Capítulo 22

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 - Mas o que se passa contigo? Porque andas com esses comportamentos tão infantis? - Gritei, ainda surpresa por me libertar desta forma como nunca antes fizera. - Ages como se tivéssemos algum compromisso!

  Harry não reagia, limitando-se a observar, quase contemplando o meu primeiro ataque de fúria.

 - Só penso que são amigos muito próximos. - Ele tentava-se explicar, usando uma mão esticando, estranha linguagem corporal. - Porque nenhum amigo abraça da forma como ele abraçou. Foi só um comentário estúpido que saiu da minha boca de uma forma demasiado natural. Costuma acontecer. - Ele mantinha o olhar baixo, e visivelmente arrependido de ter provocado o copo cair e a água que o enchia demasiado, espalhar-se. - E se ele se estava a aproveitar de ti? - Ele levantou o olhar, com rugas visíveis na testa. - Quer dizer, aquilo parecia um abraço do género íntimo.

 - Primeiro que tudo, quem és tu para generalizar, ou catalogar os abraços que eu dou a quem  quer que seja? - Pensei, sendo racional e usando as palavras adequadas, escolhendo-as de um modo a chamar a sua atenção, fazendo-o perceber o que havia de errado nele para reagir assim. - Segundo, um irmão nunca teria segundas intenções para a sua irmã.- Finalizei, fazendo desaparecer qualquer vestígio de rugas na testa de Harry, claramente explicando-lhe a verdade do facto que eu mentira.

  Ele não dissera mais nada, e penso que finalmente lhe tinha dado razões para não desconfiar de nada e para deixar de ter aquelas infantis atitudes. Ele não se mexera do lugar, e assumi o controlo à sua frente, decidida a chegar ao castelo. Pela sombra, confirmei que me seguia, embora em silêncio e sem saber o que me dizer.

 - Promete que não voltas a agir dessa forma. - Pensei alto. Parecia lamechas, mas asseguradamente eu queria que ele deixasse de estar desta forma comigo. Na verdade, gostava até que ele deixasse completamente de "estar". Senti-me mal por pensar assim.

 - Desculpa, foi infantil.- Muito bem, é um bom começo. E é suficiente. Eu não queria saber de mais nada. Mas Harry revelou-me na mesma. - Mas senti uma espécie de atração por ti devido ao que tem acontecido, que felizmente já me abandonou. Foi uma onda de ciúmes estranha e inútil.

  Mas que raio?

 - Oh. - Foi tudo o que consegui dizer. Não é todos os dias que eu oiço as palavras que saíram há momentos da boca do rapaz que me tem irritado solenemente. Porém, souberam bem. E doces. 

 - É aquele, o teu irmão ? - Virei-me para ele, virando-me de seguida para a frente, seguindo a direção à qual o seu braço estendido apontava. Como eu ainda não o tinha visto ? - Bem, eu despeço-me agora. - Ele falou, parando de andar. - E desculpa mais uma vez. Sei que ainda iremos ser amigos. - Olhei-o na cara, vendo-o sorrir e comprovei o que duvidara no dia anterior. Ele tinha mesmo uma covinha situada na bochecha esquerda. E damn, eu ainda não encontrara nenhuma imperfeição no seu rosto.

 - Não há problema. Todos erramos. - Foram as palavras mais sinceras do dia que eu dissera. E não me importei de as gastar nele. - Sim, iria ser aborrecido estares a ouvir uma conversa entre dois irmãos.- Sorri para ele, mostrando-lhe que estava a ser honesta, ao mesmo tempo que afirmava que o perdoava.

  Ele despediu-se de mim com um simples adeus e um sorriso, aos quais eu apenas acenei, vendo os seus primeiros passos a afastarem-se. Depois, virei-me, avistando Louis a olhar-me, com uma estranha expressão.

  Sem receios, andei até ele, sorrindo-lhe. Infelizmente, ele não fez o mesmo, mantendo a sua cara que me começava a preocupar. Para piorar a situação, usou o suspense que se utiliza nos filmes de Hollywood.

 - Temos muito que falar. E sabes que quem diz o que quer, houve o que não quer. - Louis informou, confirmando as minhas suspeitas. Havia algo de errado. Algo de muito errado.

I Found You (An Harry's Fanfic) em PortuguêsOnde histórias criam vida. Descubra agora