A Garota Errada.

A formatura.

Narrador pov.

Durante toda a sua vida, ou pelo menos desde que podia se lembrar, Lauren havia sonhado com o dia em que estaria formada em seja lá o que quisesse fazer. Alguns podem pensar que ela escolheu arquitetura pela praticidade de ser um emprego firme e que provavelmente iria provir ótimos pagamentos. Obvio que por ser uma pessoa muito racional, ela considerou o fato de ser uma profissão que lhe colocaria em um bom lugar no mercado de trabalho, mas esses não foram os seus motivos, pelo menos não os únicos motivos. 

Para entender os outros motivos vamos ter de voltar um pouco na história dessa protagonista em questão. Quando Lauren tinha sete anos, sua família resolveu fazer uma viagem para Nova York para comemorar o fim do ano de uma nova maneira. Eles fizeram todas as coisas turísticas que se podiam imaginar, andaram curiosos por todos os lugares que hoje eram comuns para a nossa protagonista. Eles visitaram o Rockefeller Center, caminharam pela Time Square, aproveitaram uma tarde no Central Park e foram até o topo do Empire State Building.

Porém o que realmente mudou a vida de Lauren naquela viagem foi se perder de sua família por alguns minutos, quando estavam na quinta avenida e se ver parada em frente ao Flatiron Building. A pequena versão de nossa protagonista já havia visto aquele prédio em alguns lugares porém ela era nova demais para querer saber onde ele realmente ficava, ou seu nome e importância. Porém naquela tarde, a pequena Lauren se viu com os olhos presos aquela estrutura. Para ser honesta, ela achou o prédio horrível, para ela ele era grande demais e seus tons escuros lhe davam um ar mal assombrado, isso sem nem falar de sua forma fora do comun.

Lauren não entendia como aquele prédio funcionava, como havia sido feito ou com continuava em pé e não entender as coisas, como já devem ter percebido, é algo que irrita nossa protagonista e isso vem desde criança. A curiosidade para entender o desconhecido sempre esteve na garota, porém essa curiosidade nunca havia se manifestado por prédios até que aqueles olhos verdes se depararam com aquela estrutura estranha.

Obviamente que ela reencontrou seus pais, e ela passou o resto da viagem fazendo perguntas incessantes sobre o prédio que lhe intrigara. E depois disso, a pequena Lauren dedicou-se a saber mais sobre aquele lugar e então uma paixão por prédios, casas e estruturas nasceu dentro dessa protagonista em questão. E essa paixão só cresceu durante os anos e hoje, finalmente era o fim de anos de estudo e pesquisa.

Lauren estava parada em frente ao espelho observando seu reflexo. Os cabelos curtos devido ao novo corte estavam em ondas um pouco abaixo dos ombros, sua maquiagem era leve mas significativa. Vestia um longo, simples e classudo vestido preto que fazia contraste com sua beca azul clara. Ela estava bonita, e mais do que pronta.

- Querida? - Lauren ouviu a voz do pai de trás da porta de seu quarto. Sua família obviamente tinha vindo de Miami para a cerimonia de graduação. - Posso entrar?

- Claro. - Diz a garota deixando o espelho para encarar o homem que cruzava a porta.

- Nossa. - Diz ele assim que pões os olhos nela. - Acho que agora terei de aceitar que você cresceu. - Lauren ri enquanto termina de arrumar sua pequena bolsa tendo-a em mãos.

- Como estou? - Dá uma volta para que o pai lhe olhasse.

- Está linda, pequena. - Ele suspira. - Está feliz?

- Muito. - Sorri. - E nervosa também.

- Não tem porque ficar nervosa, a parte difícil você já fez. - Ele então tira uma das mãos que estava para trás de seu corpo revelando uma sacola. - Tenho uma coisa para você.