Lago do Cisne

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  Gripe!
Espirrei pela milésima vez aquela dia.
— Inferno!
    Benjamin levantou os olhos para mim como   grande interrogação. Dei de ombros, nem eu mesma sabia oque estava acontecendo comigo.
    Maldito delegado Medeiros! Eu não conseguia parar de pensar nele um único segundo. Era como um tipo de feitiço.
— Você devia descansar.
— Fernando!?
    Era tudo oque eu precisava.
Ele me olhou como se ainda tivéssemos alguma relação, que cara de pau!
— Oque tá fazendo aqui?
— Estou procurando um livro.
— Humm.
    Dei as costas e me afastei, enquanto ele vasculhava as prateleiras, nosso amor pela leitura, tinha sido motivo de união entre nós, mas por escolha dele tudo fora por água à baixo. Estranho mas além da surpresa de vê - lo alí, eu não senti mais nada. Isso foi um alívio. Fernando não era o homem que eu acreditei que seria. Era só uma decepção.
     Às seis e meia olhei no relógio do computador, estava exausta.
— Ben, você já pode ir. Eu fecho tudo.
    Ele assentiu, pegou as chaves da moto se despediu e saiu. Lá fora o dia estava cinza e frio. Hora de descansar. Os últimos clientes foram indo embora, e eu comecei a imaginar um delicioso banho quente. Distraída só percebi que havíamos ficado Fernando e eu, quando ele se aproximou segurando um livro aleatório qualquer.
— Esse lugar ficou incrível.– comentou com um sorriso, que até poderia ser considerado charmoso, se eu não estivesse vacinada. – E como vai o livro?
Ainda fica acordada até madrugada escrevendo?
   Pensei em uma resposta adequada, mas nem tive tempo de abrir a boca.
— Acordada, ela fica sim, mas fazendo outro tipo de coisa...
  Que?
— Dele... Daniel!? – oque é isso, de repente me senti em uma rinha de galos.
— Achei que você ía precisar disso depois da chuva de ontem.
    Remédios para gripe. Aceitei à oferta, agradecida.
— Até mais, Ana. – Fernando largou o livro sobre o balcão e foi embora. Me deixando sozinha com um Daniel nada amigável.
— Oque ele estava fazendo aqui?
   Como é que é? O encarei, não gostando nem um pouco do seu jeito de falar.
— Desculpe... se retratou, ficando tímido a seguir.
— Oque você quer, Daniel? – retruquei cansada, meu corpo todo doía.
— Vim passar a noite com você.
— QUÊ??
     Minha expressão assustada o vez rir cínico, um riso realmente charmoso e sedutor que fez os cabelos da minha nuca se arrepiarem, e minhas pernas ficarem bambas.
— Já que estamos namorando, eu pensei em vir cuidar da minha namorada doentinha.
— Namorando? De onde você tirou esse idéia? E depois você é casado!
    Me enfureci com as palavras sem graça dele.
— Se você quer brincar com alguém, vá procurar outra pessoa ...
     Seus lábios grudaram nos meus de chofre, me fazendo engolir as palavras.
— Mariana, cala boca!
Ãh?!
— Vamos conversar, Ok.

         

                       *** ***

      Eu estava ansiosa para ouvir oque Daniel tinha a me dizer, mas também me sentia apreensiva, não queria cometer o erro de confiar cegamente em alguém de novo e depois me decepcionar.
   Sentada confortável em minha sala eu esperei ele inciar a conversa com o coração a mil.
— Primeiro vamos esclarecer uma coisa, foi você quem disse que nós somos namorados ...
— Aquilo foi um engano! – me esganicei envergonhada.
    Daniel riu, ficando sério logo em seguida.
— É verdade Ana, eu ainda sou um homem casado.
    Suas palavras foram como um tapa na minha cara.
— Legalmente eu ainda estou casado, mas nós já não vivemos juntos há um tempo, Ana, eu preciso que você entenda tudo por isso decidi procurar você, antes de mais nada.
   Engoli em seco os problemas sempre me perseguiam, por mais que eu desejasse viver minha vida calmamente.
— A promessa que você me fez quando éramos crianças, depois daquilo eu só tive olhos para você Ana.
    Hã?
— Todos os anos eu esperava ansioso o verão chegar, mas nunca consegui dizer oque eu queria, até que no último verão e que você ía para a faculdade eu tomei coragem.
— Mas não me disse nada...
— Eu fui te procurar, depois do baile de fim de ano do CTG, você tava aos beijos com o professor Ernesto.
   Abri e fechei a boca várias vezes, antes de cair na gargalhada.
— Vocês eram amantes?
    O encarei, me lembrando de algo que queria perguntar a um tempo.
— Oque você me disse aquele dia no hotel, " você é igual as outras " foi por causa disso?
   Daniel hesitou em assentir.
— Nossa! Acho que eu fui um péssimo primeiro amor.
    Suspirei, eu havia tido uma queda pelo Seu Ernesto o professor de português da escola, mas ele nunca olhou para mim dessa forma, oque eu fiz aquela noite, o beijo foi uma bobagem minha.
— Não éramos amantes, aquilo foi uma coisa infantil da minha parte, não me orgulho muito do modo como agi aquela noite,e  sinto muito ter decepcionado você, Daniel.
    Nossos olhos se buscaram e quando percebi eu o abraçava apertado enquanto nossas bocas se uniam lasciva e sofregamente.
— Eu quero fazer amor com você Maria Ana... Mas vou esperar a hora certa.
  
   
                  *****   ****

Mais uma vez, agradeço por acompanharem minha história, pelos votos e comentários que tem me ajudado à seguir em frente.
Obrigada!

Meu Conto De FadasOnde histórias criam vida. Descubra agora