Capítulo 22. Um ótimo dia para frustrações.

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      Eu estava correndo, em algum lugar deserto e ensolarado, meus pés pisavam em um gramado seco mas que para mim agora se assemelhavam ao algodão, eu estava feliz, dava para se notar, meu sorriso largo lutava para aparecer ainda mais, enquanto meus músculos me moviam numa corrida despreocupada, eu não sabia exatamente para onde estava correndo, mas algo me dizia que eu não estava fugindo de ninguém dessa vez. Eu olhei para trás e parei de correr ao perceber que a pessoa que me fazia companhia ficou parada no ponto de partida, de costas, eu sabia que Zayn não estava com o seu melhor humor, então eu chamei.

"Zayn, está tudo bem?" Quase gritei por causa da distância, o sol esquentava minha pele de uma forma agradável e eu me sentia viva, olhei para o céu cheio de nuvens enormes que faziam o cenário ficar ainda mais lindo. Deslumbrante.

Eu não tive resposta, então eu comecei a voltar caminhando, ele não virou pra mim, estava de cabeça baixa, eu vejo seu braço se mover e pegar a arma na cintura, eu paro de andar.

Ele não faria isso comigo, eu pensei.

"Zayn." Eu tento, a imagem do homem lindo e com barba se desfaz assim que vejo o rosto do velho homem que tive que tirar a vida noite passada, eu tento soltar um grito, mas nenhum som sai da minha boca, ele ameaça atirar, colocando o dedo no gatilho da arma.

"Por favor, não faça isso." Eu abaixo a cabeça, na esperança de esquecer o rosto do homem.

"Eu faço isso por você, filha." Eu olho, mas que diabos, agora ele era meu pai? Minha cabeça gera uma confusão e enquanto tento entender tudo, eu escuto o disparo, meu coração dispara assim que ele cai no chão, desta vez o meu grito de desespero consegue se espalhar no espaço.

Abro meus olhos.

Vejo Zayn parado na ponta do meu quarto, agarro as minhas cobertas e escondo meu rosto assustado, meu coração parece ter pulado do peito, tento uma respiração profunda, mas meu pulmão parece ter perdido todo o fôlego.

"Porra, dá pra parar de estar em todos os lugares?" Eu resmungo, o som da minha voz sai abafado e eu lembro que estou apenas com camisola. Ele me observou dormir?

"Teve um pesadelo de novo?" Eu o olho, e uma boa parte de mim agradece que aquilo não passou de um sonho.

"É, acho que sim." Respondo, ele concorda com a cabeça e cruza os braços.

"Você me observou esse tempo todo?" Eu pergunto, ele não me responde e anda para fora do quarto, eu levanto uma sobrancelha, e ainda tomada pelo sono, tento não prestar atenção na sua grosseria, mas minha atenção volta para ele quando entra no quarto com duas maletas e joga as mesmas na minha cama, eu olho para as maletas, olho para Zayn.

"Todas suas." Eu logo lembro da grande quantidade de dinheiro que seria entregue pelo trabalho de ontem, então levo minhas duas mãos até os fechos de uma das maletas prateadas, meu queixo cai de leve assim que vejo maços de notas verdes e verdadeiras diante de mim. "Na verdade, uma parte disso vai para o Louis, então só uma maleta é sua."

Zayn olha pra mim todo tempo enquanto fala, para um momento e molha seus lábios com a ponta da língua. Eu me castigo mentalmente por sempre colocar os olhos nele justo quando ele faz algo que me deixa intrigada, fecho a mala rápido, me levanto da cama e ando até o banheiro.

"Você não fica tipo, wow, olha esse dinheiro?"

"É só dinheiro, Zayn." Dou uma olhada no meu espelho, meus olhos estão inchados, talvez porque eu dormi apenas três horas depois que voltei de Brighton com Zayn. Eu paro, consigo ver ele sentado na minha cama, pegando algum monte de dinheiro e sorrindo de canto, como se fosse um brinquedo novo no Natal, seu lado mal humorado some quando o olho assim, e quando penso só nas coisas boas que ele me proporciona, e nos beijos. Mordo meu lábio tentando esconder meus pensamentos sobre ontem, dou um sorriso mas logo respiro, fechando a porta e me preparando para o banho mais rápido que já tomei.

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