Capítulo 3

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Caio Oliveira/ Laranja, 24 anos.

Cerca de quatro horas depois, todos os Darkiness—que são apenas quatro— estamos dentro do jatinho junto com Yuri, nosso instrutor de 70 anos que está conosco desde que chegamos na A.S.A.
—Então o plano é o seguinte, vocês terão que ficar morando um tempo na favela.
—FAVELA?—Jackson grita encarando Yuri perplexo.
—Cala a boca Jackson! Deixa o Yuri terminar de falar.—Repreendo-o.
—Obrigada Maju.—Sorriu.—Continuando, o plano é o seguinte, nós inventamos uma história de que a familia de vocês, que eram herdeiros de grandes negócios acabou falindo, antigamente era chamada de Silva &CIA. Essa empresa faliu de verdade, era uma empresa de jóias e logo depois de um tempo, os donos ficaram endividados e não possuíam dinheiro nem para a fabricação e retirada de matéria prima. Então tá até aí todos entenderam né?—Assentimos.—Ótimo! O sobrenome e o nome de alguns de vocês irão mudar por exemplo do Dylan, será Daniel—Imediatamente Yuri foi interrompido por Dylan.
—Porque diabos Daniel?—Perguntou.
—Pois o seu nome não é de origem brasileira. E do Jackson será Junior.—Meu irmão mais novo assentiu.— O novo sobrenome de vocês será Trindade da Silva. Na entrada da favela, estarão vários capangas do Urso, ou seja, os caras que irão autorizar a entrada na comunidade. Então, a Maju dirá que há uma casa da bisavó de vocês, que encontrava-se abandonada e que vocês irão morar lá. A senhorinha que morava lá se chamava Ana Trindade da Silva, nós demos um jeito de comprar aquela casa. Até aí está resolvido! O plano será a Maju vai seduzir ou tentar algum contato a mais com o Urso, mas não pode ser de primeira, tu vai ter que segurar a linha e tentar "prender" ele pra você, quando for a hora certa, iremos acabar com ele.—Disse olhando para mim.—Fim do plano.
—Mas porque eu?—Pergunto indignada.
—Você é mulher, homem nenhum resiste aos encantos de uma mulher.—Yuri explica.
—Nenhum homem resiste, mas como é a horrorosa da minha irmã, aposto que ele vai querer é distância dela!—Disse Jackson tranquilamente. Os meus outros dois irmãos riram junto com o pirralho do Jack.
—Cala a boca.—Falei jogando a almofada que se encontrava há alguns minutos atrás no sofá, no Jack.

***

Após mais algumas horas desembarcamos no aeroporto Galeão. Pegamos um taxi que encontramos ali e fomos seguindo caminho até o morro.
É gente, eu estou fodida, literalmente. Só espero que esse tal de Urso seja um homem bonito e não um senhor gordo com mais de quarenta anos porque imediatamente irei dizer Abortar missão.
Depois de exatas uma horas chegamos no nosso destino, Morro da Rocinha.
Paguei o taxista e retiramos nossas bagagens do porta malas do táxi começamos, quer dizer, tentamos subir o morro.
—É gente, tudo isso por 50 milhões.—Disse Jack encarando o morro acima.
—Cala a boca Ja-Junior!-Falei dando um tapa nele.—Ninguém pode saber o que estamos fazendo aqui! Por acaso você esqueceu?—Pergunto, Jack balança a cabeça em negação e continuamos a caminhar, para falar a verdade nem começamos, um monte de homens armados com fuzis AK-101, nos pararam imediatamente. Mas o que tomou a frente foi um rapaz que deve ter aproximadamente a nossa idade. Tem cabelos castanhos, corte curto, olhos da mesma cor do cabelo, meio marombinha e possuía tatuagens no braço direito. É assim que eu gosto!
—Ow, podem ir parando aí! Onde que a patricinha e os playboyzinhos vão?—Patricinha? Ele me chamou de patricinha? Mal cheguei e tenho vontade de meter a mão na fuça desse desgraçado.
—Olá! Eu sou a Maju e vim com meus irmãos Theo, Daniel e Júnior, para morar aqui. —Falei sorrindo, tentando parecer simpática. Só tentando mesmo, porque com a cara desse daí eu não fui. Tomara que eles deixem a gente passar.
—Sou o Laranja, prazer. Mas não basta chegar aqui e morar, não é assim que funciona.—Cruza os braços na altura de seu peitoral malhado.
—Então como funciona?Eu tenho o endereço, é a casa da minha bisa, a dona Ana! Isso já não é o suficiente?-Falei mostrando o papel aonde continha o endereço. Atrás desse tal de Laranja, havia muitos homens que ficavam me encarando o tempo todo, tenho certeza que vou surtar aqui.
—E o que o povo de copa vem fazer aqui?—Laranja pergunta.
—Bem, acho que isso não cabe a você saber, não quero que todo morro saiba o motivo de estarmos morando aqui.— OW, TURN DOWN FOR WHAT.—Você pode até não querer falar isso para mim, mas vai ter que se explicar para o patrão. Mais tarde tu vai ter que passar na boca.—Assenti. Será que esse "patrão" deve ser o Urso?—Agora sobe antes que eu me arrependa da minha decisão.—Disse me entregando o papel que continha o endereço.—Macaco?— macaco? Tem macaco aqui?
—Fala maninho!
—Tu leva os nariz empinado até a futura casa deles. —Laranja falou me olhando dos pés a cabeça e mordendo o lábio inferior. A única coisa que eu poderia sentir era nojo.
—É...o que é a boca?—Digo gaguejando, tenho receio de perguntar.
—É o escritório do nosso patrão, pelo jeito a patricinha não deve saber onde é a boca, depois te mostro onde que é. — Disse Macaco abrindo sorriso malicioso. ALGUÉM ME SEGURA QUE EU VOU METER PORRADA NESSE AÍ! Eu sou bem estressada, só para não esquecer de avisar.
— Vamos por aqui.—Macaco foi indo na frente e encaro todo o morro. Não estou preparada psicológicamente e nem fisicamente para subir tudo isso, é hoje que eu vou estar à 7 palmos embaixo da terra.

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