Psicose 》Ed Sheeran

Capítulo 8

Isabella With

- Tudo se passou quando fui até o supermercado comprar algo que nem me lembro mais para minha mãe, meu melhor amigo Tyler estava comigo. Nós conversávamos animadamente sobre o próximo show dos Artic Monkeys que iria acontecer na cidade enquanto caminhávamos dentro do mercado. Foi tudo muito rápido, um cara encapuzado entrou fazendo um grande estrondo e anunciou um assalto, eu congelei na hora. Sem que eu notasse Tyler pegou em uma faca que estava ao nosso lado perto do açougue, e ameaçou avançar quando o assaltante pegou uma mulher pelo cabelo e a jogou contra o chão gelado. Ele acabou levando um tiro de um outro homem também encapuzado, que até então nós nem tínhamos repado entrar pela porta quando fez um movimento para ir em cima deles. Momentos depois a polícia que fica de guarda no bairro percebeu o alvoroço e acabou entrando em cena, eu caí de joelhos ao lado do corpo de Tyler. E ali foi a primeira vez que chorei na vida, quando tentaram me tirar de cima dele eu só sabia gritar. Assim como você eu não conseguia fazer mais nada, apenas ficava no meu quarto sem ainda acreditar no que tinha acontecido, então minha mãe acabou me mandando para cá com medo de que eu fizesse alguma besteira. E o pior de tudo, é que eu não fiz nada. Deixei meu melhor amigo arriscar a vida dele para tentar nos salvar e aos outros, e novamente eu simplesmente não fiz nada.

Meus olhos se encontram arregalados com cada palavra que ele diz, e só quando vejo os seus vermelhos crio coragem suficiente para levantar a cabeça de seu colo e jogar meus braços a sua volta.

Ed envolve minha cintura onde me aperta e ínala o cheiro do meu cabelo, eu choro por ele e por mim ao mesmo tempo em que nossas almas se encontram  de algum modo estragadas e doloridas. Por mais que isso tenha ocorrido comigo a anos.

Nós não dizemos nada por um longo tempo, apenas ficamos abraçados. Um absorvendo a dor do outro, eu encaro seus olhos azuis e passo a mão de forma delicada sobre sua barba rala o vendo fechar os olhos.

- Eu sinto muito - Sussurro para ele que ainda se encontra com os olhos fechados, o que faz com que o mesmo os abra segundos depois.

- Também sinto muito - Ele diz deixando um beijo na minha testa, e esse ato faz meu coração aquecer e derreter.

- Você consegue sair de seu quarto durante a noite ? - Ele pergunta quando eu ainda estou em seus braços, frágil demais para sair de seu conforto.

- As portas não ficam mais fechadas no nosso setor, faz menos de uma semana. Antes eu consegui abrir do mesmo modo - Eu digo o vendo erguer uma sobrancelha.

- Então estamos livres para fugir uhu ? - Rio da sua resposta.

- Claro que não, elas são monitoradas. E ainda no final do corredor a porta maior é trancada -  O vejo pensar antes de continuar.

- Venha no meu quarto, sempre que não conseguir dormir e eu vou cantar pra você - Ele sussurra para que ninguém ouça e eu apenas afirmo que entendi.

Os enfermeiros chamam todos para voltar aos quartos então levantamos caminhando lentamente até eles. Nós trocamos um pequeno sorriso antes de cada um entrar em seu quarto, e eu me encosto na parede assim que a fecho deixando um pequeno, mais ainda assim ridículo sorriso sair dos meus lábios antes que eu possa o impedir.