Epílogo

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Desculpem a demora e espero que gostem...


- Logo depois que você saiu da minha casa, fui até a pista de skate. Agora você sabe como ele pode ser - Becky falou para Harry, dando um soco no ombro de Louis de brincadeira. - Principalmente quando ele está com os desprezíveis.

- É desistentes - Louis estava se esforçando para acompanhar enquanto arrastava a mala gigante de Becky.

- Mas quando vocês fazem babaquices são desprezíveis - disse ela. - E ande logo. Não quero perder o trem.

- Becky, são cinco minutos da sua casa até a estação. Temos tempo à beça.

Harry ajeitou a tira da bolsa que tinha pendurado no ombro, pensando se não teria sido melhor ter vestido uma camiseta velha e sem graça de algodão em vez da camisa de mangas curtas de poliéster azul-clara que comprou na Housing Works. Mas uma camiseta velha ficaria feia com a calça jeans que tinha escolhido para usar naquele dia. Ele segurou melhor a mala pequena que estava puxando enquanto se perguntava como uma menina pequena como Becky poderia precisar de tanta coisa para passar uma semana fora.

- A única forma de você perder o trem seria se Louis e eu desmaiássemos de exaustão. E você pode me explicar por que não está carregando nenhuma mala?

- Lembra quando você era hétero e cavalheiro? - uma tira do macacão que Becky sempre usava caiu preguiçosamente do ombro. - Sinto falta daqueles dias. Você quer ouvir o resto da história ou não?

Harry assentiu com ansiedade.

- Então eu digo: "Louis Tomlinson, tenho um convite de jantar de Harry Styles para você" - continuou Becky.

- Todo mundo caiu na gargalhada - acrescentou Louis, com bom humor. Ele estava usando uma roupa especial do estilo Louis naquele dia: calça camuflada preta, e uma camiseta vermelha sem mangas com as palavras EU FAÇO, MAS NÃO COM VOCÊ na frente. - Eu fiquei muito constrangido. Mas claro que não ia demonstrar isso aos meus amigos.

- Então, ele me perguntou o que aconteceria se não fosse. E eu disse: "Eu prometi que faria você ir, Romeu". A essas alturas, todos estavam morrendo de tanto rir. E então Louis diz que aposta meus patins contra o skate dele para decidir se vai ou não.

- Por que você não me contou que foi assim que Becky o convenceu de ir ao jantar lá em casa no sábado? - perguntou Harry.

- E ainda tem mais! - Os olhos dela brilharam de malícia.

- Eu não quero me gabar - disse Louis -, mas sou bom na pista e sou bom no skate. Tão bom que é difícil imaginar um dos caras fazendo melhor, e menos ainda essa garota magrela de patins com cabelo ondulado que só conheço como melhor amiga do Polly-O.

- Eu fico alguns minutos só inspecionando o circuito. Você sabe, avaliando ângulos, entendendo o impulso, essas coisas.

- E então, bum, ela patina como se possuída pelo demônio - disse Louis. - Pula grades, dá voltas, patina de costas. Na primeira vez, arrasa. Sem dúvida. Ela se aproximou e disse que, se eu não aparecesse bem-vestido e causasse uma boa impressão, ela teria de me dar outra lição.

Harry riu com satisfação, pensando no quanto a primeira experiência de Becky com os desistentes foi diferente da dele com Jack no começo do verão.

- Preciso agradecer, Louis. Acho que meus pais nunca perceberam o quanto essa "coisa de patinação" era importante para mim até eu voltar para casa naquele dia e contar a eles como venci você. Foi por isso que decidiram me mandar para o acampamento de patinação, afinal.

Os três chegaram à estação.

- Vamos, garotos. Essas malas não vão andar sozinhas.

Louis e Harry trocaram olhares antes de puxar as malas até a plataforma.

- A sensação de pegar o trem sozinho é tão adulta. Tem certeza de que você sabe para onde vai? - perguntou Harry.

- Vou pegar a NJ Trans até Trenton, trocar de linha para a Amtrak, depois vou até Wilmington. O acampamento tem uma van que vai me buscar.

- E quem vai ajudar você a carregar essa merda toda na mudança de linha? - perguntou Louis.

- Vou ficar bem, rapazes, fiquem tranquilos. Ah, mal posso esperar! No primeiro dia, eles nos mandam fazer atividades para avaliar os níveis, sabe? Aí preparam o programa de acordo com cada um.

Becky continuou explicando os detalhes e nuanças da programação do acampamento de patinação até o trem parar na estação alguns minutos depois.

- Não morra de saudade de mim - disse ela a Harry.

- Impossível - respondeu ele.

E o trem a levou. Harry e Louis ficaram vendo-o desaparecer ao longe.

- Este verão está sendo um sonho - murmurou Louis.

- Eu sei.

- Odeio o fato de só faltar uma semana para acabar.

- Você entendeu tudo errado, Lou- disse Harry, passando a mão delicadamente pelo cabelo grande de Louis. - Este verão não é o sonho. Nós somos um sonho. Você e eu. E não importa a época do ano, desde que estejamos juntos.

- Gostei disso, Polly -O - Louis sorriu.

- Vamos detonar, você e eu - disse Harry.

- O que isso quer dizer?

- É de uma música do Rufus, palhaço. Quer dizer: Cuidado, mundo. Vamos fazer coisas doidas juntos.

- Vamos detonar, você e eu - repetiu Louis.

Harry se inclinou para beijar Louis enquanto a plataforma vibrava pela força de dois trens passando pela estação em direções opostas.

One Man Guy | Larry Stylinson |Onde histórias criam vida. Descubra agora