Unicórnio

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TaeHyung

—Eu não quero que você fique lá mais do que o necessário. —Disse ela enquanto terminava de se arrumar.

Ela estava linda, como sempre, mas seu semblante era o de uma pessoa que estava prestes a entrar em uma briga e sabia que ia perder, e não o de uma pessoa que ia almoçar com os pais.

Eu me aproximo dela e a faço olhar para mim pegando seu queixo entre meus dedos e inclinando sua cabeça para trás. Ela levanta o olhar e encontra o meu enquanto eu coloco uma mecha de seu cabelo atrás de sua orelha e digo.

—Eu vou ficar bem Sarang.—Ela encosta a sua testa em meu peito e respira fundo antes de dizer, angustia dançando em seu tom.

—Mas eu não sei se eu ficarei bem vendo minha mãe tentar te fazer ficar desconfortável. — A vulnerabilidade em seu tom era como uma faca cravando em meu peito Eu detestava ver ela assim. Eu queria fazê-la sorrir, mais do que nunca agora. Minha mão deslizou do seu queixo até as suas costas e eu a apertei suavemente contra mim, deixando que ela ouvisse o som de meu coração e disse.

—Você não sabe se ela vai fazer isso .

—Sim, eu sei que ela vai.— Ela se afasta de mim, evitando me olhar no rosto e vai até a escrivaninha e começa a mexer em sua bolsa.— Nós devíamos apenas ficar em casa.—Ela me dá um olhar como se pedisse desculpas pelo que vai dizer e completa.— Uma desculpa convincente é mais fácil de achar do que lidar com isso.

Eu vou até ela novamente e a abraço por trás, a fazendo parar de fingir que está arrumando sua bolsa, e coloco meu queixo em seu ombro.

—Nós vamos ficar bem. —Eu enfatizo bem o nós, pois sei que é dessa afirmação que ela precisa. Afinal ela não está com medo por ela e sim por mim. —Nós temos o "unicórnio", lembra?

Ela me olha de lado e estuda meu rosto com um olhar intenso como se tivesse procurando algum indicio de que eu estava mentindo sobre isso. Ela não ia achar, pois eu não estava.

—Unicórnio, né?—Ela pergunta e eu a beijo, sorrindo.

—Sim, unicórnio. — Eu vi seus olhos suavizaram e ela então me deu um sorriso doce e gentil, se inclinou, beijou meu rosto, em seguida disse.

—Vamos, então. Vamos acabar logo com isso.

Eu sorri encorajadamente para ela e a soltei para que ela pudesse pegar suas coisas. Peguei o meu casaco em cima da cama e esperei na porta até que ela tivesse terminado. Quando ela andou até mim, eu passei meus braços sobre seus ombros, beijei a sua testa e nós caminhamos juntos para fora, até o meu carro onde eu abri a porta para ela entrar e dei a volta, para entrar eu mesmo e nos levar até a casa de seus pais.

Era uma sexta feira, o transito estava um pouco complicado, mas nada que fosse nos atrasar. A viagem inteira se passou em um silêncio nervoso por parte da Sarang. Eu peguei sua mão, antes de chegarmos, e entrelacei nossos dedos juntos, trazendo o dorso da dela até meus lábios e beijando-o. Ela sorriu para mim, mas esse sorriso nunca chegou aos seus olhos. Ela não ia relaxar até esse almoço acabar. Nem mesmo as minhas piadas a fizeram se acalmar um pouco, e olha que era sempre certeiro que minhas brincadeiras a fizessem sorrir. Mas não hoje.

Chegamos lá em cima da hora. A mãe dela era muito rígida com os horários me disse ela, e não atrasaria a hora de colocar a comida á mesa. Foi por isso que ela me fez parar algumas vezes, só para gastarmos um pouco de tempo.

Não estávamos atrasados, mas também não chegamos com tempo de sobra para conversarmos antes do almoço. Mas pelo olhar que a, supunha eu, mãe da Sarang nos deu quando nos viu entrar , parecia que estávamos com um dia de atraso.

My Little SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora