Capítulo 3

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Acordei muito cansada, estava literalmente exausta mentalmente fiquei até as duas da manhã revirando-me na cama, pensando naquele homem divino.
Tomei um banho, me vesti e fui dar aula, acabei passando um filme para os alunos " Ao mestre com carinho", pedi um resumo e a opinião particular de cada um sobre o filme.
Cheguei em casa, nem almocei, tirei a roupa e me deitei, na intenção de dormir o resto da tarde, mas quando estava quase pegando no sono, meu celular vibrou, então desbloqueei a tela e la estava uma mensagem SMS do endereço de Igor.
Resolvi não pensar naquilo, mas precisava ligar para Fabiula, mandei mensagem para ela vir a minha casa, então adormeci.
Mais tarde acordei com alguém tocando insistentemente a campainha e contrariada fui atender.
- Você estava dormindo? Porque me chamou então? - Perguntou Fabiula nervosa entrando pela porta e deixando-me desnorteada.
- Desculpa amiga, estava muito cansada, senta ai - disse bocejando.
- Fala logo vai, não estou aguentando mais de curiosidade.
- Ontem fui encontrar meu futuro marido - falei.
- E ai? Como ele é? - Perguntou.
- Ele é quase perfeito. Lindo, culto, rico e gostoso demais, mas extremamente frio - respondi.
- Porque ele quer casar com alguém que coloca um anúncio se é tudo isso?
- Ai que está. O avô dele é bem tradicional, parece que a família dele, tem uma multinacional, o avô decidiu dar a presidência da empresa ao neto que lhe der um bisneto legítimo de um casamento normal homem-mulher. O problema é que ele disputa com o primo único dele que é gay e casado com outro homem, ele tem dois meses para se casar ou um dos diretores da empresa fica como presidente vitalício. - Expliquei.
- Entendi. Então este velho teve dois filhos que deram a ele dois netos, um é gay e o outro um bonvivã. Ele disse algo sobre pré-nupcial?
- Sim. Por isso chamei você. Ele levará o advogado dele e quero você comigo.
- Quando será o encontro? - Perguntou.
- Hoje as oito da noite, na casa dele - respondi roendo a unha.
- Bom, agora são seis e vinte, vou em casa tomo um banho e passo aqui pra te buscar as sete e meia, pode ser?
- Tudo bem - respondi a acompanhando até a porta.
Assim que Fabiula saiu, fui ao guarda-roupas e escolhi uma calça jeans e uma blusinha branca, peguei um colar para deixar o look mais sofisticado e completei com um scarpin nude.
Tomei banho, sequei o cabelo e fiz uma make bem leve, coloquei a roupa, os sapatos e me olhei no espelho. Achei interessante o que vi.
Peguei meus documentos e ouvi a buzina do carro de Fabiula. Peguei as chaves da casa e sai.
Fabiula colocou o endereço no GPS e seguimos para Barueri, a casa de Igor ficava num condomínio no Tamboré dois.
Assim que chegamos o porteiro pediu nossas identidades e entrou no sistema para ver nossos antecedentes criminais, assim que terminou, interfonou para Igor que liberou nossa entrada.
A casa era coisa de cinema, a porta de entrada tinha uns três metros. Fiquei impressionada.
Um homem bem vestido nos atendeu, nos levando a umas das muitas salas da mansão, onde Igor e seu advogado nos aguardava.
Quando apresentei Fabiula, percebi sua surpresa. Ela arregalou os olhos para mim, como costumava fazer quando estava impressionada com alguém, quase tive uma crise de riso, mas me contive.
O advogado de Igor era alto, negro e lindo, um Deus de Ébano. Feições delicadas, nariz fino e lábios levemente grossos. Os dois tinham belezas distintas.
- Este é Frederico Coltri meu advogado e amigo - Igor disse apresentando o advogado que abriu um sorriso lindo.
- Muito prazer Frederico - cumprimentei apertando sua mão.
- Esta é Fabiula Fazano Alvarez, minha advogada e prima - disse apresentando a para eles. Percebi Frederico a olhar de modo diferente. Fabiula é bonita e loira, não é difícil ver os homens babarem por ela.
- Sentem-se, por favor - disse Igor observando-me de cima a baixo e deixando-me constrangida.
- Obrigada - agradeci desvencilhando o olhar e sentando-me.
- Preciso saber como viverão depois de casados - disse Fabiula.
- Como assim? - Perguntei surpresa.
- Normalmente quando alguém se casa sem conhecer a pessoa tende a pedir um pré-nupcial e deixar claro, que o casamento não será tradicional - explicou fazendo os homens a encararem.
- Isso é um negócio, não um casamento por amor - continuou Frederico.
Tentei ficar menos desconfortável no grande sofá, mexendo-me e Igor percebeu meu desconforto.
- Será um casamento, mas teremos algumas coisas diferenciadas - disse Igor me olhando.
- E o que seria? - Perguntei.
- Faremos sexo somente até que engravide. Depois disso ficaremos como companheiros de vida, sem relações íntimas. Se quiser o divórcio, só poderá pedir depois de dois anos que nosso filho nascer, ou perderá o direito ao meu dinheiro e ainda pedirei a guarda integral do nosso filho, sem dinheiro dificilmente conseguirá ficar com a guarda - ele falava com uma frieza e eu sentia que fosse desmaiar. Ele queria realmente um negocio, não um casamento, mas para o azar dele eu adoro um desafio e decidi destruí-lo. Ele vai ver quem vai querer um casamento no fim das contas, vou fazer este homem se ajoelhar nos meus pés.
- Concordo, mas você não poderá pedir divórcio e nem dormir fora de casa. Terá que acompanhar-me em todos os eventos que eu for e dormir na mesma cama que eu no primeiro ano de casamento - exigi.
- Tudo bem - concordou.
- Se você me trair quero cinco milhões e ganho o direito ao divórcio antecipado e abrirá mão da guarda de nosso filho - continuei.
- Sem problemas, contanto que seja fiel neste tempo também - concluiu.
Fabiula e Frederico nos olhavam absurdados.
- Você trouxe seus documentos? - Perguntou Frederico.
- Sim aqui estão - respondeu Fabiula entregando-os.
- Vou fazer cópias e devolvo amanhã, depois de dar entrada no pedido de casamento no cartório - respondeu.
- Sem problemas - respondi.
- Ah! Mais uma coisa, não quero que trabalhe mais, a partir do dia que casarmos, você ficará responsável pela administração da casa, aqui tenho um mordomo, um motorista e mais quatro empregadas - disse Igor.
- Isso é sério? Vou ter que abandonar meu emprego? - Perguntei contrariada.
- Sim - Igor respondeu irredutível.
- Está bem - respondi bufando.
Colocamos mais algumas cláusulas no pré-nupcial e depois jantamos os quatro.
A comida não descia direito. Tive que comer sem vontade. Queria mesmo era jogar o prato na cara de Igor, mas eu resolvi colocar o anúncio e sentia-me desafiada por ele.
As onze e meia Fabiula e eu nos despedimos e fomos embora.
Ela foi o caminho todo falando que eu estava louca em aceitar um casamento de aparências, logo eu que sempre fui a romântica, aceitar isso, mas esfava decidida e ela respeitou.
Cheguei em casa e fiquei a madrugada toda pensando em como fazer da vida de Igor um inferno, mas fui vencida pelo sono.


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