Feliz ou infelizmente a realidade assentou-me o consciente.
Seu peito enchia e retornava a sua estabilidade enquanto minha mão pousava sobre ele. E por vezes sentia-lhe o indicador tomar algumas mechas de cabelo em torno de si. Até que um dado momento encheu o peito novamente, dessa vez com a maior quantidade de ar possível angariar da atmosfera.
- Não posso explicar agora porque tenho uma identidade falsa, mas garanto que são por razões justas. - falou calmamente.
Subi o olhar para ele encontrando uma aura de sinceridade, suspirando por fim libertando todo carbono produzido para feitos de sua tomada de coragem.
- É de se referir que não me transmite confiança, detective. - retruqui com voz abafada.
A pigmentação dos berlindes esverdeados dissiparam-se, aglomerando-se na cabeça, escapando alguns rubores em suas faces, porém mantendo a calma. Remexeu-se algum bocado, desinstalando minha posição. Despreocupadamente elevou o polegar e tomou-me o queixo.
- Confiando ou não, não há que meter o dedo naquilo que envolve minha pessoa.
No entanto, apoderou-se aí o sarcasmo misturado à uma agravada seriedade em suas feições, de tal modo que frisou a frase em duplos sentidos, interpretados, mentalmente, por mim.
- Sabe que não lhe vou deixar a sombra descansada, Granter. - apoiei a cabeça inclinada para o lado sobre a mão.
- Se estiver disposta a arcar com suas consequências...
Fora suficiente para dar-me por ameaçada pelo homem, que num pulo saiu entre as cobertas e pôs-se a vestir suas calças, com tal eficiência meio que desajeitada.
Contorci os cantos dos lábios, e voltei a içar uma ironia.
- Creio que esteja a fazer uso da verdade límpida e crua para prestar indícios de algum futuro pouco próspero.
Contornou o perímetro da cama, dispondo-se ante mim, obrigando um erguer de minha cabeça, tomando novamente, meu queixo, pelo eufemismo da nossa pouca intimidade.
- O fogo queima. - e pousou um selo de seus lábios no canto superior de minha cabeça.
Antes que o seguisse por trás, já na fresta da porta, espreitou poisando um balbucio.
- Eu sigo sozinho, obrigado. Tenha uma boa noite, porque a minha não podia ter sido melhor.
Pós o abandono de sua pessoa, a chuva, finalmente, pareceu dar alguma pausa, e como guarda, um céu de madrugada acinzentado. Alguns filetes da iluminação nocturna, passara-se apenas meia hora que penetravam o quarto, acompanhado de tragos que dava depois da hospedagem de Granter, ou, até ouvir o telefone que dispunha-se na sala de estar. Com os desejos mundanos satisfeitos, nem privei-me de sorrir histericamente por lembrar da última vez que sorrira de tal modo.
Desenguanchei-o lerdamente e grudei-o a orelha, emitindo alguns soluços interrmpidos por fungos do outro lado da linha.
- Alô!
Uma outra vez ouviu-se a mesma sequência despertando suspeitas de alguma tragédia.
- Julie?
- "Oh meu Deus!" - exclamou pouco convicta.
- O que aconteceu?
- "Eu... Oh céus. Perodai-me por favor." - suas palavras estremeceram - "John!"
- O que tem John, Julie? - acentou-se a gravidade de minha voz tornando os olhos esbugalhados consequente de uma dedução rápida. - Onde estás?
- "Eu envenenei-o..." - a onda do pranto e dos soluços da mulher desesperada, afundou sua fala.
- Onde estás Julie? - tornei a insistir.
- "Ah nesta porcaria de hospital."
Porcaria de hospital e único em toda a reduzida superfície tasmeniana, quase que no fim da cidade.
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Gritos Aos Ventos De Tasménia (PARADA)
Misterio / SuspensoPara aqueles que se sujeitaram a morar em uma cidade, na qual a Nação caiu em disfunção e desrespeito, as consequências não só designam fenômenos que determinam as nossas escolhas como também é uma sentença mortal. *PLÁGIO É CRIME* Primeira capa fei...