Capítulo 25 - Uma nova "Eras"

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Capítulo 25 – Uma nova "Eras"

-- Sei que você gosta de mim, Tétis, mas sua cara não tá enganando muito. Quem te mandou vir aqui? Minha mãe ou Arítes?

Ela olhou para mim, relaxou os ombros e sorriu mais aberto, enquanto se debruçava na mureta da varanda ao meu lado. Ficamos as três apoiadas, olhando, por instantes, a praça.

-- As duas. – Ela respondeu gargalhando. – O que está acontecendo? As duas estão com cara de desespero. O que está aprontando, Tália?

-- Ignorando elas. Dessa vez, foram elas que aprontaram comigo. Foram longe demais. Só não posso falar o que foi.

-- Tudo bem. Eu acredito em você.

-- Acredita? – Perguntei espantada.

-- Pela forma que elas estão agindo em relação a você e pela forma que eu vi como as tratou com indiferença, não tenho dúvidas. -- Ela sorriu de lado, tomando um pouco do vinho que estava em seu cálice. – Só nunca imaginei um dia ver a comandante Êlia e a general Arítes tão inseguras. Foi divertido.

Nós três gargalhamos.

-- Para, Tétis! Também não quero que as pessoas percebam isso. Eu estou chateada com algumas ações delas. Só quero que elas parem de fazer determinadas coisas.

-- Tudo bem, mas daqui a pouco, se não entrarem, vai acontecer um assassinato. Arítes está surtando de ciúme. Toma cuidado, Eileen!

A coronel apontou para Eileen, com a mão que segurava a taça, e sorriu de lado.

-- Ei, não tenho nada com isso!

-- Ela que se atreva. – Falei fechando o cenho.

--Ih! Acho que a coisa tá feia, então. – Debochou Tétis. – Relaxa, Tália. Não acho que virão aqui, mas acho que ela vai te vigiar a tarde toda. – Riu.

Suspirei me calando por alguns segundos.

-- Tudo bem, vou entrar para o salão, mas depois vou sair discretamente. Não estou com ânimo para continuar nessa recepção. O almoço já acabou, o baile começou e o protocolo já foi cumprido. Não estou conseguindo me divertir mesmo.

-- Eu que não vou embora. Adoro dançar. Vou procurar alguém para me acompanhar. – Eileen falou enquanto caminhava de volta ao salão.

-- Vou entrar também, Tália.

-- Vai lá. Eu vou retornar pela porta do canto e já tomo o rumo da saída do salão.

****

-- Eileen voltou. – Cochichou Arítes.

-- E Tália está saindo pela porta do canto para o corredor. – Minha mãe replicou.

As duas confabulavam sobre as minhas ações. Observavam tudo, como se estivessem espionando.

-- Vocês duas tem que se entender. Vou procurar Tália. Ela vai ter que me escutar, ainda mais agora.

-- Ainda mais agora, por quê?

-- Ora, porque.... Agora que se declararam, vão se desentender por besteira? -- Minha mãe tomou um grande gole de vinho. – Ah, o que eu estou fazendo? – Esfregou os olhos. -- Estamos metidas nessa confusão com Tália por omitir coisas. – Virou-se para Arítes. – Antes de sair de Tir, a Senhora das Águas me contou uma coisa...

Arítes olhava para a comandante sem entender nada do que ela falava.

-- Olha, Arítes, não é para ficar nervosa, só...

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