Capítulo 7

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Nota : Olá! Desculpa pela demora , espero que gostem do capitulo.


— Isto é sequestro! Não consigo acreditar! — exclamou Harry.

— É para o seu próprio bem.

— Mas eu nem tenho passagem. E como vou voltar a tempo para a aula?

— Você quer mesmo voltar? — perguntou Louis, se inclinando para a frente, desafiando Harry com o olhar.

— Não é questão de querer, Louis. Eu tenho de voltar — insistiu Harry.

— Harry, meu jovem, em certo ponto da vida, você vai aprender que tem uma diferença entre o que você tem de fazer e o que quer fazer. E, quanto mais cedo começar a escolher o que quer em vez de o que tem de fazer, mais feliz você vai ser. — Louis se alongou, esticando os braços acima do corpo, como asas. — Portanto, se você realmente quiser, pode descer em cinco minutos em Princeton Junction, mudar de direção no próximo trem e chegar na escola com, estourando, cinco minutos de atraso. Mas é isso o que você quer?

Harry refletiu enquanto o trem ganhava velocidade e a paisagem dos dois lados virava um borrão. Ele tirou a carteira de velcro do bolso e mostrou o que tinha dentro, um par de notas de cinco dólares amassadas.

— Você tem certeza de que dá para eu fazer isso com dez dólares?

Sua decisão corajosa arrancou de Louis um sorriso glorioso.

— Você vai descobrir que sou um homem de palavra. Vamos nessa. 

Seguindo por entre os passageiros vestidos para o trabalho, Harry foi atrás de Louis até o banheiro do outro lado do vagão. Louis se inclinou e sussurrou no ouvido de Harry:

— Entre ali, feche a porta e tranque. Quando você me ouvir bater quatro vezes, destranque e dê um passo para trás.

— O quê?

— Não faça perguntas agora, só faça o que eu mandar.

— Mas...

— Cala a boca! Está vendo o cara?

Louis apontou para o fiscal, que estava seguindo lentamente até eles, verificando e furando passagens no caminho.

— Estou.

— Primeira lição: se você quiser passar um dia inteiro em Nova York com dez dólares, não pode pagar a passagem.

— Mas isso não é roubo?

— Segunda lição: se não machucar ninguém, não é ruim.

Harry protestou.

— Meus pais sempre dizem que não existe essa coisa de crime sem vítima.

Louis revirou os olhos.

— Se você gastar toda sua grana para chegar à cidade, não vai ter dinheiro para fazer coisas divertidas quando estiver lá. Só faça o que eu mandar, tá?

Harry assentiu, e Louis se agachou e pegou fita adesiva, uma caneta permanente preta e um pedaço de papel-cartão na mochila. Com a caneta, ele escreveu rapidamente COM DEFEITO no papel.

— O que você está esperando? Vá!

Louis abriu o banheiro, empurrou Harry para dentro e fechou a porta.

Harry fechou o trinco de metal e se trancou no banheiro. O compartimento era pequeno, mas felizmente não estava sujo nem fedendo. Ele se ajeitou agachado no canto, sentindo a parede fria de metal. E esperou, sem saber o que fazer.

One Man Guy | Larry Stylinson |Onde histórias criam vida. Descubra agora