Capítulo 15. É importante confiar.

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"Você não pode simplesmente vir dizendo que estava bêbado, Louis, você consegue se controlar, isso não é desculpa por ter falado tudo aquilo pra mim como se eu não tivesse nenhuma merda de sentimento." Eu aviso, dentro da antiga sala do meu pai, depois de um trabalho, um estuprador agora vai pagar pelos seus pecados longe do que chamamos de Terra. Louis está fazendo suas exigências diárias.

"Você tem que treinar o seu tiro, não está mais com a mesma habilidade, parece que algo está te impedindo de ser boa."

"Você pelo menos ouviu o que eu disse?"

"Você deveria já ter se acostumado com as merdas que eu falo."

"Eu não posso me acostumar com o que não me agrada."

"Então como se acostumou com a vida que leva?"

Por um momento, eu me pego em silêncio, ele realmente consegue me deixar em situações críticas, me fazendo perder a fala, eu fecho os olhos por um segundo e respiro, mudo de assunto.

"Por que tenho que voltar a treinar?"

"Aperfeiçoar a sua pontaria."

"Eu acho que já sou boa o suficiente, meu antigo treinador sempre dizia isso."

"Seu pai achava que era bom o suficiente."

"E não era?" Digo, ele me olha, e eu já tenho ideia da resposta do que acabei de perguntar. Como ele pode achar que meu pai não era bom, sendo que ele já fez tudo isso por mim, por ele.

Me pego tentando imaginar a vez que meu pai falhou, mas uma batida na porta me tira das minhas questões particulares.

"Você vai com o Zayn." A porta abre, o lábio cortado do jovem de casaco na minha frente me faz ter ainda mais interrogações. Eu abro a boca para dizer alguma coisa mas sou interrompida pela voz arrastada.

"Está na hora?"

"No momento certo, Malik. Sem você não seríamos nada, soube que livrou Maurhen do maior grupo de fodidos da Europa, parabéns."

"Estou apenas fazendo o meu trabalho." Sinto os olhos dele em mim, assim que meu corpo fica desconfortável. "Não é, Indiana?"

Não, Zayn.

"Maurhen." Lembro, corrigindo, por mais que tenha dito a ele qual era o meu verdadeiro nome. Um frio passa pelo meu corpo e não é um pressentimento muito bom. Louis me olha, eu desvio o olhar.

"Ela precisa treinar tiro, por mais que a pontaria seja boa, é sempre bom melhorar. No último trabalho, ela fracassou."

"Eu não sou uma máquina de assassinatos."

"Mas deveria ser. Antes de compartilhar informações da sua vida para qualquer pessoa, você poderia prestar mais atenção no trabalho, Indiana." Ele fala baixo com a intenção de não fazer o Zayn ouvir, mas ele não é idiota, me lembro da noite com ele na rede de restaurantes, o modo como Louis fala deixa claro o seu desgosto, não pelo Zayn, mas por mim, começo a andar e penso em deixar os dois conversando, mas como sempre os passos de Zayn me acompanham, sinto o vento frio de Londres chocar minha pele quente.

"Ele é um grande idiota."

Eu escuto e olho de canto, por que ele sempre parece irritado? Ele percebe que não vou dizer nada, puxa o ar para falar mais alguma coisa.

"Então, a marrenta precisa de treinamento."

"É só me deixar junto com meu antigo treinador."

"Quem é esse?"

"Louis não disse quem é?"

"Seu treinador sou eu."

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