Train station

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Mais um capítulo, espero que gostem e por favor votem, comentem e divulguem a fic, até a proxima att. (:



Quatro dias depois, na escola, Harry afastou o olhar do quadro-negro e concentrou-se no livro de álgebra. Seus lábios estavam inexplicavelmente secos e ele desejou ter um protetor labial para não precisar ficar umedecendo a boca com a língua em intervalos curtos, como um bebê com sede.

O senhor Weedin decidiu terminar a aula mandando alguns alunos de álgebra II resolverem uma série de problemas no quadro. Os alunos de álgebra I tinham de fazer o dever, mas Harry só conseguia ficar tentando não olhar para Louis.

Os outros alunos já tinham terminado os problemas, mas Louis ainda estava fazendo o dele. Harry copiou a equação de Louis no caderno e começou a trabalhar nela. Mas, cada vez que tentava, alguma coisa dava errado. Depois de algumas tentativas malsucedidas, Harry levantou a mão.

- Senhor Styles, sua dúvida é sobre o dever de álgebra I? - perguntou o senhor Weedin. - Como você sabe, esta é a parte da aula dedicada à álgebra II, e prefiro concentrar minha atenção nesses alunos.

- Na verdade, senhor Weedin, não pude deixar de reparar no problema de Lou... no problema do lado esquerdo do quadro. Do jeito que está, é impossível de resolver.

- É mesmo, Harry?

- É sim, senhor Weedin. Mas, se o senhor trocar a segunda variável de negativo para positivo, que é como eu acho que deveria ser, aí o problema faz sentido.

Os alunos de álgebra I ergueram o rosto do dever e os mais velhos, de álgebra II, voltaram a atenção do quadro para Harry. Era a primeira vez que ele falava na sala. Além do mais, o senhor Weedin tinha reputação de ser meticuloso, de negar qualquer pedido de aumento de prazo e de nunca cometer erros. Desafiá-lo era algo significativo.

O senhor Weedin olhou para Harry por um momento, depois para o problema no quadro, depois para suas anotações. O silêncio fez o tempo andar mais devagar. Como que em transe, a turma ficou paralisada enquanto o senhor Weedin verificava as anotações e fazia um som de estalos arrítmicos.

Depois de algum tempo, o senhor Weedin limpou a garganta.

- Parece que você está certo, senhor Styles.

A turma suspirou ao mesmo tempo.

- Não tem problema, prof. Sei que você vai acertar na próxima - Louis sorriu.

O senhor Weedin se aproximou do quadro um pouco constrangido, fez a mudança necessária, e Louis resolveu o problema com um floreio.

Harry desviou o olhar de propósito quando Louis voltou para o lugar. Ele pensou ter visto Louis se inclinar na direção dele depois de se sentar, como se fosse dizer alguma coisa, mas o sinal tocou e Harry pegou a mochila e saiu correndo da sala.

Depois do triunfo em álgebra, Harry caminhou de volta para casa com uma leveza que não havia sentido ao longo de todo o ano letivo. Estava com vontade de compartilhar a vitória com alguém. Mas não podia contar aos pais, porque eles o acusariam de desrespeito ao professor. E também não ia contar a Gemma, que só encontraria um jeito de usar a história para diminuí-lo.

Harry viu a Orchard Street ao longe. Não falava com a amiga desde aquela noite estranha de sexta, quando tentou pedir um conselho sobre Louis. Ele chegou ao cruzamento e parou, pensando no que fazer. "Às vezes", concluiu ele, "o jeito mais fácil de fazer uma coisa é seguindo em frente". Ele entrou na rua e caminhou por dois quarteirões, até a casa de Becky.

One Man Guy | Larry Stylinson |Onde histórias criam vida. Descubra agora