{Regan}
Estava deitada na minha cama, observando o teto, quando um ruído interrompeu o silêncio. Virei-me rapidamente para procurar a fonte do som, mas não encontrei nada além do meu quarto escuro e silencioso. Fechei as janelas, atribuindo o barulho ao vento. Contudo, antes que pudesse me acomodar novamente, ouvi outro ruído, desta vez mais definido e inquietante, como se objetos afiados estivessem se chocando. Virei-me lentamente e deparei-me com Jason, segurando duas facas, uma em cada mão, ambas apontadas na minha direção. Fiquei petrificada, incapaz de me mover.
— Não vai correr? — perguntou Jason, com um tom de desafio.
— Não, se eu me mexer, você vai me acertar. — respondi, minha voz trêmula de medo.
— Talvez. — ele respondeu enigmaticamente.
— Estou ficando louca. Você não pode ser real. — gritei, lutando para compreender o que estava acontecendo.
— Todo mundo enlouquece às vezes, Regan. — disse Jason, sua voz suave e desconcertante.
— Por que não me mata logo? — perguntei, sentindo uma mistura de desespero e resignação.
— Não sei. Bom, já mandei você correr e você não quer... — ele respondeu com um sorriso misterioso.
— Mas se eu correr, você vai me acertar. — argumentei, tentando encontrar uma saída dessa situação surreal.
— Faça a sua escolha. — disse Jason, sua voz ecoando no quarto com uma estranha serenidade.
Decidi arriscar e corri em direção às escadas, mas antes que pudesse alcançá-las, uma dor aguda rasgou minhas costas. Olhei para trás e vi uma das facas cravada em mim, o sangue se espalhando pelo chão. Tentei continuar, mas a dor era insuportável. Gritei, mas parecia que ninguém podia me ouvir.
— Sabe qual é o lado ruim? É que só posso fazer isso uma vez. — disse Jason, sua voz ecoando na minha mente enquanto a escuridão tomava conta de mim e meus sentidos se esvaíam.
{Scarlet}
Ouvi um grito vindo do corredor e, ao abrir a porta, deparei-me com Regan. Ela estava com uma faca cravada no meio das costas, imersa em sangue e parecia estar morta.
— TYLER! — Gritei o mais alto possível.
— O QUÊ? — Tyler gritou, assustado, aparecendo na porta.
— Tyler, vem aqui pelo amor de Deus !— implorei, em pânico.
— O QUE ACONTECEU? — Ele gritou, desesperado.
— Não sei, Tyler! Me ajuda, a gente tem que chamar uma ambulância! — disse, tentando manter a calma.
Tyler desceu as escadas correndo rapidamente.
— Fica aí com ela que eu vou chamar a ambulância — disse ele, antes de sair.
Voltei minha atenção para Regan, segurando suas mãos geladas enquanto as lágrimas escapavam dos meus olhos.
Jason emergiu da escuridão, sua figura sinistra envolta em fumaça escura.
— Coitadinha... — disse Jason, com um sorriso cínico.
— O que você quer? Por que fez isso com ela? — gritei, minha voz ecoando pelo corredor.
— Eu disse que queria brincar. — respondeu, seu tom de desprezo cortante como uma lâmina afiada.
— Isso não é brincadeira, Jason! — exclamei, com raiva borbulhando dentro de mim.
— Para mim é. — debochou, desaparecendo na escuridão.
Tyler voltou com pressa, informando que a ambulância estava a caminho.
— Regan, acorda, por favor — implorei entre soluços, tentando despertá-la do seu sono profundo.
Quando a ambulância chegou, Regan foi levada às pressas para o hospital, enquanto eu e os outros ficamos à espera, aflitos.
Finalmente, o médico veio até mim.
— Ela vai ficar bem? — perguntei, ansiosa por qualquer notícia.
— As chances de sobrevivência são mínimas. — disse ele, com uma expressão grave.
— Por favor, faça o que puder para salvá-la! — implorei, com os olhos marejados de lágrimas.
Depois que Regan foi levada para a sala de cirurgia, nós nos reunimos na sala de espera do hospital, aguardando ansiosamente por qualquer atualização sobre sua condição.
Horas se passaram, cada momento carregado de angústia e incerteza. Finalmente, o médico apareceu novamente.
— Scarlet Coleman? — Ele chamou, procurando-me na sala.
— Sou eu! — respondi, prontamente.
— Vamos realizar a cirurgia em Regan, preciso que assine estes papéis. — pediu, entregando-me os documentos.
Assinei os papéis, sentindo-me nervosa e esperançosa ao mesmo tempo.
— Preciso do nome completo de Regan. — disse o médico.
— Regan Morgan Coleman. — respondi, com um nó na garganta.
Depois que o médico partiu para a sala de operações, uma sensação de tensão pairou sobre nós na sala de espera.
— Ela vai ficar bem, Scarlet. — Logan tentou me confortar, envolvendo-me em um abraço reconfortante.
Continuamos a aguardar, mantendo a esperança viva em nossos corações, enquanto o tempo parecia se arrastar lentamente.
{Regan}
Quando a consciência começou a se esvair, senti mãos me segurando, erguendo-me do chão molhado. Tudo parecia distante, embaçado, como se eu estivesse flutuando em um sonho nebuloso. O som das sirenes ecoou na escuridão, misturando-se aos meus gemidos de dor enquanto era levada para fora de casa.
O trajeto até o hospital foi uma sucessão de flashes indistintos. Luzes piscantes, vozes abafadas, mãos desconhecidas que me examinavam com pressa e preocupação. Cada movimento era uma agonia, cada respiração uma luta contra a escuridão que ameaçava me consumir.
Finalmente, cheguei ao hospital, onde fui recebida por uma equipe de médicos e enfermeiros. A dor era intensa, quase insuportável, mas sabia que precisava lutar, precisava ficar consciente. Não podia me permitir sucumbir ao desespero que ameaçava me envolver. Fui levada às pressas para a sala de emergência, onde os médicos começaram a avaliar os danos. Os murmúrios preocupados, os sons dos equipamentos médicos, tudo parecia distante, como se estivesse presa em um mundo à parte, observando tudo acontecer de longe.
As horas se arrastaram, um borrão de dor e incerteza. Os médicos trabalhavam freneticamente para estancar o sangramento, para reparar os danos causados pelas esponjas afiadas. Cada momento era uma batalha, uma luta pela minha sobrevivência.
Finalmente, quando a escuridão ameaçava me engolir por completo, uma luz surgiu no fim do túnel.
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A Casa Do Medo
ParanormalA família Coleman começou uma nova vida na histórica cidade de Valência, na Espanha. Mas a casa para a qual se mudaram não é apenas uma residência nova; é um local com um passado sombrio. Rumores de que a casa é assombrada pelo espírito de um menino...