Não estou bravo com você.

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Ana: Como assim?

Yasmin: Não sei, não prestei muita atenção porque me distrai mas eu ouvi alguma coisa a ver com contar alguma coisa pro meu irmão.

Senti minha espinha gelar quando ouvi isso, e uma dúvida invadiu minha mente: Contar ou não? Mas ela ia saber de qualquer jeito, então resolvi contar, e aproveitei para testar o que o Pedro disse.

Ana: Bom, -Eu disse enquanto sentava a sua frente e lhe entregava seu café- de qualquer maneiro você vai saber então é bom que saiba por mim.

Yasmin: Saber o que?

Ana: Quando completei 18 anos, tive que sair do orfanato onde cresci. De acordo com as regras eu não poderia mais ficar ali, então mesmo contra a vontade da Soledad, a diretora do orfanato que foi como uma mãe pra mim, eu tive que ir morar sozinha. Sem dinheiro, só tendo o ensino médio completo e sem nenhuma capacitação, fui trabalhar na casa de uma família rica e lá conheci Jhenny, minha melhor amiga. Quando fiz 2 anos trabalhando lá, eles contrataram outra cozinheira e ouve um desentendimento entre a gente por inveja da parte dela, porque os patrões haviam me pedido para comandar os preparativos de um jantar que aconteceria naquela semana, e ela queria fazer isso. Foi ai que minha vida começou a dar errado.

Yasmin: Ela estragou o jantar?

Ana: Não, fez pior. Ela colocou um objeto de valor dos patrões no meu quarto. O golpe mais antigo do mundo. E o pior é que funcionou e eu fui demitida.

Ela me observava atentamente enquanto bebia seu café devagar

Ana: A Jhenny me ajudou, tinha um pequeno apartamento e me emprestou, logo depois saiu de lá e ficamos morando juntas. Nós duas estávamos sem trabalho até que ela conseguiu um emprego de garçonete numa boate chamada Chicago e eu continuei sem trabalho por uns 2 meses, até eles abrirem vagas para dançarinas nessa mesma boate. Meu sonho sempre foi ser bailarina então imaginei que pudesse realizar pelo menos uma parte dele e acabei começando a trabalhar lá. Depois de um tempo, eles mudaram o tipo de dança para o Pole Dance, e eu resolvi sair dali. Tentativa fracassada pois foi justamente ai que a Soledad sofreu um acidente e eu precisava ajuda-la, então pedi um empréstimo para o Dono, o seu Dorival, e ele me cedeu sob a condição de que eu teria que paga-lo dançando. E eu danço lá até hoje pra pagar essa dívida.

Yasmin: Isso tem quanto tempo?

Ana: O que? Que eu danço?

Yasmin: Não, do contrato.

Ana: Quase dois anos.

Yasmin: E essa dívida ainda não está paga?

Ana: Sempre que o questiono sobre o assunto, ele diz que ainda falta uma parte. Sei que já está pago, tenho quase certeza, mas não tenho como provar.

Yasmin: E se eu estou certa, você ainda não contou pro meu irmão com medo do que ele vai pensar de você, certo?

Ana: Ainda bem que você me entendeu.

Yasmin: Saiba que eu te entendo seus motivos e não vou te julgar, mas você sabe que meu irmão pode te ajudar a se livrar dessa dívida né?

Ana: Claro que eu sei mas eu nunca quis pedir nada pra ele.

Yasmin: Tudo bem, eu te entendo. Mas você vai contar, né!?

Ana: Claro. Para isso eu chamei o Pedro, pra me ajudar.

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