-Ouvi dizer que ele tem andado muito com eles... -Confessou a Rose. - Não quis acreditar, mas agora...
Voltei a minha atenção para ela sem a verdadeira noção das suas palavras. O Ryan andava com a malta mais assustadora da escola? Eles eram conhecidos pelo longo cadastro e pelas ameaças que faziam aos mais fracos.
-Porque é que o Ryan está com eles?
-Amanda, acho que são amigos dele... - Disse a Andie calmamente.
Aqueles eram os amigos dele? Ainda não conseguia acreditar nisso.
-Ele não podia arranjar melhor?
Elas não responderam e puxaram-me para o interior da escola.
No final das aulas ainda pensava em Ryan. Ele ocupara os meus pensamentos todo o dia. Como ele podia ser amigo deles? Eles eram horríveis, quando entrara na escola eles aterrorizavam-me. A mim e a todos os que conhecia. Por vezes ouvia que eles vendiam drogas e fumavam mais do que qualquer homem na sua vida inteira. Não sabia se era verdade, mas de uma coisa tinha a certeza, o Ryan não era como eles.
Caminhei até ao exterior e vi o grupo perto do portão. O Ryan estava com eles e, se bem me lembrava, ele oferecera-me uma boleia. Tinha aquela sensação no estômago de que algo ia correr mal. Amarrei mais os livros contra o peito e avancei.
-Ryan? -Chamei-o atrás dele.
Ele voltou-se e a atenção do grupo atingiu-me em cheio. Ele observava o grupo sem me responder.
-Podemos falar? -Perguntei.
-Quem é ela, Ryan? -Perguntou uma rapariga loira cheia de piercings.
-É gira! -Continuou um dos tatuados.
-Demasiado inocente! -Contrariou outra rapariga com o cabelo rosa.
Ele ignorou-os, mas senti-o ficar tenso quando um rapaz tatuado perguntou:
-Quem é ela?
Ele voltou-se tenso e colocou-se à minha frente.
-Ela é só uma amiga. -Respondeu frio e indiferente.
-Então, posso conhecer melhor essa amiga? - Perguntou o outro rapaz num tom desafiador.
O Ryan aproximou-se enquanto encara o outro rapaz.
-Pareces nervoso, Ryan.
Ele amarrou o meu braço e puxou-me até ao parque de estacionamento. Arrancou os meus livros dos braços e colocou-os na mota.
-Mete isto! -Ordenou ele lançando olhares para o grupo que olhava e cochichava.
Peguei no capacete e senti-me culpada pela forma como ele estava nervoso.
-Ryan. -Chamei enquanto ele colocava as luvas de couro.
-Amanda, coloca o capacete! -Estremeci pelo seu tom de voz ao pronunciar o meu nome. - Falamos em casa.
Coloquei o capacete e montei a mota atrás dele. Amarrei-me aos seus ombros quando ele arrancou e comecei a sentir-me nervosa pela proximidade dele.
A culpa crescia dentro de mim à medida que ele acelerava por entre os carros. Afinal, ele estava nervoso porque agora o grupo dele sabia que era "amigo" da Amanda, a azarada da escola. Isso podia arruinar a sua pequena e, ainda a ser criada, reputação. A ideia magoava-me mais do que eu queria.
Ele parou a mota em frente à casa e eu desci. Desapertei o capacete e dei-lho. Ele passou-me os livros e eu segui para dentro. Ele seguia-me e abriu a porta pela qual passei sem o esperar. Tirei o casaco e subi as escadas para o meu quarto.
-Amanda, espera! -Ouvi-o gritar quando entrei no quarto.
-O que foi, Ryan? -Gritei para ele à porta do quarto.- O que vais fazer agora?
-Podemos falar? -O tom dele era calmo e quase suplicante. -
Posso entrar?
Assenti e sentei-me aos pés da cama. Ele fechou a porta e puxou a cadeira da secretária para a minha frente e sentou-se.
-Amanda...
Apoiou os cotovelos nos joelhos e passou as mãos pelo cabelo.
-Não precisas dizer, Ryan. Eu já percebi...
Ele olhou-me surpreendido.
-Percebeste o que?
-Que tens vergonha de admitir para os teus novos amigos que conhecesses a azarada. -Tentei controlar as lágrimas enquanto olhava fixamente para as minhas mãos contraídas no colo.
-Vergonha? -Ele parecia realmente surpreendido. - Eu nunca ia ter vergonha de ti. Porque é que haveria de ter? - Ele parecia sincero. -Não és azarada. -Levantou-me o rosto com o indicador. -Um pouco desastrada, mas não azarada.
As palavras da minha mãe reapareceram na minha mente ao fim de tanto tempo: "Ela é um amuleto do mal! Ela atrai desgraça!". As palavras eram reconfortante e tinham o efeito de uma bomba de bom humor.
-Então, o que se passa?- Perguntei ao fim de algum tempo.
Ele olhou-me nos olhos.
-Eu estava a tentar proteger-te...
A sua resposta apanhou-me desprevenida.
[N/A: Obrigada pelas leituras! Já ultrapassaram as 300!! OMFG! Peço-vos desculpa porque agora com a escola e a época de teste se calhar não vou puder publicar um capitulo por dia, mas vou tentar publicar o mais rápido que conseguir! :D Boas leituras!]
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Amuleto de Azar
Teen FictionA vida de Amanda nunca foi fácil e ultimamente as coisas têm piorado. Será mesmo a maldição que a sua mãe a acusa de possuir ou é simplesmente azar? Mesmo depois de um truque do destino será Amanda forte o suficiente forte para continuar a lutar? De...