Capítulo 11

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Julho, 2016 NY

Rodrigo havia me trago em casa e estávamos conversando quando ele perguntou se eu não estava prestes a entrar em depressão, devido a minha pequena crise de choro
há uns dias atrás, então eu falei sobre o meu plano de entrar na faculdade. O problema é que era uma coisa minha e de Fernando e, droga!, Rodrigo me irritou de forma que eu soltei.

Comecei a dar tapas em seu ombro quando me desequilibrei e ia caindo para trás, mas Rodrigo segurou-me pelo quadril, puxando-me em sua direção, de forma que eu cai em cima dele e minhas mãos seguraram o encosto do sofá. Empurrei meu corpo para trás e pude encará-lo, suas mãos apertaram um pouco mais meu quadril e meus olhos encontraram o seus, verdes e brilhantes.

-Obrigada.

-Eu não ia te deixar cair.

-Você não me suporta.

-Eu te atentava quando éramos crianças.

-Ainda não me suporta.

-E não era por isso que eu iria te deixar encontrar o chão.

Percebi que ele ainda me segurava e então me joguei para o lado e suas mãos me soltaram.

Ficamos alguns segundos em silêncio e então Rodrigo disse:

-Acho que devo ir.

Procurei minha bolsa e vi que estava do lado de Rodrigo.

-Pega minha bolsa, por favor.

Ele me entregou sem me olhar e eu peguei meu celular.

-São cinco da manhã, você vai embora cinco da manhã? Não tem medo não? - perguntei.

Não que eu quisesse que ele ficasse, mas, gente!, são cinco da manhã, pode ser perigoso.

-Julia, eu e Fernanda saimos das festas por essa hora e nunca aconteceu nada. Não estamos mais no Brasil. - disse ele se levantando -Você está bem mesmo? Não vai morrer no meio da noite?

-Você é um idiota! E eu não te suporto e não, acho que não vou morrer. - disse com um sorriso falso.

Ele deu um daqueles meio sorrisos.

-Tchau. - disse ele.

-Tchau e obridada... Por tudo, de novo. - disse eu e ele apenas sorriu.

🍁

Eu precisava comprar caderno, caneta, lápis... Essas coisa de escola e o único e grandioso problema era que eu não sabia onde ir.

Como solução, resolvi mandar uma mensagem para Fernanda:

"Hey Fernanda! Está de pé a saída para comprar os materiais escolares?"

A minha tristeza havia ido embora junto com a TPM e eu já não chorava igual aquela semana, mas também não saia de casa.

-E então Ju? Novidades sobre a Parsons? - perguntou Fernando se referindo a faculdade de artes que eu tanto almejava.

-Não Fer. Tenho pesquisado todos os dias pra ver se terá algum concurso, algum seletivo, mas não achei nada. Só que eu vou dar um jeito! - disse com esperança -Quero fazer moda e você sabe que pra mamãe aceitar tem que ser em uma faculdade renomada. - falei com angústia.

Continuei conversando com Rodrigo até receber uma mensagem de Fernanda.

"Claro, Ju! Esteja pronta amanhã às nove da manhã, eu e Alice vamos te buscar."

Welcome to New York - [ Projeto 1989 ]Onde histórias criam vida. Descubra agora