Capitulo 17

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-Ouvi dizer que ele tem andado muito com eles... -Confessou a Rose. - Não quis acreditar, mas agora...

Voltei a minha atenção para ela sem a verdadeira noção das suas palavras. O Ryan andava com a malta mais assustadora da escola? Eles eram conhecidos pelo longo cadastro e pelas ameaças que faziam aos mais fracos.

-Porque é que o Ryan está com eles?

-Amanda, acho que são amigos dele... - Disse a Andie calmamente.

Aqueles eram os amigos dele? Ainda não conseguia acreditar nisso.

-Ele não podia arranjar melhor?

Elas não responderam e puxaram-me para o interior da escola.

No final das aulas ainda pensava em Ryan. Ele ocupara os meus pensamentos todo o dia. Como ele podia ser amigo deles? Eles eram horríveis, quando entrara na escola eles aterrorizavam-me. A mim e a todos os que conhecia. Por vezes ouvia que eles vendiam drogas e fumavam mais do que qualquer homem na sua vida inteira. Não sabia se era verdade, mas de uma coisa tinha a certeza, o Ryan não era como eles.

Caminhei até ao exterior e vi o grupo perto do portão. O Ryan estava com eles e, se bem me lembrava, ele oferecera-me uma boleia. Tinha aquela sensação no estômago de que algo ia correr mal. Amarrei mais os livros contra o peito e avancei.

-Ryan? -Chamei-o atrás dele.

Ele voltou-se e a atenção do grupo atingiu-me em cheio. Ele observava o grupo sem me responder.

-Podemos falar? -Perguntei.

-Quem é ela, Ryan? -Perguntou uma rapariga loira cheia de piercings.

-É gira! -Continuou um dos tatuados.

-Demasiado inocente! -Contrariou outra rapariga com o cabelo rosa.

Ele ignorou-os, mas senti-o ficar tenso quando um rapaz tatuado perguntou:

-Quem é ela?

Ele voltou-se tenso e colocou-se à minha frente.

-Ela é só uma amiga. -Respondeu frio e indiferente.

-Então, posso conhecer melhor essa amiga? - Perguntou o outro rapaz num tom desafiador.

O Ryan aproximou-se enquanto encara o outro rapaz.

-Pareces nervoso, Ryan.

Ele amarrou o meu braço e puxou-me até ao parque de estacionamento. Arrancou os meus livros dos braços e colocou-os na mota.

-Mete isto! -Ordenou ele lançando olhares para o grupo que olhava e cochichava.

Peguei no capacete e senti-me culpada pela forma como ele estava nervoso.

-Ryan. -Chamei enquanto ele colocava as luvas de couro.

-Amanda, coloca o capacete! -Estremeci pelo seu tom de voz ao pronunciar o meu nome. - Falamos em casa.

Coloquei o capacete e montei a mota atrás dele. Amarrei-me aos seus ombros quando ele arrancou e comecei a sentir-me nervosa pela proximidade dele.

A culpa crescia dentro de mim à medida que ele acelerava por entre os carros. Afinal, ele estava nervoso porque agora o grupo dele sabia que era "amigo" da Amanda, a azarada da escola. Isso podia arruinar a sua pequena e, ainda a ser criada, reputação. A ideia magoava-me mais do que eu queria.

Ele parou a mota em frente à casa e eu desci. Desapertei o capacete e dei-lho. Ele passou-me os livros e eu segui para dentro. Ele seguia-me e abriu a porta pela qual passei sem o esperar. Tirei o casaco e subi as escadas para o meu quarto.

-Amanda, espera! -Ouvi-o gritar quando entrei no quarto.

-O que foi, Ryan? -Gritei para ele à porta do quarto.- O que vais fazer agora?

-Podemos falar? -O tom dele era calmo e quase suplicante. -

Posso entrar?

Assenti e sentei-me aos pés da cama. Ele fechou a porta e puxou a cadeira da secretária para a minha frente e sentou-se.

-Amanda...

Apoiou os cotovelos nos joelhos e passou as mãos pelo cabelo.

-Não precisas dizer, Ryan. Eu já percebi...

Ele olhou-me surpreendido.

-Percebeste o que?

-Que tens vergonha de admitir para os teus novos amigos que conhecesses a azarada. -Tentei controlar as lágrimas enquanto olhava fixamente para as minhas mãos contraídas no colo.

-Vergonha? -Ele parecia realmente surpreendido. - Eu nunca ia ter vergonha de ti. Porque é que haveria de ter? - Ele parecia sincero. -Não és azarada. -Levantou-me o rosto com o indicador. -Um pouco desastrada, mas não azarada.

As palavras da minha mãe reapareceram na minha mente ao fim de tanto tempo: "Ela é um amuleto do mal! Ela atrai desgraça!". As palavras eram reconfortante e tinham o efeito de uma bomba de bom humor.

-Então, o que se passa?- Perguntei ao fim de algum tempo.

Ele olhou-me nos olhos.

-Eu estava a tentar proteger-te...

A sua resposta apanhou-me desprevenida.

[N/A: Obrigada pelas leituras! Já ultrapassaram as 300!! OMFG! Peço-vos desculpa porque agora com a escola e a época de teste se calhar não vou puder publicar um capitulo por dia, mas vou tentar publicar o mais rápido que conseguir! :D Boas leituras!]

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