Capítulo 18. Somos a junção exata de loucura e sentimento.

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Zayn PDV

*Ahm, pai?*

*Zayn, onde está?*

*Acho que pra alguém com 22 anos isso não é necessário...*

*Onde você está?*

*No trabalho.*

*Que porcaria de trabalho é esse que já está durando duas semanas?*

*Calma, pai.*

*Estou calmo, filho, os negócios é que não estão. Tem gente morrendo, Zayn."

*Tem gente morrendo ao redor do mundo todo, coronel.*

*Eu ainda desejo devolver seu distintivo, não me faça querer mudar de ideia.*

*Tudo bem, pai, mas o que quer que eu faça?*

*Não volte em casa enquanto não tiver com seu trabalho feito.*

Eu penso em falar algo, mas escuto os toques na linha identificando o término da chamada, eu respiro fundo e solto todo o meu ar pela boca e uma vontade enorme de gritar aparece, eu fecho os olhos e tento respirar. Meu celular apita alto novamente e eu pego do bolso, um gelo passa pelo meu corpo e eu leio o nome na tela, atendo.

*O quê diabos você está fazendo aí? Você é pirado, Zayn, sai da frente da minha casa, por favor.* E eu ouço sua voz, a voz alta que eu poderia reconhecer mesmo de longe, o tom de voz claramente é de cansaço, ela não merece isso, não merece nada que seja ruim no mundo, e eu não deveria estar fazendo isso, quanto mais eu insistir em querer a proteção dela, mais eu vou prejudicá-la, todos na Terra vamos ter um fim. Se não acontece de um jeito, acontece de outro.

*Desculpa.* Eu falo baixo, olhando para a janela dela, e então ela aparece entre a cortina, eu torço a boca, culpado.

*Agora você pede desculpas assim? Simples?*

*Não, eu não vi nada.* E então eu percebo o silêncio dela no telefone, até que ela diz alguma coisa.

*O que foi?*

*Ahm?*

Que pergunta é essa? Eu pareço um retardado de merda.

*Esquece, você precisa dormir garoto.*

*Garoto?*

*É o que você é.*

*Qual é?*

*Vai pra casa.*

*Eu não tenho pra onde ir esta noite. E nem noite nenhuma.*

*Não vai me dizer que quer dormir aqui.*

Eu faço silêncio, tentando achar uma forma menos idiota de dizer que ela está certa. Olho para os lados, conferindo minha segurança.

*É, eu quero dormir aí.*

Eu começo a rir baixo, abaixo minha cabeça e olho para o gramado.

*Está tudo bem com você?*

*Não.*

*O que aconteceu?*

*Fui chutado de casa.*

Eu ouço uma gargalhada, é claro que ela está rindo de mim, ela não sabe que é o motivo disso, eu gravo bem esse momento, é um dos primeiros em que vejo ela rindo, de verdade.

*Pode rir à vontade, Maurhen.*

*Vai, a chave da porta está atrás da luminária da parede.*

*Você esconde chaves na luminária? Isso não é nada inteligente.* Eu pego a chave do meu carro no bolso e aciono o alarme, caminho entre o jardim improvisado de uma jovem de 19 anos, me chama atenção a sua plantação de margaridas ao lado da trilha de tijolos de cimento, brancas e amarelas, rasteiras no chão, eu desvio meus pés para não pisar em nenhuma.

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