5 - Sem toques

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Em casa, fui direto tomar banho. Precisava de um banho de banheira relaxante. Fiquei mais de meia hora dentro dela, até que levantei e lavei meu cabelo no chuveiro. Sai do banheiro enrolada em meu roupão felpudo preto e fui direto secar o cabelo, logo fazendo escova nele. Deixei as pontas levemente enroladas e fiz uma maquiagem mais leve, marcando mais meus olhos com o delineado grosso estilo gatinho e um batom nude nos lábios. Coloquei o vestido dourado com brilho de alça fina com um decote mais comportado, deixando a "ousadia" na fenda lateral direita que vinha até o meio da coxa. Peguei minha bolsa, coloquei meus acessórios e o salto e fiquei no quarto esperando Brian me avisar que havia chego.

No horário marcado em ponto ele mandou mensagem avisando que já estava lá fora. Desci as escadas devagar por conta do salto altíssimo que Sara me mandou usar e fui parada pela minha mãe.

— Onde você pensa que vai? Você já é mãe, tem que cuidar da sua filha e não ir pra festas!

— Caso você não saiba agora eu trabalho e meu chefe me pediu para acompanhá-lo em um evento, isso faz parte do meu trabalho.

— Já deu pra ele quantas vezes?

— Chega mulher! Ela é sua filha, olha como fala com ela!

Meu pai apareceu quando eu estava prestes a começar a chorar. Minha mãe saiu batendo os pés indo para seu quarto no andar de cima, enquanto meu pai me puxou para um abraço.

— Não liga pra ela, sua mãe já não é mais a mesma faz tempo. Você está linda e tenho muito orgulho da mulher e mãe que você se tornou!

— Obrigada pai.

— Me desculpe por ter ficado tanto tempo sem falar com você, mas foi difícil para mim, você sabe. Mas sei que pra você foi mil vezes mais difícil e eu quero aproveitar o tempo perdido. Amanhã quando acordar, nós iremos conversar, tenho uma novidade para você e a Angel.

— Tudo bem.

— Divirta-se filha.

Sorri pra ele e sai de casa. Brian me esperava do lado de fora do carro, mas encostado nele. Usava uma camisa social preta com um smoking azul escuro e calça preta, seu cabelo fazia um topete bagunçado, como se ele tivesse acabado de acordar e sua barba por fazer estava bem desenhada. Uma boa visão para os olhos das outras mulheres. Caminhei sobre seu olhar até o carro.

— Você está linda, Pietra.

— Obrigada Brian.

Abriu a porta do passageiro para que eu entrasse e deu a volta no mesmo depois para entrar no motorista. Tocava Arctic Monkeys de fundo e eu fiquei surpresa por seu gosto musical. Nosso caminho até o evento foi um enorme silêncio, eu olhava pra fora enquanto sentia os olhos dele sobre mim vez ou outra. Quando o carro parou, a entrada estava repleta de fotógrafos e um tapete vermelho longo estendido até a porta onde passaríamos.

— Não se preocupe, todos já sabem que você é apenas minha funcionária.

Concordei com a cabeça e esperei até que ele abrisse a porta para mim. Aguardei pela sua mão pra ajudar que eu descesse, mas ela não veio, então desci sozinha. Fechei a porta do carro e antes que eu me tocasse, Brian começou a andar sem me esperar, tive que ir atrás como um cachorro vai atrás do dono e me senti mal por isso. Não aceitei deixar minha filha para vir ser tratada mal em frente à milhares de pessoas. Escutei várias pessoas chamarem por Brian, outras tentavam segurar meu braço na tentativa de arrancar alguma palavra de mim.

A porta foi aberta pelos mordomos para que passássemos e lá de dentro, nem parecia que uma multidão gritava lá fora. Todas as pessoas muito bem vestidas com suas taças de champagne conversavam entre sussurros uma com a outra. A riqueza exalava de suas veias. E foi assim que me lembrei porque nunca gostei de acompanhar meus pais nesses eventos de pessoas ricas.

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