-O que é que vocês os dois estão a fazer? - Continuava a Ellen furiosa.
-Mãe, somos namorados e estas coisas são normais. - Justificou o Ryan calmamente.
-Normais? Vais casar com a Caitlin! - Ela gritou. - Enquanto estavas aí com essa... rapariga, a Caitlin estava no meu quarto a chorar por ti!
Vi o Ryan cerrar os punhos.
-Mãe, já lhe expliquei que sou que vou escolher com quem vou namorar e casar, não a mãe! - Ele retorquiu. - E a Amanda não é uma rapariga qualquer!
Senti-me mal por ser novamente o motivo da discussão deles. Mas o Ryan tinha razão, a mãe tinha de deixar de ser tão autoritária e de tomar as decisões pelo filho.
A Ellen manteve-se calada e furiosa. Deu meia volta e voltou para o andar de cima.
-Estás bem? - Ele perguntou.
Assenti corando ao lembrar-me do que estávamos a fazer, ou prestes a fazer.
-Desculpa fazer-te passar por estas cenas de família.
-Tudo bem. A culpa é minha.
Ele puxou-me para um abraço.
-Isto não é nada comparado com o que eu faria por ti.
Abracei-o de volta. Como é que ele conseguia dizer-me estas coisas quando tinha acabado de discutir com a mãe? Desta vez, decidi acreditar no que ele dizia.
Acordei com o som do despertador. Levantei-me preguiçosamente da cama e deixei a June a dormir do outro lado. Peguei nas minhas roupas e fui para a casa de banho. Estranhamente estava ocupada visto que eu acordava sempre antes do Ryan para tomar banho. Bati à porta e uma voz feminina respondeu:
-Já saio!
Encostei-me à parede e esperei. Porque é que a casa só tinha uma casa de banho com duche? 10 Minutos depois a Caitlin saiu da casa de banho toda arranjada. Passou por mim e eu entrei na casa de banho. Lá dentro estava tudo desarrumado. Toalhas no chão e na beira da banheira, o estojo de maquilhagem vazio e a maquilhagem espalhada por todo o lado. A minha escova de dentes tinha sido tirado do copo ao lado da do Ryan e substituída por uma rosa choque.
Procurei a minha escova e encontrei-a debaixo de uma tolha usada. Vadia! Podes meter-te comigo mas deixa em paz a minha escova de dentes indefesa!
Lavei-a durante algum tempo e escovei os dentes de seguida. Quando acabei, voltei a mete-la no copo juntamente com as outras duas. Toma!
Entrei na banheira e tomei o meu duche. No fim, vesti-me e saí da casa de banho. Quando saí esta estava mais limpa, mas mesmo assim as coisas da Caitlin estavam espalhadas por todo o lado, o que causou um olhar inquiridor do Ryan que se encontrava do outro lado da porta. Encolhi os ombros e segui para o meu quarto.
Penteei-me e saí do quarto em direção à cozinha. Estavam todos na sala de jantar a tomar o pequeno-almoço por isso, fui normalmente para a cozinha. O Ryan apareceu pouco tempo depois e sentou-se habitualmente à minha frente.
-Bom dia. - Ele disse.
-Bom dia. - Respondi. - O resto da tua família está na sala de jantar.
Ele assentiu e trincou a sua panqueca.
Apenas os ruídos da Mary a cozinhar e a sua alegre conversa se faziam ouvir na cozinha. Pouco tempo depois a June desceu as escadas e juntou-se a nós.
-O que vão fazer hoje? - Perguntou roubando a última panqueca ao irmão.
-Temos aulas. Hoje é o último dia antes do natal. - Respondi rindo.
O Ryan fez um som de agrado com a notícia. Sorri-lhe.
-Ainda tenho de fazer as compras de natal. - Revelou ela.
-Eu pensei em sair amanhã para as fazer. Queres vir? - Convidei.
Ela assentiu contente.
-Vamos os três.
Olhou surpreendida e ele encolheu os ombros.
-Também tenho de comprar a prenda para mim.
-Só compras prenda para ti?
Ambas rimos da revelação do Ryan.
-Normalmente... mas este ano tenho mais duas para comprar.
Eu e a June entreolhamo-nos e rimos.
-Já sabes o que eu quero certo? - Pedinchou a June.
Ele negou enquanto se divertia com a irmã oportunista.
-Eu vou dar-te uma pista! - Ela disse a rir. - Um telemóvel!
O Ryan levantou-se do seu banco e agarrou a irmã pela cintura girando. Ela ria alto e ele também o que também era divertido para mim. Um grito escapou dos lábios da June quando o Ryan a rodou nos braços deixando-a de cabeça para baixo.
A Caitlin entrou na cozinha e começou a rir. Ela até parecia uma doce rapariga quando ria daquela maneira.
Algum tempo depois o Ryan pousou a tonta June no chão e avançou na minha direção.
-Vamos?
Assenti e levantei-me. Ele deu um beijo na testa da June e acenou um chau à Caitlin que ficou furiosa. Peguei na minha mochila e saí atrás dele.
O tempo lá fora estava gelado. A neve caía furtivamente e deixava tudo novamente branco. Era lindo principalmente em contraste com as luzes coloridas de natal que começavam a aparecer cada vez mais.
Aconcheguei mais o gorro para baixo e olhei para cima. O Ryan caminhava ao meu lado com um sorriso nos lábios.
- O que foi? - Perguntei tímida.
Ele olhou-me e parou para abrir a porta do carro.
-Estou apenas satisfeito.
Contornou o carro enquanto eu entrava.
-Satisfeito com o quê?
Ele voltou a sorrir.
-Mais tarde eu digo-te.
Continuei a olhá-lo enquanto o carro arrancava sobre a neve. Ele sentia-se desconfortável com o meu olhar inquiridor e apenas ria quando olhava para mim.
-Vais mesmo deixar-me curiosa?
Ele assentiu e um enorme sorriso surgiu nos seus lábios. Ele estava a gostar de me deixar curiosa.
Estacionou o carro no parque da escola e desce-mos. O grupo dele encontrava-se perto do portão como sempre e a Andie e a Rose esperavam-me lá perto.
Quando passava perto do grupo a Molly chamou o Ryan. Ele obrigou-me a parar e deu-me um beijo na testa. Sentia-me protegida e aquecida com o seu ato.
-Logo eu conto-te, ok?
Sorri-lhe maliciosamente.
-Adoro quando fazes isso.
Ele sorriu e foi para junto do seu grupo. Ainda cruzei o meu olhar com a Molly invejosa, mas não liguei e corri até perto das minhas amigas nas nuvens. Talvez, começasse a apaixonar-me pelo rapaz de olhos verdes.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amuleto de Azar
Teen FictionA vida de Amanda nunca foi fácil e ultimamente as coisas têm piorado. Será mesmo a maldição que a sua mãe a acusa de possuir ou é simplesmente azar? Mesmo depois de um truque do destino será Amanda forte o suficiente forte para continuar a lutar? De...