ZAYN PDV
Eu realmente saí daquela casa depois dela ter dito aquilo pra mim, fui fraco o suficiente para não aguentar ver o rosto dela e saber que ela de verdade nunca vai confiar em mim. Eu deveria saber, eu não sou uma pessoa que se confie, aliás eu mato pessoas.
A noite parece calma e sem sinais de chuva, eu dirigi meu carro até o bar onde sempre vou comprar cigarros, eu abro a porta do estabelecimento e encontro o homem de barba, seus olhos mais do que nunca aparentam sua velhice nitidamente.
"Olá, Zayn."
"Olá, como vai?" Eu entro, me sentando em uma das muitas cadeiras vazias do balcão.
"Muito bem, graças a Deus, meu jovem."
"Deus é bom pra todos, não é?"
"É, Ele é sim."
"Acho que não estou sendo considerado por Ele."
"Claro que está, Ele tem o tempo certo pra tudo."
Eu olho fixamente para o homem que pega uma garrafa de cerveja no freezer e coloca na minha frente, continuo tentando entender e materializar um ser Deus que todos acreditam, eu sempre fui confuso em relação a isso. Eu suspirei e assim abri a cerveja, despejando em um copo grande, tomei.
"Deus considera os assassinos?" Eu lhe pergunto, usando meu isqueiro para acender meu cigarro, eu puxo toda a merda para dentro do meu pulmão e inclino a cabeça para cima enquanto libero a fumaça no ar. Eu não recebo nenhuma resposta do velho que sempre me vê nessa situação, e eu não me sinto surpreendido, reparo na música de fundo que vem da televisão, modas antigas que ninguém mais ouve na Inglaterra, com isso eu poderia pensar que estamos nos anos 90.
"E como anda o trabalho?" Ele me pergunta, sem a verdadeira intenção de saber sobre isso, mas para cortar o silêncio ensurdecedor que tomou conta do lugar.
"Deixei meu trabalho sozinho numa casa onde só estive duas vezes na vida, ele deve estar furioso e querendo me matar no momento que por a porra dos olhos em mim, mas às vezes meu trabalho me deixa louco, por mais que eu queira estar o tempo todo me dedicando a ele, sinto como se a qualquer momento uma arma fosse apontada na minha cabeça."
"É uma garota, não é?"
"A porra de uma garota linda pra caralho."
"Se ela falou algo que te irritou, Zayn, deve ser por isso, você tem uma boca nada romântica, e as mulheres gostam de romantismo."
"Eu não sou romântico, isso estragaria a minha imagem forte."
"Você pode ser forte enquanto ama."
"Não estamos falando de amor."
"Você está."
"Eu não amo ela." Eu penso, a ideia me faz querer rir, e eu me pergunto se isso é efeito do álcool ou não.
"Quando você quer estar o tempo todo se dedicando a uma pessoa, e não consegue parar de pensar no bem dela, é amor."
"Eu sou o segurança dela, eu sou pago para pensar no bem dela."
"Então não está fazendo seu trabalho direito, você não deveria ter deixado ela sozinha."
"O que eu fui fazer? Ela não merecia ouvir o que eu disse pra ela, eu sou um merda."
"Hoje em dia o que mais usamos para resolver as coisas nessa hora é o perdão."
"Eu não sei se eu vou ter o perdão dela, na verdade não sei se ela sente algo por mim além do ódio."
"Como tem tanta certeza assim?"
Eu olho fixamente para a madeira lascada, e deixando o copo na mesa, me levanto e jogo uma nota de cem no balcão, andando rápido e silenciosamente até meu carro, precisando falar com Maurhen.
Depois de procurar na antiga casa onde a deixei, eu dirijo até sua casa, quando chego na sua rua, eu percebo uma pouca iluminação no seu quarto, boa parte de mim sente alívio ao ver a luz fraca de seus abajures completarem o quarto. Minha dúvida sobre a probalidade dela estar em casa se desfaz a partir do momento que a vejo na janela, eu desligo o carro e saio, andando na calçada, meu queixo cai quando a vejo de toalha, eu não deveria estar fazendo isso, muito menos ela se trocar com a janela aberta.
Meu corpo ferve, mas é uma sensação diferente, é como se eu soubesse que ela é linda o suficiente pra qualquer cara ser louco por ela, e eu estou ficando louco, ela me deixa assim, completamente irado, porque ela é linda em qualquer momento, até chorando, dormindo, dançando, meu Deus, ela é muito linda dançando, e se trocando assim, só me faz ter ainda mais certeza. Eu pego meu celular e faço uma das maiores idiotices da minha vida, ela não precisava saber que a observei da rua como um maluco, mas ela me faz fazer idiotices, ela me deixa completamente louco.
*Você poderia fechar a janela enquanto se troca.*
Eu envio a mensagem, completamente sem pensar, espero ela sair na janela, mas ela não aparece. Uma corrente fria passa pelo meu corpo, meu celular treme recebendo uma ligação, e eu pego o aparelho na mão esperando que fosse Maurhen, mas me surpreendo ao ver "Pai" brilhando na tela do iPhone, eu tremo.
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city of wars
Romantika história de um jovem que matava sem dor, sem amor, mas algo o atrapalha. A história onde o tiro do amor é forte, apaixonante, e seus olhos me lembram o fervor do inferno. situação: parada/ sujeita a mudanças fanfiction escrita por Lystockholm, a...