Capítulo 15

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Feeeliz ano novo... (: 

— O que a gente vai fazer primeiro?

— Vamos mudar seu visual. O que você tem em mente?

— Só não quero mais usar esses shorts cáqui idiotas.

— Você tem de decidir como quer se vestir. As pessoas não se vestem bem por acaso. Tem de ser planejado, mesmo que pareça não ser. Acho que você precisa olhar algumas opções. Por sorte, sei aonde ir.

A brisa do verão aliviava o calor, e a umidade estava abençoadamente baixa. Harry e Louis cruzaram com um grupo de acrobatas de rua que pulavam uns sobre os outros em manobras ousadas ao som de música hip-hop na frente de uma escultura enorme de um cubo cintilante que girava e parecia um artefato do futuro.

Downtown é totalmente diferente da Milha dos Museus e do Central Park— comentou Harry.

— Isso que é o máximo em Nova York. Parece ser feita de mil cidades diferentes, todas enfiadas em uma pequena ilha.

— Tudo em uptown era limpo e organizado. Mas aqui é mais...

Relax? — sugeriu Louis.

Relax?

— É. Relax. E artístico. Downtown é artístico — disse Louis. — É uma boa forma de pensar no seu novo visual. Antes, você era limpo e organizado, como uptown. Mas, agora, vai descobrir o Harry de downtown, artístico.

— O Harry artístico — repetiu Harry a si mesmo.

Harry e Louis entraram em um pequeno parque cercado de ruas e lojas. Harry viu uma placa dizendo UNION SQUARE NORTH em uma rua próxima.

— Você precisa ver isso!

Louis pegou a mão de Harry e praticamente correu para o outro lado da praça, onde um grupo de garotos andava de skate em corrimões, rampas e escadas.

— Parece o que vocês fizeram lá na cidade — disse Harry.

— Essa é a nossa inspiração. Não importa que hora do dia seja, sempre tem um grupo de garotos aqui. Dá uma olhada neles! — Louis, disse, empolgado. — Manobra incrível, cara — gritou Louis para um skatista que pulou no corrimão com o skate, deslizou, girou no ar e caiu com tranquilidade.

O skatista respondeu batendo no peito duas vezes com a mão fechada e fazendo o sinal de paz para Louis. Depois de observar os skatistas por um tempo, Harry e Louis seguiram para o sul. Alguns quarteirões depois, viraram à esquerda, na Astor Place.

— Tudo bem. Sei que você não pediu, mas, se vamos transformar você, temos de começar com o cabelo.

— Louis, você pode se achar algum tipo de milagreiro, mas você não tem meu cabelo . Vou usar o cabelo assim até morrer.

— Você não conhece meu amigo Marco. O cara é um gênio.

Louis desceu uma escada debaixo de uma placa de barbeiro em que as palavras ASTOR HAIR eram formadas com lâmpadas brancas em um fundo preto. Harry seguiu logo atrás. Chegaram a um labirinto de espelhos e cadeiras de barbeiro tão escuro que Harry não entendeu como os barbeiros conseguiam ver os cabelos das pessoas, muito menos cortar. O lugar não tinha semelhança nenhuma com os salões iluminados com música de elevador no shopping, onde a mãe de Harry o levou durante toda a vida.

Tudo no local estava em movimento: barbeiros cortando impetuosamente, assistentes varrendo o chão com cuidado e barbeadores elétricos zumbindo com ousadia. Os clientes eram quase todos homens adultos, mas Harry viu garotos mais novos do que ele e alguns idosos andando pelo aposento com bengalas e andadores. Até os clientes que já estavam cortando os cabelos tinham uma aura de energia e discutiam animadamente política local ou esportes uns com os outros. Louis nem parou para observar o pandemônio. Foi direto falar com o barbeiro que estava no fundo do salão.

One Man Guy | Larry Stylinson |Onde histórias criam vida. Descubra agora