-- Tália, acho melhor descermos. A fronteira não está longe e não quero que nenhum curioso ou romântico, olhe para o céu e veja cavalos voadores.
Mal Arítes terminou de falar comigo e os dois cavalos já suavizavam o voo, e faziam a descida. Cavalgamos por mais meia hora e paramos para nos trocar. Arítes pegou a insígnia da paz e prendeu na ponta de sua lança.
-- Daqui há vinte minutos, saberemos se realmente Terbs é uma nação de honra.
-- Para, Arítes. Não quero morrer cedo e não quero nem pensar nessa possibilidade. Você e mamãe são muito mórbidas. Se não fossem uma nação de honra, as "Senhoras" não estariam nos auxiliando.
-- Auxiliando elas podem estar, Tália, mas não relaxe. Sabe-se lá, que tipo de intriga foi gerada pelos seguidores de Serbes nesse reino.
-- Tá, mas não me assusta.
Falei rebelde. Eu tinha um propósito de vida. Acabar com esse falso "Deus", impedir a guerra e fazer muito amor com a mulher que escolhi para desposar. Ela que não arrumasse de morrermos antes disso.
****
-- Pela "Divina Graça"! – Exclamei.
Quando saímos da floresta para o descampado, vimos milhares de tendas espalhadas e um exército inteiro com infantaria, cavalaria e catapultas.
-- Fica tranquila. Vamos permanecer paradas aqui no meio do descampado, até que mandem algum mensageiro com escolta. Eles vão olhar a insígnia de paz.
-- Agora entendi o que falou a respeito das tais intrigas...
Falei, me perdendo na visão de tão grande exército.
Vimos um grupamento se aproximar. Logo à frente, vinha um homem fardado e no seu ombro a cor da patente de general de exército.
-- Viemos em missão de paz. Trazemos uma mensagem para ser entregue ao rei Badir. – Arítes se pronunciou.
-- Deem-me a mensagem que farei chegar ao rei.
-- Não podemos, general. Temos ordens expressas para entregar-lhe em mãos. – Retrucou Arítes.
Eu me ajeitei no lombo de meu cavalo abrindo o pesado casaco que me cobria, deixando ver meu uniforme e o cordão que minha mãe havia me dado. O general olhou diretamente para o cordão e depois me encarou nos olhos. Ficou um tempo nos analisando e depois fez um gesto para que nós os seguíssemos. Soltei um bocado de ar em alívio da tensão.
-- Você está bem, Tália?
Arítes perguntava baixo. Nossos cavalos trotavam emparelhados.
-- Sim. O susto do início passou. Eu não imaginei que o exército de Terbs fosse tão grande.
-- Provavelmente, esse é todo o exército que eles têm. Vieram com tudo. Isso é o que me preocupa, pois não fariam uma investida tão agressiva e desesperada, se acaso algo muito sério não tivesse acontecido.
Chegamos ao acampamento e fomos conduzidos diretamente para uma tenda. A maior e mais central. Quando entramos, apenas este general nos acompanhou. Ele tirou suas luvas e se colocou atrás de uma mesa.
-- Sabe que não poderemos destacar ninguém para leva-las a Terbs, não sabem?
-- General...
-- Arítes, deixe-me falar.
Arítes iniciava um discurso diplomático, mas eu sentia que não convenceríamos esse general, caso não tivéssemos uma informação valiosa para ele.
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Eras
FantasySinopse Eras fazia parte das terras de Tejor, juntamente com os reinos que foram condenados pela "Divina Graça", a viver sem a magia dos povos antigos. Eras havia prosperado muito mais que os reinos vizinhos, despertando inveja e cobiça. Tália , fi...