Capítulo 110

4.1K 185 8
                                    

Maratona 11/14

Xx: Sou a mulher dele, mona. Tá fazendo o que na casa do meu bofe? -colocou a mão na cintura-

Olhei pra cara dela, gargalhei e ela me olhou sem entender nada.

- Tu não é mulher dele não garota, tá achando que eu nasci ontem.
Xx: E vc é quem?
- Não te interessa, fofa. Tá esperando o que pra ir embora?
Xx: Só vou se o WL mandar.
- Aí garota, me poupe então!

Tirei a mesa, limpei tudo e fui pra sala e horas depois ouvi a alguém sair e a porta bater, dei uma risadinha e me acomodei no sofá.

(...)

Estava fazendo o Henrique dormir quando ouço uma gritaria lá fora.

L7: EU QUERO VER MEU FILHO, PORRA!
WL: Calma cara, pra que tudo isso porra, eles tão seguros aqui.
L7: SÓ QUERO FICAR COM MEU FILHO E SE ELA ME IMPEDIR...
- Se ela me impedir o que? -apareci na porta- Eu sou a mãe, não há lei que me coloque como errada nessa história. O dia que vc criar maturidade e vir conversar comigo como gente normal aí eu te dou atenção! -dei as costas-
L7: Me dá meu filho.
- NÃO!
L7: ME DÁ MEU FILHO AGORA, PORRA! -tirou a arma da cintura e destravou-
- Ou o que? Vai dar um tiro na minha testa e deixar outro filho seu sem mãe? Vai se fuder, porra.
L7: Não dúvida de mim, Beatriz! -me encarou-
- Então atira, caralho! Mas atira pra matar pq se eu continuar viva vou fazer da tua vida um inferno.!!!

Ficamos ali nos olhando durante longos segundos. Ele tava soltando fogos pelas ventas, eu tava com medo mas não ia baixar a guarda. Então do nada ele me deu as costas e saiu, ouvi o barulho da moto se distanciando e desabei de chorar, WL me abraçou e me acalmou, mas logp ele teve que sair.

Me arrumei e fui na casa da Letícia conversar com ela. Deitei o Henrique no berço e desci, peguei o Gusta e fiquei brincando com ele no sofá.

Leti: Ele foi lá só ver o Henrique, Bia.
- Ele disse que não precisava de nós na vida dele agora que pagar de bom samaritano, me poupe.
Leti: Já tentaram conversar?
- Seu irmão consegue, por acaso? Ele colocou a arma na minha cara, Letícia. Atitude de moleque. Eu odeio tanto o amor que eu sinto por esse garoto, caralho! Não era pra nada ser assim mas parece que ele não entende. -desviei meu olhar dela- Sofri pra porra naquele lugar e quando resolvermos conversar sobre isso ele começou a falar merda e isso me dói tanto. -abracei o Gusta deixando algumas lágrimas caírem-

Escutei uma tosse atrás de mim e rezei pra que não fosse ele, Letícia me olhou pegou o Gusta e subiu, então eu já sabia quem era.

L7: É isso que vc acha? -sua voz saiu fraca- Vc acha que eu não te entendo?
- Ninguém nunca vai entender!
L7 Vc acha que eu não sofri?
- Não mais do que eu, tenho certeza disso.
L7: Se vc acha que a culpa dele ter te causado mal é minha, vc tá muito equivocada. Isso fere tudo de mais sagrado que eu tenho dentro de mim, Beatriz.
- Como não? Ele te deu a opção, vc rejeitou e o resto da história vc já sabe...
L7: Eu sabia que ia conseguir tirar vcs de lá!
- Eu saí tão machucada que nem sei se valeu a pena!
L7: Para de falar merda. -esbravejou-
- Eu sempre que falo merda, né? -levantei- Eu te amo pra caralho, sempre tô pagando as consequências por vc, quase fui presa, morta, perdi minha filha, fui violentada... -suspirei- Nada disso teria acontecido se vc não tivesse me beijado naquele dia! -fui pra cozinha-
L7: Tu se arrepende então, né? Só pq eu sou traficante, pq se fosse um playboy da tua área tu não falava isso. -veio atrás-
- PARA DE POR PALAVRAS NA MINHA BOCA, LUCAS!!! -me alterei- Eu abri mão de tanta coisa por vc, tanta coisa, e vc não quis abrir mão do morro por nós.
L7: O morro é a minha casa, é a minha vida, o crime tá no meu sangue não se abandona assim de uma hora pra outra.
- Pensei que nós éramos sua vida mas já vi que tava errada! -encarei ele-

Do Asfalto Ao MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora