Capítulo 21

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- WL, a culpa não foi minha. Foi tudo muito rápido, não deu nem tempo de evitar. Tudo culpa da piranha da Bruna. -passei a mão no rosto-
WL: Se tu não se acalmar, não vai dar pra pensar direito.
Vt: Se eu fosse vc, pediria ajuda a loira e as meninas... –interrompo-
- Pra elas me matarem na porrada? –ri nervoso-
Vt: Elas vão saber fazer algo mais rápido do que nós, idiota.
WL: Isso é verdade, até pq elas são mulheres né!
L7: Se for pedi ajuda a elas corre, pq noticia na mão de mulher se espalha rápido. –me olhou-

Eu tava meio nostálgico. Essa hora elas estavam no colégio então, talvez, ainda não estivesse sabendo. Essa é a oportunidade.

- Vou ligar pra Bia –pego o celular-
Vt: Mas essa hora ela deve tá na escola.
- Por isso msm, ainda não deve tá sabendo -disco o numero dela e começa a chamar-

-ligação on-

Bia: Alô, Dimenor! O que houve? A Nanda tá bem?
- Oi Bia.. Tá tudo bem, quer dizer não muito.
Bia: Aí mds, me diz pelo menos que a Nanda tá viva?!
- Calma, claro que tá. Nunca ia deixar algo acontecer com ela!
Bia: Tá fala logo o que aconteceu garoto!
- Sabe o que é, eu... –conto tudo- me ajuda eu tô desesperado, Bia.
Bia: Como assim "eu não tive culpa"? De novo? Sempre a mesma historia.
- Bia, eu gosto da sua irmã cara preciso de ajuda... –me interrompeu-

Bia: Quando eu sair da escola vou te ligar e vc me encontra na entrada do morro tá?
- Jae, tchau!

-ligação off-

Desliguei o celular e olhei pra cara de cada um deles.

L7: Agora é esperar né, e vamos trabalhar pq a vida não pode parar. -jogou uns pacotes na mesa-
WL: Eu vou procurar a Nanda pra ver sem tá tudo bem e daqui a pouco tô colando aqui. –fizemos uns toques-
Vt: Vou descer e agitar os bagulho lá em baixo.

Peguei os pacotes e desci pra vender, apesar de tudo precisava ganhar o pão de cada dia. Cada minuto foi como eternidade pra mim, olhei o relógio e ainda marcava 11:37, faltava pouco pra meio dia, mas pra mim era como se fosse um dia inteiro.

WL narrando

Depois que eu saí do escritório, fui dar um rolê pra ver se achava a Nanda. Passei na entrada e perguntei se ela tinha saído do morro, nada. Menos mal né, agora sei que ela tá por aqui.

Fui na casa do L7, nada dela, procurei nas lanchonetes e nada dela, passei por um beco em uma das últimas ruas do morro e ouvi um choro abafado, me aproximei e foi quem eu imaginei encontrar, Nanda.

Me aproximei mais e imediatamente ela levanta o rosto preocupada, assim que me ver, se levanta e vem correndo me abraçar. Deixo ela chorar por uns minutos no meu ombro e levanto seu rosto.

- Tava ficando com câimbra, precisava me mexer. -ri mexendo no cabelo dela-

Ela sorriu fraco.

- Assim que eu quero te ver, sempre sorrindo, na vida sempre passamos por momentos difíceis , mas não podemos perder nossa essência!!
Nanda: Que menino mais prendado, hein. –sorriu fraco-
- Aprendi com a mamãe. Vamos sair daqui!

A puxei em direção a moto.

Nanda: Obrigada! –me olhou-
- Pelo o que?
Nanda: Por está aqui sempre que preciso.
- Ah, baixinha –me olhou seria e eu ri- vc e a loira são as irmãs que eu nunca tive, sinto como se fosse minha obrigação! –me abraçou- Vem, vamos logo.

Subimos na moto e eu não tinha a mínima ideia pra onde leva-lá, então resolvi levar pra minha casa. Abri a porta e dei espaço pra ela passar, entramos e nos sentamos no sofá.

- Quer falar sobre ele agora? –a olhei-
Nanda: Não sei, acho que prefiro esperar um pouco. –brincou com os dedos-
- Então vc quem sabe! Vou continuar meu turno e daqui a pouco dou um passada aqui. –levantei-
Nanda: Vai me deixar aqui sozinha?!
- Claro, essa casa também é sua. –fui saindo- só cuidado com os monstros.
Nanda: Seu babaca, volta aqui. –gritou-

Saí e subi na moto, fui voado pra boca e nem tive sinal do Dimenor. Então fui continuar o serviço.

Nanda narrando

Meus sentimentos estavam me corroendo por dentro, tava com vontade de quebrar a casa inteira, mas não posso, tenho que me manter calma.

Fui na cozinha beber água, eu tava muito nervosa precisando de distração, acabei deixando um copo cair e se quebrar em mil pedaços no chão.

Aquele barulho... precisava ouvir ele de novo, o barulho do vidro, me acalmava. Precisava quebrar, gritar ou fazer algo, se não iria explodir. Abri o armário e vi cinco lindos pratos acompanhados de três copos, peguei tudo e subi as escadas.

Procurei na casa toda e só achei um quarto vazio.

- Perfeito, é aqui mesmo que eu vou começar. -respirei fundo-

Bia narrando

Fiquei com uma angustia enorme depois da ligação do Dimenor, senti que ela precisava de mim e eu tinha que estar lá com ela. Não conseguia me acalmar, muito menos prestar atenção na aula.

Leti: Ei.. –saio dos meus pensamentos e a olho- Para de ficar pensando e se acalma tá? Vai ficar tudo bem!
- Não consigo Letícia, eu tenho que ver a Nanda!
Leti: Segura só mais dez minutos.
- Um dos mais longos da minha vida –sussurrei-

(...)

E finalmente o sinal bate. Não aguentava mais esperar. Saí da sala com as meninas e fomos direto pra fora do colégio, dei graças a meu bom Deus pelo Vincent já tá na porta.

Entramos no carro e avisei que ia pro morro, ele deu a partida e eu liguei pro Dimenor me encontrar na saída. Parecia que o destino não tava ao meu favor, o trânsito tava infernal e isso me deixava mais nervosa ainda. Tentei ligar pra Nanda diversas vezes e só chamava.

As meninas tentaram conversar comigo pra distrair um pouco, mas não rolou muito. Precisava mesmo da minha irmã aqui, comigo, isso sim iria me acalmar muito.

Finalmente chegamos no morro e já vi Dimenor impaciente na entrada.

Dimenor: Demorou bastante né?!
- Minha demora não vem ao caso. Cadê a Nanda?
Dimenor: Ainda não sei, WL que ficou de ir atrás dela.

Fiquei um pouco mais aliviada com isso.

Leti: Vamos lá pra casa assim a gente conversa melhor.

Fomos pra casa dela e entramos.

- O que vc fez dessa vez? –joguei a mochila no sofá-
Dimenor: Eu não tive culpa.. Foi um mal entendido... – o interrompi-
- Sabe quantas vezes já ouvi isso só esse mês?! –me olhou calado- Seis vezes Dimenor! E todas essas seis vezes minha irmã chorou.
Carol: E vc sabe que amiga nenhuma gosta de ver a outra chorar, né?
Dimenor: Só vou dizer isso uma vez, jaé?! Eu gosto da Nanda e vou lutar por ela. Minha mente tá conturbada, mas tá limpa pq eu não tive culpa de nada que aconteceu. Vcs acreditando ou não eu sofri, não absurdamente, mas sofri. Quando eu tô com a Nanda tudo muda, ela me traz paz e eu esqueço dos problemas, não a amo, mas gosto demais dela, se vcs não me ajudarem de um jeito ou de outro vou lutar pela Nanda sozinho!!!

Do Asfalto Ao MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora