Capítulo 21. A sua vida está sob minha responsabilidade.

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"Já tem um plano?" Ele sussurra, antes de pensar no armamento, eu começo a pensar, eu já tinha bolado um plano, mas eu balanço minha cabeça negativamente e lanço um sorriso, abrindo a porta, ele vem atrás de mim.

"Você é sempre assim, não é, garota?"

"Assim como?"

"Misteriosa, nadando em seus próprios pensamentos."

"Realmente, mistério é o meu gênero de filme favorito, garoto."

"O que vai fazer?" Ele se rende em perguntar, eu agradeço mentalmente.

"Fazer parecer suicídio." Eu digo, ele abre o porta malas pra mim, abro uma bolsa lá de dentro e pego o sedativo e luvas, junto com a minha arma, que vou usar como proteção. "Só espero que tudo coopere."

Caminhamos meia quadra em silêncio, até chegarmos em uma casa pequena e esperarmos quinze minutos observando o ambiente. Aparentemente, o homem estava sozinho em casa, apenas a luz da sala ligada, com a televisão passando alguma novela barata, demos a volta na casa, e eu gemi quando quase torci meu pé em um buraco, no gramado mal cortado, Zayn nem se preocupou em saber se estava tudo bem, eu suspirei e continuei andando, uma leve dor me acompanhou todo o caminho, mas era fácil de suportar enquanto eu caminhasse.

Encontramos a porta que planejamos em entrar, e para a minha sorte está apenas encostada, um sorriso de satisfação se faz no meu rosto e eu abro, um ranger atrapalha nosso silêncio calculado mas o mesmo parece não ter causado problemas, as luzes estão acesas, o que é bom, eu pego a minha arma para entrar mas quando vejo, Zayn toma a minha frente e sem preocupação anda pela casa com sua arma em mãos, eu vou logo atrás dele, assim conseguimos ver a sala, e a cabeça de um corpo gordo pode ser vista jogada no sofá confortavelmente. É ele, o velho porco que já matou meninas lindas por puro desejo sexual, uma ânsia passa pelo meu estômago, eu puxo do meu bolso um frasco de sedativo e seguro, um líquido que poderia derrubar qualquer homem.

"Fica aqui por enquanto." Zayn volta alguns passos, segurando em meus quadris, eu recuo, mas não pelo seu pedido, mas pelo seu toque.

"Eu preciso entrar com você." Sussurro também, mas tento não manter contato visual com Zayn. "Você é meu segurança, mas se ir sozinho e o maluco tiver uma arma vai ser prejuízo para nós dois, quer que eu morra?"

Vejo sua garganta engolir seco, ele também mantém distância em seu olhar e eu compreendo isso, mal humor estampado em seu rosto.

"Tudo bem." Ele diz baixo, como se os seus pensamentos não estivessem me xingando por inteira, eu olho para trás dele e um frio passa pelo meu corpo, eu tento me mover rápido e esticar meu braço além do ombro do Zayn, apontando a arma para o velho porco, mas ele faz o mesmo que eu, na direção do Zayn. Ele atira, mas a sua pontaria está prejudicada pelo pavor, no mesmo momento atinjo na perna esquerda dele, assim que Zayn se vira, vejo o corpo cair no chão, as batidas do meu coração estão em milésimos, o homem me olha ainda mais assustado enquanto eu ando e continuo com a arma nele, talvez porque eu sou uma mulher e na cabeça dele as mulheres só servem para o sexo que ele faz ser obrigatório, talvez ele tivesse matado a sua esposa por não o satisfazer do mesmo modo que as moças jovens que ele estuprou o fariam, eu afasto dele a arma que ele deixou cair no chão, por mais que pelas minhas conclusões esteja descarregada agora, eu vou precisar dela para fazer com que seja essa a arma que ele usou para a própria morte, ou para que pelo menos pareça.

Zayn observa o local e me avisa que por sorte estamos sozinhos com o velho porco, eu saio dos meus pensamentos que imploram por sair pela minha boca, e dizer ao velho porco o quanto ele é nojento, mas não consigo.

Eu mais do que ninguém, gosto de apelidos.

Deixo a minha arma no balcão ao meu lado, e novamente puxo do bolso o meu sedativo, que é tão inocente quanto um remédio para dormir, só que o seu efeito é com certeza dez vezes mais eficiente, com minhas unhas não tão compridas, abro a boca do homem e despejo lá dentro o líquido azul, o velho porco, que está quase desmaiado pela dor de ter uma bala de chumbo nos músculos da perna esquerda, tem os olhos quase fechados como uma criança que adormece em seu berço.

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