Capítulo 10 - Tudo que ainda não vivi

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O general estreitou os olhos e pediu para o coronel Calligan, que eu não conhecia, entrar na arena e pegar a arma escolhida. Parece que eu surpreendi a todos e inclusive a mim mesma. Não imaginava que a minha habilidade poderia melhorar sensivelmente, só por utilizar a arma que era minha conhecida de muito tempo e cujo esforço de minha mãe, me fez resgatar. Não treinava há mais ou menos um ano com o "takubi", mas depois dos exercícios intensivos com minha mãe, só me fez lembrar do quanto gostava dele. Passei pelo coronel. Eu definitivamente não acreditava. Lutaria com um general de esquadrão à tarde.

Fui impedida de ver qualquer pessoa ligada a mim, intimamente, até a hora do combate. Eram as regras, nesta fase, para quem nunca tinha ingressado no exército. Se eu tinha chegado até aqui, tinha que lidar com as pressões também. Fiquei apreensiva, mas vi que poderia ir a general de esquadrão quando passei pelo coronel. A minha luta fluiu com o "takubi". A facilidade com que eu o manejava, não foi nem um pouco inferior a do meu oponente, muito pelo contrário. Esperava, agora, que os demais oponentes não fossem adeptos da utilização dessa arma em combate.

A tarde chegou e com ela, a minha luta. Novamente, minha habilidade no "takubi" me pôs na frente e mesmo perdendo na espada, outra vez, fui para o arco com tranquilidade. Passei pelo general de esquadrão.

A noite veio e me preparava para me recolher cedo e acordar bem, mas não sem antes falar com minha mãe, Arítes e Tétis. Todas estávamos eufóricas.

-- Minha filha, sabe o que isso significa?

-- Que vou me dar mal quando estiver na escola militar e que tem um monte de oficiais me odiando?

Ri sem muito ânimo, mas Tétis, minha mãe e Arítes riam frouxo.

-- Não, minha filha. Não são todos que estão te odiando, na verdade, meus espiões ouviram muitos falarem bem de você e se admirarem com seu feito. Várias pessoas vieram me perguntar se a treinava. Falei que eventualmente, para não levantar suspeitas de nosso treinamento intensivo no último mês, mas dei o crédito a quem merecia. Disse que o grande detentor da proeza foi Deitônio, ao longo dos anos. E isso é um fato. Para falar a verdade, eu também estou admirada pelo seu feito.

-- Tália, eu estou me sentindo ridícula pensando que eu estava te protegendo por esses dias. – Tétis falou, rindo abertamente. – Sinceramente, acho que quem precisava de proteção contra você era eu...

Ela olhou para Arítes rindo. Envergonhei-me, pelas vezes que ataquei Tétis com olhos de ciúme.

Arítes permaneceu depois que todas se foram. Ela me abraçou, me beijando ternamente. Eu precisava dela e ela sabia. Seus lábios acariciaram minha boca e meu corpo foi relaxando em seus braços. Enlacei sua cintura, trazendo-a, mais próximo que podia. Era incrível o que meu corpo experimentava com ela. Tentava descrever as sensações e não conseguia entender, a quantidade de coisas que eu sentia. Um calor me dominava, ao mesmo tempo que, eu estremecia em seus braços. Arítes gemeu em meus lábios, fazendo com que um fluxo escorresse meu prazer. Pela Deusa! Eu estava enlouquecendo com ela. O gemido agora brotava de minha garganta. Ela desvencilhou suavemente de meus lábios.

-- Você tem que descansar. O dia amanhã será muito duro para você.

-- Depois de amanhã, independente do que ocorra, será um dos melhores dias de minha vida.

-- Em sua reclusão pós-teste?

-- Sim. Acredite, Arítes. Você verá.

Falei sorrindo, sabendo que ela não entendera.

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