Meu Conto De Fadas

Sono Encantado

         Os dias foram passando, como areia em uma ampulheta, dias frios de solidão. O inverno veio e se foi tão rápido  e sombrio. Enfim a primavera estava vindo.
   Era véspera do feriado de independência, fechei a loja e segui para casa de minha família, kirk já estava lá com os meninos, andei vagarosamente pelas ruas quase vazias, ultimamente vinha preferindo andar à dirigir, me ajudava a pensar. Desci a ladeira, admirando as flores que já enfeitavam a paisagem, São Pedro era uma cidade muito florida. Quando dobrei a esquina, ví o a viatura do delegado vindo na direção contrária, nossos olhares se cruzaram,mas nenhuma palavra foi dita. Tinha sido assim nos últimos três meses, muitos olhares e nada a dizer. Eu queria acreditar no que os olhos dele me diziam, mas suas atitudes me falavam o contrário.
   Assim que entrei no chalé notei o clima estranho e pesado, meu pai estava no telefone, nervoso.
— Oque houve? – Perguntei a minha mãe, ela assim como os demais alí também estavam com semblante carregado.
— Daniel veio nos avisar, Benjamin Reis foi preso agora a pouco.
— Oque??
    Era brincadeira, eu tinha estado com Ben a Mais ou menos uma hora atrás.
— Aquela vaca da Sílvia, acusou Ben de roubo. – Luísa me informou.
— Cadê a Júlia? – me preocupei.
— Na Delegacia.
    Meu pai estava indo para lá assim como meu primo Cláudinho, decidi ir com eles, Júlia devia estar precisando de mim, assim como Benjamin.
    

           
                    *** ***
        

            

                       Júlia

        O olhar de Benjamin ao ser algemado não me saí da cabeça. Ele era inocente e mais uma vez iria pagar por uma coisa que não fizera. Mas dessa vez eu não permitiria que a vaca da Sílvia levasse a melhor, tinha que fazer alguma coisa, mas oque?
— Júlia! – Abraço Ana bem apertado. – Você está bem?E o Benjamin?
   Começo a chorar de novo.
— Vai ficar tudo bem...Meu pai me tranquiliza.
— Benjamin é inocente. – afirmo – para eles com total certeza.
— Nós sabemos.

             *****

   Provar a inocência de Ben estava sendo mais difícil do que deveria, o depoimento de Sílvia era a chave de tudo, aquela vaca! Mentindo descaradamente só por puro despeito, Júlia havia me contado sobre ela e Ben, Sílvia sempre esteve abaixo do meu conceito, mas não achei que fosse tão desprezível.
    Eu tinha que fazer alguma coisa para ajudar minha irmã e Ben, foi com esse pensamento que liguei para Fernando e o chamei ao café aquela tarde.
    O último cliente havia saído à alguns segundos, quando ele chegou, os olhos azuis me encarando com algum tipo de expectativa errada logo ví.
— Vou direto ao ponto... Quero que convença Sílvia e o pai dela a retirar a queixa sobre Benjamin.
— Como...
— Não se faça de bobo, ambos sabemos o que levou sua noiva a fazer isso, assim como ambos sabemos os termos do acordo entre você e o pai dela.
    Fernando me olhou como quem recebeu um tapa na cara, me senti um pouquinho vingada confesso, aquele homem havia sido um canalha comigo, mas por fim eu podia ver que eu apenas havia me enganado com ele, havia idealizado um romance perfeito, que nunca existiu, ao perceber isso comecei a pensar em Daniel e meu coração se oprimiu...
— Ana, eu...
— Não seja de todo um canalha! Você sabe que Benjamin é inocente, faça alguma coisa.
  — E porquê todo esse interesse em Reis? Achei que estivesse de caso com o delegado Medeiros... Conheci a mulher dele outro dia, simpática ela...
— Como eu fui me enganar tanto com você... Suspirei
— Não me venha com esse falso moralismo, afinal o que esse delegadinho tem pra te oferecer?
    Me afastei a medida em que ele foi se aproximando, tudo o que eu podia ver agora era um homem realmente desprezível e isso me enojava mais e mais .
— Pense Ana, eu possa de dar uma vida incrível, podemos viver tranquilamente como amantes...
— Não seja ridículo! Eu jamais aceitaria uma... Me larga...
    Antes que eu tivesse a chance de me afastar mais Fernando avançou em minha direção e colou os lábios aos meus, me esquivei tentando evitar seu toque nojento em minha pele.
— Me larga!!...Gritei entre dentes enquanto ele tentava em vão aprofundar o beijo.
— Você é minha Ana, sempre vai ser...
     Não mesmo, minha mente e corpo negaram buscando um modo de fugir daquela situação absurda.

                        *****

Olá meninas, estamos entrando na reta final da história, me desculpem pela demora em postar, mas até o final do mês a ela estará completa. Espero que gostem.
Beijos!!