

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(Em primeiro lugar peço desculpa por ter "desistido" desta história por tanto tempo, foi difícil arranjar tempo para escrever e ainda é, mas estou decidida a acabar a história e escrever os últimos dois capítulos planeados! Desde já peço desculpa se a minha forma de escrever mudou, mas faz dois anos que não escrevo esta história....  Obrigada por esperarem e aqui está o penúltimo capítulo da história, espero que gostem!)

Quando me virei os meus olhos encontraram-se com uns verde brilhantes. A minha mãe levantou-se para os receber e eu segui-a. O Stefan cumprimentou-nos com dois beijos e a June com um mega abraço. A Ellen apenas se sentou com a mesma expressão de celebridade. O Ryan deixou-se ficar para último e cumprimentou a minha mãe com dois beijos na face. Quando ele parou à minha frente o meu coração disparou. Tinha passado tão pouco tempo e senti a falta dele em todos os meus ossos. Ele deu-me um beijo na testa e sentou-se na mesa ao meu lado.

-Ainda bem que combinamos este jantar, Suse. – Disse o Stefan.

Eu continuava a questionar-me por que é que a minha mãe combinou um jantar com a família do Ryan.

- O meu maior motivo para vos ter aqui é para vos agradecer por terem tomado conta da minha Amanda quando eu não podia. – Os olhos dela estavam a ganhar demasiada emoção e ela falava principalmente para o Stefan. – Espero um dia poder retribuir tudo o que fizeram por nós.

Os olhos dela brilhavam de emoção e agradecimento, enquanto o Stefan apenas sorria.

Eu não conseguia conter o nervosismo de finalmente estar ao lado do Ryan. As minhas mãos tremiam, então prendias entre as pernas. Ele estava sentado normalmente ao meu lado, como se a minha presença não o incomodasse de todo.

Afastei esses pensamentos e tentei concentrar-me na conversa que acontecia à mesa. O jantar foi animado e delicioso, mas sem uma única palavra do Ryan. Começava a questionar-me se ele continuava zangado com a minha decisão. O que é que ele esperava? Que fizesse a minha mãe morar sozinha enquanto continuava a viver na casa dele?

Pedi licença e levantei-me para ir à casa de banho. Sentia as pernas fracas quanto me levantei, mas logo arranjei forças para caminhar pelo restaurante até à casa de banho das senhoras.

Por sorte, a casa de banho estava vazia então pude encostar-me ao lavatório e acalmar o meu nervosismo. O meu reflexo fitava-me nervoso no espelho brilhante. Os meus olhos estavam brilhantes e o meu rosto rosado. Lavei a cara com água fria e respirei fundo três vezes antes de sair da casa de banho.

O ruído do restaurante abraçou-me assim que abri a porta. Risos, conversas animadas e muitos olhares brilhantes por todo o lado. Mesas redondas com toalhas vermelhas e decorações de natal por todo o lado.

Quando voltei à mesa, a conversa ainda continuava. A minha mãe contava algo animado que eu nunca ouvira. A Ellen mantinha o seu olhar de superior e desinteressada e sorria levemente quando notava que alguém a mirava. A June parecia animada com a sua comida e o Ryan comia silenciosamente. Sentei-me ao seu lado e evitei olha-lo para que ele não notasse o meu nervosismo.

No final do jantar o Stefan insistiu em pagar toda a conta, apesar dos protestos da minha mãe. Todos nos levantamos e vestimos os casacos quentes. Continuava a nevar lá fora e as temperaturas eram cada vez mais baixas. Ficamos um pouco debaixo da neve enquanto a minha mãe, o Stefan e a June riam e conversavam. Eu e o Ryan continuávamos em silêncio.

No final a minha mãe despediu-se e encaminhou-se para um táxi próximo. Eu despedi-me dos restantes quando o Ryan me amarrou no braço.

- Eu levo-a a casa. – Ele disse à minha mãe.

Surpreendentemente ela sorriu e entrou no táxi sem dizer mais nada.

Caminhamos para o seu carro enquanto o carro do Stefan saía do estacionamento. Mal entramos no carro ele ligou o aquecimento e eu pude parar de tentar aquecer as mãos que tremiam, mas não por causa do frio.

Ele não disse nada por uns longos minutos.

- Porque é que quiseste levar-me a casa, se não vais dizer nada? – Perguntei farta de esperar uma reação dele.

- Estava a pensar que querias passar algum tempo comigo, afinal não nos vemos à dois dias.

Ele continuava a olhar em frente sem olhar para mim nem um momento enquanto falava.

- Então porque é que não falaste durante todo o jantar? – Perguntei fitando a neve cair no vidro da frente do carro.

- Parecias estar a divertir-te, então não quis interromper. – A sua voz saía forçada. – Mudaste bastante em dois dias.

- Mudei? – Perguntei confusa.

- Antigamente não usavas roupas assim.

Usava um vestido preto com meias pretas e pequenos botins, com um casaco quente por cima. Nunca tinha usado aquele vestido desde que o comprara quando era mais nova.

Ri-me e ele finalmente olhou-me.

- Isto tudo por causa da minha roupa?

Ele mirou-me com os seus olhos verdes brilhantes.

- Se não sabias com quem ias jantar, porque é que usaste essa roupa?

Sorri-lhe.

- Tinha esperança de te encontrar.

Ele sorriu e desviou o olhar sem resposta.

- Ficaste mais atrevida também.

Voltei a sorrir sentindo-me corar.

- Não fiquei nada. Tu é que não me ligaste durante este tempo todo. – Disse mudando o assunto.

- Pensei que querias tempo com a tua mãe. – Ele fitou-me com o rosto preocupado. – Como é que vão as coisas com ela?

- Bem.

Bem não era a resposta que eu queria dar. A minha mãe parecia uma estranha completamente diferente da mãe que eu sempre conhecera. Se ela era sempre assim animada quando conheceu o pai, percebo porque é que ele se apaixonou por ela.

- Só bem? – Ele questionou-me.

- Ela está... diferente.

Ele fitou-me preocupado e ligou o carro.

- Talvez devesses tentar conhece-la melhor, ela é a tua mãe afinal de contas.

Ele sempre dava bons conselhos.

O rádio começou a tocar músicas de natal e mantivemo-nos silenciosos até chegarmos à frente da minha casa. Quando ele desligou o carro saímos para o frio da noite. Ele parou no passeio e parei ao seu lado. Mantinha as mãos nos bolsos do casaco enquanto eu tentava aquecer as minhas.

- Senti saudades tuas. – Ele disse enquanto se aproximava e pegava nas minhas mãos com as suas quentes.

Eu não disse nada e apenas aproveitei a sensação de o ter ali à minha frente a segurar nas minhas mãos geladas. 

Amuleto de AzarOnde histórias criam vida. Descubra agora