Capítulo 23- Mariana

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Acordo e sinto que não estou no meu quarto, o vento gelado que vem da janela esfria os meus braços, sento-me na cama e bato os braços no edredom branco e fofinho.

As lembras da noite passada rodeiam a minha cabeça como se eu tivesse levado um tiro no peito... larga mão de ser torta Mariana, você não só levou um tiro no peito como uma facada também... Como eu poderia olhar na cara dela sem me lembrar do qual aconteceu aqui ontem?

... você tem que ser forte... - meu subconsciente diz, mas meu coração diz como eu fui tola em não perceber isso antes e como fui boba de não ter pensado em tal possibilidade.

- Posso entrar? - minha mãe pergunta no batente da porta que se encontra entre aberta.

- Já entrou né! - digo sem animo.

- Pensei que estivesse feliz em saber que vai se casar com o melhor amigo.
- Ele não é mais meu melhor amigo e eu não vou me casar com ele. - Digo firme me sentando melhor na cama enquanto ela caminha até mim e se senta na ponta da minha cama.

- Vem aqui que eu quero te contar uma coisa. - ela diz batendo as mãos em sua própria coxa e eu me deito em seu colo como há muito tempo não fazia. Será que ela vai contar a verdade? - Nem sempre eu fui assim. Grossa, chata, mandona, arrogante e impiedosa. Eu era uma garota feliz que tinha uma irmã mais velha que aprontavas todas e depois levava uma surra do pai. - ela diz fazendo carinho no meu cabelo - Lembro-me bem do dia em que conheci seu pai numa festa de aniversario que deveria ser de calouros da faculdade, sua tia já estava no terceiro ano de medicina e eu no primeiro de jornalismo. Ela era amiga do Lucas, já que o irmão dele o Luiz também fazia medicina. No dia do aniversario de 21 anos do Luiz caiu no mesmo dia da festa dos calouros, então sua tia preferiu ir ao aniversario ao invés de me acompanhar na festa dos calouros. Porem seu avo não havia deixado então pela primeira vez eu desobedeci a uma ordem dele e fui à festa. Eu estava entrando no salão a onde estava tento a festa e esbarei em um homem alto e ruivo...
- Meu pai?
- Sim, ele usava uma camisa vermelha e calça preta, podia ver todos os seus músculos lutando para sair da camisa, ao contrario dos convidados que usavam apenas branco. Logo atrás de mim vem sua tia acompanhada do Luiz que estava vestido todo de preto. Foi nesse esbarrão que eu conheci o seu pai. Depois disso, nós quatro fomos até o bar beber algumas coisas, ficamos conversando e acabamos nos tornando amigos. A noite terminou e nós voltamos para casa e subimos as escadas com o maior cuidado com medo que o seu avô acordasse e vice que eu havia saído sem permissão. Mas ele já sabia que eu havia saído sem permissão, na verdade ele só estava esperando eu contar.
- E você contou?
- Não e como castigo fui mudada de faculdade e eu acabei caindo na mesma faculdade que o seu pai. Seu avô meses depois surtou quando eu disse que estava namorando e resolveu me casar com um cara desconhecido e dai quem surtou fui eu. Só que o castigo não deu certo porque ele queria me casar com o Lucas que no caso já era meu namorado então nós dois não demos muita bola depois.
- A onde você quer chegar com isso?
- Em você e no Gustavo. Eu vi como você fica quando fala dele, seus olhos brilham só de citar ele em alguma coisa e eu quis saber quem havia roubado o seu coração. Seu pai e eu já havíamos conversado sobre o seu casamento um o filho de um amigo nosso e quando eu vi vocês juntos tomando sorvete percebi que você já o conhecia. Na verdade conhecia muito bem, já que não parava de falar nele.
- Sempre foi ele?
- Sim, eu achava que você iria gostar de conhece-lo e depois do que descobri pensei que iria gostar de se casar com uma pessoa conhecida.
- A gente estava ficando.
- Foi por isso que fugiu?
- Também.
- E por que não estão mais?
- Ele disse que estava noivo.
- Noivo de você querida - ela me interrompe.
- Mas eu não sabia.
- E não tinha como saber.
- Isso não faz sentido.
- A vida muitas vezes não faz sentido, mas a gente não pode deixa de vive-la mesmo assim.
- E por que me contar agora?
- Você está sofrendo meu amor.
- Acha que eu não sofri antes?
- Você não demostrava se importar tanto e nem mostrava tanto sofrimento.
- É por que ainda tinha a chance de que isso era só uma brincadeira sem graça.
- O mundo é uma caixinha de presente.
- Que às vezes é dado pelos nossos pais.
- Sei que o que fizemos não foi certo, mas tínhamos que tentar... - a interrompo.
- Tentar ser diferente só pode né mãe. Quem faz essa maldade com os filhos?

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