Capítulo I

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Quatro anos. Isso mesmo. Faz exatamente quatro anos desde que ele me deixou. E o pior é que ainda o amo.

Já tentei esquecer esse amor que não acaba. Mas foi em vão. Já sai com alguns cara e tentei namorar com uns três, mais o namoro nunca passou de seis mês.

Certa vez namorei com o Carlos. Um ótimo rapaz, olhos castanhos, moreno e alto. Ele era super fofo, me levava pra sair e não tinha pena de gastar dinheiro comigo. Tentei ver nele mais que amizade. E estava até dando certo, até ele descobrir do meu filho. E ele não gostou nada. Ele era daqueles caras que gostava de mulher virgem.

Éh. Tenho um filho.
Agora meu filho já tem quatro anos. Não foi fácil cuidar dele. Mas com os amigos que eu tenho eu consegui. O lindo sorriso do meu filho me alegra em qualquer momento.

-- Mamãe o que ocê tá pensando?-- disse meu filho me fitanto.

-- Nada Miguel. Venha aqui. -- ele veio até mim e o abracei, ele estava com cheiro de sabonete lavanda.

-- Mamãe tá pensando no papai meu é? -- comecei a rir. Meu filho era realmente uma rapaz muito esperto.

-- Não meu amor. Dessa vez não. -- Me levantei e fui até a cozinha e fiquei olhando vista pela a janela em frente a pia. Tinha um jardim.

Sempre amei flores. E o meu jardim encantava qualquer um. Eu até conversava com minhas plantas para elas não ficarem triste. Quando eu era criança até cantava para as plantas da minha mãe.
Minha atual casa não era muito grande. Era bem pequena. Demorei compra-la. Mas era bom ter algo seu. Tinha dois quartos. O meu era bem simples com uma cama, guarda roupa e um criado com algumas fotos de momentos marcantes em minha vida. O quarto do Miguel era a mesma coisa, a diferença que tinha brinquedos. Ele tinha milhares. A sala tinha um sofá de dois lugares e uma Tv colocada com um suporte direto na parede. E a cozinha tinha um armário simples, fogão de quatro chamas e uma geladeira. Realmente era só o básico, porque minha situação era complicada e tinha seus custos.

O segundo cara que tentei namorar era o Guilherme. Ele era uns cinco centímetros maior que eu, e seus olhos era cor de mel. Olhos que eu ficava encantada toda vez eu o olhava.

Ele dizia que trabalhava muito, e para mim estava ótimo, não aguentava homens no meu pé. Nos víamos a cada quinze dias.

E depois de três mês de namoro estávamos em um restaurante. Ele disse que ia ao banheiro e esqueceu o celular em cima da mesa. E o celular começou a tocar. Não atendi. E começou a tocar de novo. Fiquei irritada e fui atender. Estava escrito "mãe".

--Seu filho da mãe, cadê você? seu filho tá esperando você trazer o remédio. — disse uma mulher que pela voz dava para perceber sua irritação.

--Oi, hum ele foi no banheiro. Quando ele voltar falo para ele retornar.-- isso não estava me cheirando bem. Não mesmo. Quem era essa mulher? Tentei reconhecer a voz, mas não consegui.

-- E quem é você? -- ops! Alerta vermelho. Ela liga no número do meu namorado e quer saber quem sou eu? Não gostei nada disso.

-- Hum, melhor dizer que sou uma amiga.--  Espera, eu falei que sou uma amiga? Sério? Se no número estava escrito "mãe" porque eu menti? Por mais que também somos amigos. Odeio mentir e acabei de fazer isso. Já estou me sentindo com a consciência pesada. Eu posso desmentir, mas tem algo errado nessa história, melhor eu descobri primeiro. Meu namorado me deve muitas explicações.

-- Então me faz um favor, fala que a esposa dele ligou, que o filho dele ainda tá passando mal e precisando dele. — Suspirei bem fundo, que história é essa? O cara tá namorando comigo e tem umas esposa é um filho? Não acredito! Sentimentos de raiva e incredulidade dominam meus pensamentos.

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