Capítulo Cinco - Novo elemento (Parte 1)

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Depois de muito reflectir com a pouca sanidade que me restava do juízo, constatei que ainda precisava de mais respostas. As únicas duas vítimas, julgava-as inúteis pelos seus estados agravados de saúde. solicitei à um dos policiais que me dessem uma actualização delas. Aqueles crimes tinham de ter qualquer ligação mesmo que parecessem tão distintos , pensava absurda e freneticamente com os dedos tamborilando pela superfície de madeira.

- Descobri algo. - Paul apareceu sei lá donde e carregava consigo uns papéis em mãos juntamente com a euforia que certamente podiam-no derrubar, pelo apresso de seus passos para me alcançar. - Eu não sei como aquilo passou-me despercebido mas isso menos importa agora.

- Desembuche. - exigi-o .

- Pode ser que as vítimas não foram executadas pelos assaltantes do banco. Os Danger's men, nesse caso.

- Tens que ter uma boa explicação para isso, rapaz! - Paul puxou a cadeira a sua frente e postou os papéis na superfície.

- E tenho, Hinn'! A bala que retiramos de uma parede lá no banco, correspondia à uma .9mm.

- Sim...

- Todas as vítimas que lá encontramos foram executadas, ou seja, todas com uma bala na cabeça.

Nada do que ele dissera constituía uma novidade, portanto a minha ansiedade era notável.

- Suzan durante autópsia de Noerd, identificou a perfuração próxima ao sistema nervoso, se ainda estivesse vivo, sem dúvidas algumas que também teria um traumatismo craniano.

Eu somente escutava meu colega! Meus olhos já acusavam o cansaço e o pouco interesse para cooperar com o quebra-cabeça.

- Desculpe-me Paul, mas por favor diga-me o que descobriste afinal de contas!

- Hinata, olha a paciência.... Mas cá vai... No exame balístico da bala enontrada no local do crime saiu de um disparo de mira descuidada. Segundo as simulações que fiz, o tiro foi disparado por impulso dos assaltantes-assassinos. Talvez tiveram uma surpresa, o tiro foi mais uma defesa do que um ataque.

- Hum, certo. Mas as simulações incluíram as posições certeiras das vítimas?

- Não. Pois foram encontradas marcas de arrastamento, provavelmente elas já tinham sido executadas, porém pelo descuido dos assaltantes falharam em duas delas e pelo susto que tiveram, não deu tempo de certificarem se não deixaram migalhas de percurso.

- E sabe-se onde exactamente onde foram executados? - quis saber.

- Ainda não. Mas ainda temos uma segunda autópsia que nos pode revelar algo.

- Muito bom, Paul. - agredeci-o sem emoção. - E o corpo de Philipe, já foram feitos exames?

- Ainda não terminei, Hinata. Eu disse que o invólucro da bala quase perdida, podemos dizer assim, é de .9mm. estive a ler os resultados da autópsia de Noerd, a bala depois do impacto, travou exactamente no sistema nervoso que deixou uma abertura no crânio que corresponde a uma .22 e não à uma .9mm.

- Temos que ter em conta que é um grupo, pode ter sido de um outro assaltante.

- Gangues como essas tendem a usar o mesmo equipamento. Isso é mais para a diferenciar das outras se é que me entende. E como eu disse, o tiro disparado pode ter sido uma defesa e não um ataque.

- Estás a dizer que havia uma outra pessoa no local, que não pertence a gangue? - segui com o seu racicínio.

- Uhum. - confirmou com a cabeça.

- Aí está uma maior possibilidade, Paul. Bom trabalho, isso vai nos ajudar e muito.

- Estou a prever um aumento. - fez um meio sorriso. Ergue-se da cadeira e voltou a reunir os papéis de forma eficaz.

Gritos Aos Ventos De Tasménia (PARADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora