Capítulo 4

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—Vamos por aqui.—Macaco foi indo na frente e encaro todo o morro. Não estou preparada psicológicamente e nem fisicamente para subir tudo isso, é hoje que eu vou estar à 7 palmos embaixo da terra.

***

Chegamos até a casa da minha "bisavó", a casa era humilde, sem reboco no lado de fora das paredes, pequena, mas nós vamos conseguir viver bem nela.
—Maju?—Disse Macaco.
—Oi?—Falei colocando minha mala no chão.
—É.. pode ficar a vontade aí, que por umas seis horas eu te busco pra ir na boca.
—Beleza. —Falei sorrindo.—Obrigada Macaco.—Falei dando um beijo na bochecha, o mesmo me encarou envergonhado. Não sou acostumada a fazer isso, mas fazer o que né? Tudo por 50 milhões. Entrei dentro da casa e estava toda organizada do jeito que gostamos, tenho certeza que a A.S.A veio aqui antes.
—Enfim chegamos.— Disse Jack se jogando no sofá.
—To cansadão.—Dylan falou se jogando ao lado do Jack.
—Ah eu também.—Theo fez o mesmo que meus irmãos e ficou esticado no canto do sofá.
—Ow bonecas, podem ir levantando aí! Quem é a fodida da história sou eu. Bora levantar e guardar as coisas. —Falei pegando no meu celular, merda são 17:30!
—Pior que é verdade mesmo, tu mal chegou e já vai ser comida pelo Urso.—Disse meu irmão mais novo rindo da minha cara.
—Vai se foder Jack!—Digo mostrando o dedo do meio para ele.—Eu que tenho que aguentar ser chamada de patricinha e os caras ficam me comendo pelos olhos, minha vontade é de pegar um calibre 12 e atirar neles.—Falei fingindo como se eu estivesse atirando.
—Também tenho essa vontade. Eu vi como eles estavam te olhando, parecia que eles nunca tinham visto mulher na vida.—Disse Theo.
—Vai que é isso mesmo, hein?Agora vai lá tomar um banho porque tu deve estar fedendo, daqui a pouco chega o chimpanzé e vem te buscar pra levar pra tripa!—Disse Dylan com seu jeito retardado de ser.
—É MACACO E BOCA! BOCA,DYLAN. Como tu é tapado, hein.—Falei revirando os olhos e subindo as escadas.
Chegando no segundo andar da casa, foi a coisa mais fácil achar o banheiro. Afinal a residência era bem pequena, coloquei minhas bagagens dentro do quarto que eu acho ser meu, pelo menos ele era todo branco e não rosa, se fosse dessa cor eu iria surtar. E por último retirei todos os produtos e roupas que vou usar no banho.
Abri o chuveiro e infelizmente não desceu água quente, tive que tomar banho gelado mesmo. Terminei meu banho de dois segundos e fui em direção ao meu quarto. Eu não havia levado bagagens, a única que eu trouxe continha armas, coletes, facas, tudo que seria necessário para concluir a missão.
Abri o guarda-roupa branco e encontrei vestidos rosas, estampados, roupas coloridas, que com certeza uma patricinha já utilizou em um dia, mas no meu caso eu era uma patricinha falida. Nem fodendo que irei usar essas roupas.
—MAJU! O CHIMPANZÉ TÁ AQUI TE ESPERANDO.—-Não preciso nem dizer quem foi que gritou. Merda, eu nem vou poder pegar outra roupa.
—É MACACO DANI! MACACO! TU NÃO APRENDE NÃO?—Grito.—EU JÁ DESCO, SÓ FALTA COLOCAR A ROUPA.
Encarei novamente aquele armário, só havia roupas que eu não gostava. Como eu não tinha tempo, peguei um vestido florido com um decote reto, cinturado e o resto soltinho. Calcei uma sapatilha clara e deixei meu cabelo molhado, não dava para secar. Passei perfume e desci
—Bora Macaco?
—Bora!—Disse levantando do sofá.
—Tchau brothers.—Falei acenando.
—Vai pela sombra Maju!—Disse Théo apontando para o ouvido, apenas assenti e toquei na minha orelha de modo que o Macaco não percebesse, o meu brinco era um aparelho de escuta, sempre tem que estar ligado, afinal os meus irmãos e a A.S.A estarão escutando.
Fui subindo o morro, conversando com o Macaco, mas ainda assim prestei atenção nos nomes das ruas, para depois dar a localização da boca.
Chegamos próximo a uma casa simples, feita de tijolos, apenas "decorada" com rebocos. Eu sabia que ali era a boca, afinal havia muitos homens armados na porta e no portão dessa casa. Macaco cumprimentou todos os capangas que estavam ali na frente, entramos na boca e logo fui revistada-deve ser porque eu nunca tinha aparecido ali-reparei que após a porta de entrada havia um extenso corredor que dava para algum local. Depois de atravessar o corredor da entrada, chegamos em uma espécie de "sala de estar", que estava com mais cara de puteiro do que um lugar aonde realizam negócios fora de lei.
Adentrando dentro da boca, o cheiro de droga e sexo impregnou no ar.
Fiz apenas uma careta e o Laranja apareceu.
—Bem vinda a boca.—Disse Laranja abrindo um enorme sorriso com orgulho daquele lugar que ele trabalha.
—Obrigada pela recepção.—Dei um sorriso falso, eu estou com nojo desse lugar.
—Macaco? Vai chamar o patrão!— Macaco assentiu e foi em direção às escadas, que eu não sabia a existência delas até agora. Fiquei olhando para os lados, observando o lugar e pude notar que os caras daqui me olhavam com desejo. Enquanto eu estava distraída, uma mulher de calcinha e sutiã desceu as escadas saindo do lugar de onde o Macaco subiu, a mulher me encarou dos pés a cabeça e assim foi se esfregar em outro cara, eu hein!
—Maju? Tu já pode subir!—Disse Macaco me cutucando. Nem percebi que ele tinha falado comigo, afinal eu estava distraída encara do aquela nojenta que me olhou com cara de nojo.
Fui subindo as escadas, sendo seguida pelo Macaco. Havia uma única porta no andar de cima, ela se encontrava aberta, então esperei para entrar.
—Pode ir entrando, ele não morde.—Sorriu.—Só se você pedir.—Disse Macaco com um sorriso travesso.
—Tá bem.—Dei duas batidinhas na porta, para que o Urso saiba que estou aqui, fui entrando e vi um homem de costas, com um porte físico invejável. Os músculos poderiam ser mais visíveis por causa da camiseta justa que o homem usava, ele parecia ser gostoso.
—Senta.—Disse com uma voz rouca e grossa, super sexy, quer dizer uma voz que molha a calcinha.
Me sentei na cadeira que havia na frente da mesa e aos poucos o homem foi se virando, quando ele virou se frente, quase morri do coração.

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