Capítulo 15 - Nossos inimigos?

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-- Tália, acho melhor descermos. A fronteira não está longe e não quero que nenhum curioso ou romântico, olhe para o céu e veja cavalos voadores.

Mal Arítes terminou de falar comigo e os dois cavalos já suavizavam o voo, e faziam a descida. Cavalgamos por mais meia hora e paramos para nos trocar. Arítes pegou a insígnia da paz e prendeu na ponta de sua lança.

-- Daqui há vinte minutos, saberemos se realmente Terbs é uma nação de honra.

-- Para, Arítes. Não quero morrer cedo e não quero nem pensar nessa possibilidade. Você e mamãe são muito mórbidas. Se não fossem uma nação de honra, as "Senhoras" não estariam nos auxiliando.

-- Auxiliando elas podem estar, Tália, mas não relaxe. Sabe-se lá, que tipo de intriga foi gerada pelos seguidores de Serbes nesse reino.

-- Tá, mas não me assusta.

Falei rebelde. Eu tinha um propósito de vida. Acabar com esse falso "Deus", impedir a guerra e fazer muito amor com a mulher que escolhi para desposar. Ela que não arrumasse de morrermos antes disso.

****

-- Pela "Divina Graça"! – Exclamei.

Quando saímos da floresta para o descampado, vimos milhares de tendas espalhadas e um exército inteiro com infantaria, cavalaria e catapultas.

-- Fica tranquila. Vamos permanecer paradas aqui no meio do descampado, até que mandem algum mensageiro com escolta. Eles vão olhar a insígnia de paz.

-- Agora entendi o que falou a respeito das tais intrigas...

Falei, me perdendo na visão de tão grande exército.

Vimos um grupamento se aproximar. Logo à frente, vinha um homem fardado e no seu ombro a cor da patente de general de exército.

-- Viemos em missão de paz. Trazemos uma mensagem para ser entregue ao rei Badir. – Arítes se pronunciou.

-- Deem-me a mensagem que farei chegar ao rei.

-- Não podemos, general. Temos ordens expressas para entregar-lhe em mãos. – Retrucou Arítes.

Eu me ajeitei no lombo de meu cavalo abrindo o pesado casaco que me cobria, deixando ver meu uniforme e o cordão que minha mãe havia me dado. O general olhou diretamente para o cordão e depois me encarou nos olhos. Ficou um tempo nos analisando e depois fez um gesto para que nós os seguíssemos. Soltei um bocado de ar em alívio da tensão.

-- Você está bem, Tália?

Arítes perguntava baixo. Nossos cavalos trotavam emparelhados.

-- Sim. O susto do início passou. Eu não imaginei que o exército de Terbs fosse tão grande.

-- Provavelmente, esse é todo o exército que eles têm. Vieram com tudo. Isso é o que me preocupa, pois não fariam uma investida tão agressiva e desesperada, se acaso algo muito sério não tivesse acontecido.

Chegamos ao acampamento e fomos conduzidos diretamente para uma tenda. A maior e mais central. Quando entramos, apenas este general nos acompanhou. Ele tirou suas luvas e se colocou atrás de uma mesa.

-- Sabe que não poderemos destacar ninguém para leva-las a Terbs, não sabem?

-- General...

-- Arítes, deixe-me falar.

Arítes iniciava um discurso diplomático, mas eu sentia que não convenceríamos esse general, caso não tivéssemos uma informação valiosa para ele.

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