Capítulo 19

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—Jackson, eu estou cagando para o tamanho do meu pijama.—Digo colocando o fuzil nas costas. Desci as escadas e peguei a Ninja 600 do Urso e então daí em direção a boca.



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Dirigi a moto até a boca, estacionei-a de qualquer jeito e entrei correndo dentro da casa. Todos os bandidos que estavam lá me olhavam como se fosse um pedaço de carne pronto para ser devorado, credo.

—Ei, onde tá o Urso?—Digo desesperada.

—Tá lá em cima patroa.—Disse Macaco.

—Que patroa? De onde tu tirou isso?

—Tu atendeu o radinho dele não foi?

—Sim, eu tava na casa dele. —Digo irritada. —Não é por isso que eu sou patroa.

—Claro que é! Ele não deixa ninguém entrar na casa dele e muito menos alguém cuidando da Laurinha no meio da invasão.—Disse Macaco com um sorriso vitorioso.

—Ai Macaco, não me chama mais de patroa.—Falei irritada.
Fui  entrando direto no escritório de  Urso, no qual estava deitado em cima da sua mesa de "trabalho" com os meus irmãos e a menina do baile ao lado.

—Aonde foi o tiro?—Pergunto.

—No ombro esquerdo.—Disse me encarando.

—Nem em um tiroteio tu sabe se cuidar! Você só me dá trabalho.—Digo olhando para o ferimento que estava com uma aparência horrível.

—Quando que eu te dei?—Eu só fui contratada para prender ele.

—Theo, Dy-daniel e você que não sei o nome.—Digo apontando para a vadia que me olhava com uma cara de cu.—  Vão na farmácia, peguem pinça, agulha, linha, algodão, álcool, spray vocês sabem qual é, gases, luva cirúrgica, esparadrapo e tesoura. RÁPIDO! Antes que esse ombro piore.—Todos saíram rapidamente —Tira a camisa.

—Tá querendo ver meu tanquinho é?—Disse dando um sorriso safado.

—Urso, olhar você é a visão do inferno, agora cala a boca que eu tenho cuidar disso, vem levanta, preciso que tu tire a camisa. —Ajudei ele a tirar e o mesmo ficou me olhando dos pés a cabeça

—Não acredito que tu veio com esse shortinho! Tu pirou né?—Disse Urso estressado.

—Que eu saiba, eu estava na sua casa. Como você queria que eu trocasse?

—Passasse na sua casa antes. Essa porra tá mostrando a polpa de sua bunda.—Disse olhando para meu shorts.

—Você tá olhando pra minha bunda?—Falei fuzilando-o com o olhar e apertando o torniquete improvisado.

—Se tu não deixa eu pegar, só resta olhar.

—Nem isso você pode, Urso.—De repente, a porra do do escritório é aberta, na qual se encontrava meus irmãos e aquela vadia desconhecida.

—Tá todas as coisas aqui.—Disse Theo entregando-me a sacola com os medicamentos.

—Tá bem, não deixa ninguém entrar, pode haver contaminação.

—Tá certo, não deixaremos ninguém entrar. Tu não pediu soro fisiológico, luva cirúrgica e nem toalhinha mas eu trouxe.

—Tá bem, obrigada.— Retirei todas as coisas das sacolas, abri a embalagem e em seguida passei álcool nas minhas mãos, coloquei a luva cirúrgica  sentei no colo de Urso.

—Melhoras Urso! —Disse Theo.

—Melhoras Lobo!—Disse Dylan com sua demência de sempre. E então saíram do escritório.

—Valeu cunha!—Disse Urso.

—Cunha?

—Lobo?

—Por que diabos chamou eles de cunha?

—Oras, eles são meus cunhados. Esqueceu?

—Seus cunhados o caralho, só no seus sonhos amorzinho.—Digo irônica. Abri a tampa do soro.—Olha, pode arder um pouquinho tá? Mas relaxa que não dói, fica conversando comigo porque daí você se distraí.

—Tá bem, mas por que seu irmão me chamou de Lobo?—Disse Urso. Esterelizei a pinça com álcool.

—Porque ele é um demente.—Digo sorrindo.—Por acaso você quer beber? Quando você bebe é possível sentir menos dor.

—Não precisa, eu aguento.

—Fica quietinho, não vai doer muito.—Coloquei uma toalha na boca do Urso e retirei a bala com uma pinça. O mesmo deu um grito estrondoso.

—AI CARALHO! ESSA PORRA DÓI!

—Ninguém mandou levar um tiro. E para de ser fresco, Urso. Credo!—Peguei soro fisiológico e apliquei um pouco no ferimento.

—NOSSA! Essa porra arde pra caralho.—Reclamou novamente.

—Calma Urso! Fica quietinho. Olha dentro dos meus olhos e tenta se distrair, pensa em outras coisas —Me ajeitei no colo dele e a sua mão que não estava machucada foi direto para minha bunda.—Ei! Tira a mão daí! Tá pensando o que?

—Eu estou me distraindo. Tu não disse para me distrair?

—Eu disse para tu pensar em outras coisas.—Limpei o sangue que escorria no corpo.—Não colocar a mão na minha bunda!

—Nossa que chata! —Mesmo assim continuou apertando.—Então vou pensar você de quatro dando para mim pode ser?

—Urso, eu não sei se eu mando você se foder ou calar a boca, não decidi ainda.




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