Sintonia

1.2K 75 6
                                    

Fernando paralisa no mesmo lugar, e permanece de de costas para Ana

Ana: Seu Fernando, não vai

Fernando: Por que?

Ana: Porque... Eu..

Fernando se vira e vai cuidadosamente até Ana, ficando parado a sua frente.

Fernando: Você o que?

Ana: Eu... eu... -Ana abaixa a cabeça e deixa algumas lágrimas caírem pelo seu rosto, e permanece assim por alguns segundos, enquanto Fernando apenas a observava- Também te amo - Ela fala de uma vez, como se tivesse tirado um peso de suas costas e sai correndo, deixando Fernando falando sozinho-

Ana sobe para o seu quarto ainda chorando, e Fernando fica na cozinha sem entender nada, mas resolve não ir atrás dela.

Narração Ana on.

Depois de sair da cozinha, subi correndo até o quarto, onde me deitei e comecei a chorar, sem crer no que estava fazendo. Eu havia acabado de fazer uma grande besteira. Sei que amar não é besteira, mas iludir quem se ama sim. Afinal, de que adianta eu ama-lo mas não posso desfrutar desse amor? Estava de mãos atadas, pois ele ainda é casado e também não pode nem sonhar que eu danço na Chicago, imagina se ele descobrir? Ele me manda embora na hora, não posso fazer isso com as crianças...

Eu espero de coração que ele não se iluda com o que eu disse, prefiro sofrer e amar sozinha, do que machucar quem eu amo, pois isso não pode acontecer.

Depois de um tempo pensando em tudo, me toquei que já eram 21h e precisava colocar as crianças para dormir.

Fui ao quarto dos meninos e estranhei, pois já estavam dormindo. Então fui ao quarto das meninas, onde ao entrar dei de cara com seu Fernando.

Ana: Ai seu Fernando perdão, não sabia que estava aqui.

Fernando: Tudo bem,

-Eu vim colocar as meninas para dormir- Eles falam juntos

Fernando: Ah, não eu já coloquei.

Ana: Jura? Mesmo assim vou dar meu beijo nelas -Ana vai até as meninas, e as beija-

Fernando: Ana, não acha que precisamos conversar?

Ana: Sim, eu acho.

Fernando: Podemos ir até a biblioteca então?

Ana: Sim, podemos.

Fomos até a biblioteca, e no caminho fui com somente um pensamento: Não podemos ficar juntos, não posso, não mereço ele.

Ao chegarmos, Fernando não me deu nem tempo de falar e já foi logo me perguntando

Fernando: Por que você saiu correndo? 

Ana: Porque eu não queria continuar falando sobre aquele assunto.

Fernando: Por que não? O que houve?

Ana: Isso não está certo Fernando, você ainda é casado e eu não mereço você.

Fernando: Por que diz isso?

Ana: Porque eu sei... 

Fernando: Se é amor não tem nada que o impeça. -Diz Fernando a interrompendo-

Ana: Não é isso...é que eu... eu preciso de tempo, tempo pra pensar, tempo pra saber se dará certo. Têm as crianças, eu não sei como elas vão reagir. Você está saindo de um relacionamento, elas estão confusas, principalmente as menores.

Fernando: Mas, Ana, por favor! -Diz se aproximando dela-

Ana: Não, não, não... me dá um tempo para pensar, para preparar as crianças. Fernando, eu te peço, por favor! 

Fernando: Tudo bem então. 

Ana: Preciso subir, estou cansada, o dia de hoje foi puxado. Boa noite, seu Fernando!

Narração Ana off.

Ana e Fernando foram para seus respectivos quartos e dormiram pensando um no outro. Não sobre o quanto se amavam, mas sobre como ficaria a situação dos dois.

Ana estava convicta de que isso era errado e que não deveriam ficar juntos, e Fernando se perguntou por que Ana agiu daquele jeito, já que nada mais os impedia.

No dia seguinte, seguiram em suas atividades normais, ou pelo menos tentaram já que Isabela não parava de dar chilique por causa do divórcio. Ela queria sair ganhando, mas mal sabia que havia casado em comunhão parcial de bens então como tudo o que Fernando havia adquirido foi antes do casamento, Isabela não levaria nada além de suas roupas e pertences pessoais, e ela estava muito incomodada com isso.

Ao chegar sábado, após Isabela protestar bastante o divórcio foi assinado e Fernando estava finalmente livre dela, que foi embora da mansão no mesmo dia.

Fernando: -Entra na cozinha- Bruno, você viu a Ana?

Bruno: E..está no..no quarto co..com as cri..crianças se..seu Fer..Fernando.

Fernando: Obrigado Bruno.

Bruno: Na..não há de..de quê se..seu Fernando

Fernando vai até o quarto e chama Ana, pede que assim que ela puder, vá a biblioteca pois precisavam conversar.

Ana: -Bate na porta- Seu Fernando?

Fernando: Entra Ana.

Ana: Então, o que queria falar comigo?

Fernando: Queria te mostrar isso -Fernando entrega um envelope para Ana

Ana: -Ana abre o envelope, e após ler por alguns segundos, abraça Fernando empolgada- Ai seu Fernando! Parabéns! Até que enfim o senhor está livre daquela tarântula!

Fernando: -Retribui o abraço- Sim, agora você não tem mais desculpas...

Ana: -Tenta se afastar, mas Fernando a segura pela cintura- Senhor, por favor

Fernando: O que?

Ana: Já conversamos sobre isso.

Fernando: Não, você falou mas não me deu chance de falar.

Ana: Tudo bem, pode falar.

Fernando: Ana, muda esse disco e dê uma chance para nós, nos amamos e não há nada que nos impeça de ficar juntos.

Ana: Mas seu Fernando -Fernando a interrompe-

Fernando: Só argumente se for válido. Se for mais algumas desculpa, nem precisa dizer.

Ana: -Abaixa a cabeça em sinal de rendição, pois sabia que tudo o que ia dizer não passavam de desculpas.-

Fernando: -Levanta seu rosto com o indicador, forçando Ana a olhar para ele- Ninguém precisa saber, fica só entre nós dois. Ana não tenta fugir disso, o amor não tem escapatória, é um labirinto onde não tem saída. Mas tem uma maneira de viver bem nele, que é se rendendo e vivendo esse amor. Não queira sofrer remoendo tudo isso, apenas viva. Se não der certo prometo que tudo vai voltar a ser como era, vamos seguir nossas vidas sem nenhum tipo de ressentimento, ok!?

Ana: -Ana suspira, como se tivesse dado por convencida, mas não diz nada-

Fernando vai se aproximando devagar e a beija. Ela correspondente e o beijo acontece em perfeita sintonia como se fossem feitos um para outro. E realmente eram.






Amor ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora