Capítulo 14

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Descemos para receber quem nos visitava e fiquei surpresa com a tal visita.
Ela estava altiva, olhava-me de cima a baixo, com a mão na cintura, sobrancelhas arqueadas com uma soberba que me irritou. Mesmo sem ter noção de quem era, meu coração saltava do peito. Minhas mãos gelaram e quando olhei para Igor, vi seu rosto transformado, enxerguei ódio em seu olhar.
- O que faz aqui? - Perguntou quase gritando. Para acalmá-lo peguei em seu braço, como se quisesse confortá-lo.
- Não me convida para sentar querido? - Disse dissimuladamente.
- Não creio que fique por tempo suficiente, Daniela.  - Disse pausadamente o nome dela. Fazendo-me estremecer.
Fiquei tão mal, que sentei quase desmontando no sofá.
Ela sorriu e sentou-se no sofá de frente a mim, abriu a bolsa, pegou um cigarro e acendeu, tragando e soltando a fumaça para o lado, cruzando as longas pernas.
- Ouvi dizer que se casou. Esta ai é sua esposa? - Indagou, apontando para mim de maneira irônica.
Igor tentou se controlar, sentando-se ao meu lado. - Sim. Esta é Fernanda, minha mulher.
Daniela sorriu debochada. - Acha mesmo que conseguirá fazer com que ele me esqueça querida? - Perguntou.
- Igor meu amor, pode, por favor, nos deixar a sós? - Pedi sem deixar de encará-la.
- Não Fernanda. Ela nem devia estar aqui. Vou chamar o segurança. - Falou virando-se para mim.
O encarei e minha voz ficou mais suave. - Por favor! - Insisti. Ele então se levantou e saiu, nos deixando sozinhas.
- Qual é sua intenção Daniela? - Questionei.
- Por que acha que tenho alguma intenção? - Retrucou.
- Não sou ingênua querida. Se deu ao trabalho de nos visitar, mesmo sabendo a raiva que provoca em Igor. Achou que sua presença me faria temer algo? Infelizmente para você, nasci preparada para tirar da vida de quem amo, qualquer erva daninha que possa querer fincar raízes em meu território.
- Falei sem deixar de encará-la.
Ela soltou uma gargalhada satânica. - Acha que sou uma erva daninha, mas está enganada queridinha, sou seu pior pesadelo. Sou a pessoa que assombrará seu casamento. Igor me pertence e mesmo que estejamos momentaneamente distantes, meu domínio sobre ele é visível.  Só vim até aqui hoje para ter certeza de que, ele ainda me ama e pelo modo como ele reagiu, tenho certeza. - Disse levantando-se.
- Só não esqueça Daniela. Estou muito proxima dele e a guerra só começou. Quanto aos sentimentos de Igor, pense bem, pois tudo na vida muda.
Agora se é só isso, peço educadamente que se retire da minha casa. - Dei ênfase na palavra minha. Fazendo com que ela me olhasse com raiva. Eu apenas sorri e me levantei acompanhando- na até a porta.
Assim que retornei para a sala, Igor me olhava de modo indecifrável.
- Quer dizer algo? - Perguntei.
- Não sabia até este momento o quanto poderia admirar uma mulher. Você tem uma força interior, isso a torna tão sexy e interessante. - Disse se aproximando, tomou-me em seus braços e me beijou intensamente. Meu coração batia descompassado. Sentia-me flutuar. Algo dentro de mim mudava. O meu desejo por ele, aumentava a cada movimento de nossas línguas. 
Suas mãos percorriam o meu corpo, como se tocassem minha alma. Sentia-me entregue a ele.
Neste momento, ouvimos alguém se aproximar.
- Desculpe senhor. O jantar está servido. - Avisou uma das empregadas, nitidamente sem graça. Ele agradeceu e abraçado a mim, sorriu.
Fomos para a sala de jantar e comemos, nos deliciando com um vinho pré selecionado por Igor anteriormente.
Após o jantar nos arrumamos para dormir.
Como estava sem sono, peguei um livro e comecei a ler e Igor fez o mesmo. Ficamos ali, por horas lendo e apreciando nossa companhia, mesmo em silêncio, sentados na cama, estávamos um ao lado do outro.
Duas horas depois, fechei o livro e o coloquei em cima do criado mudo. Deitei apagando o abajur do meu lado da cama.
- Boa noite Igor. - Falei virando-me de costas para ele.
- Boa noite Fer. - Respondeu fechando o livro e deitando-se em seguida.
Na escuridão do quarto, desejava que ele se aproximasse de mim, que me abraçasse. Ansiava por sua pele, por seus beijos, pelo calor do seu corpo.
Ele não estava de costas para mim, isso me ajudaria a provocá-lo.
Sutilmente, fui aproximando minha bunda dele, assim que encostei, senti seu pênis duro e o calor do seu corpo esquentou-me instantaneamente. Cheguei a gemer, ao senti-lo, mais próximo. Ele me abraçou, beijando meu pescoço.
- Fer meu corpo reconhece o seu. Quero você - Disse em meu ouvido, me fazendo ficar molhada de desejo.
Me virei para ele o beijando na boca. - Não tanto quanto eu te quero, meu amor. Por favor, toma-me. - Sussurrei.
Ele  me virou de costas e colocou a mão por dentro de minha calcinha, massageando minha vagina e fazendo-me estremecer.
Comecei a movimentar meu quadril de acordo com os movimentos de sua mão em mim. Quanto mais ele me excitava, mais desejava que ele me penetrasse. Queria senti-lo dentro de mim.
Me virei e sentei em cima dele.
- Que esta noite, deixemos de ser eu e você, para nos tornarmos nós. - Disse em seu ouvido. Ele me penetrou e cavalguei insistemente, fazendo-o gemer alto.
- Fernanda! - Gemeu dizendo meu nome.
Quase não aguentei de emoção, ali percebi que ele estava comigo de corpo e mente. Beijei sua boca com paixão.
- Que bom que está comigo. Te desejo mais do que tudo Igor. - Falei passando a língua em seus lábios, provocando-lhe ainda mais.
Ele me virou de costas e intensificou seus movimentos dentro de mim. Sentia-me completa e segura com ele dentro de mim. Como se o mundo fosse perfeito e não precisasse de mais nada. Ali tive certeza da junção de corpos que se unem em uma só alma.
Gozamos freneticamente ao mesmo tempo e ao invés dele me soltar, continuou dentro de mim, abraçado de conchinha, adormecemos satisfeitos.

" O encontro de dois corpos e dois corações, é sem dúvida nenhuma, a junção de uma única alma"

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