Capítulo 92

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L7: Ih coe loira, tá dando de maluca?
- Não tô dando de maluca nada mas vou começar se vc não abrir a boca! -fechei a porta do quarto- E aí? Vai falar ou não?
L7: Tava falando com o PL, cara.
- E ele perguntou de mim? -semicerrei os olhos- Conta outra!
L7: Se ele não tivesse perguntado eu não teria falado.
- Primeiro que se ele tivesse perguntado de mim tu teria feito um interrogatório com ele... Para de k.o.
L7: Mas não fiz. Assunto encerrado, porra.
- Tá bom! -saí do quarto-

Respirei fundo e desci, deixei anotado o número de todos caso acontecesse algo e fui pra sala.

- Colega, deixei anotado o número de todo mundo na porta da geladeira, qualquer coisinha me liga por mais mínima que for a coisa. Sentir ele quente, sei lá não importa, só me liga!
Leti: Relaxa Bia, ele vai ficar bem.
- Eu devo voltar umas 3h, tá?
Xx: Tudo bem, quanto vc chegar eu acerto contigo.
WL: E ai qual vai ser, bora?
Carol: L7 tá se arrumando ainda!
L7: Tô aqui já!
WL: Bora brother, VT descolou um xj6 foda pra tu!
L7: Eu não podia ter arrumado cunhado melhor. -rimos- Bora!

Nos despedimos das crianças e saímos, no portão tinha um moto muito foda prata e outras duas parecidas.

L7: Caralho moleque, onde tu arrumou essa nave? -alisou a moto-
VT: Aqui é VT pra caralho mermo fi. -rimos-
WL: Bora logo, rapaziada.
- Eu tô de vestido gente, vou de carro com o Pedro mesmo.
L7: Negado, tu é minha mulher pô vai comigo.
- Vc entendeu que eu tô de vestido, né?
L7: Sobe logo, cara. -falou impaciente-
Leti: Pedro, vai na frente de carro e eles vão de moto atrás, quero chegar causando, como de costume. -rimos-
Carol: Posso ir contigo, ou tu vai pegar alguém no caminho? -falou pro WL-
WL: Mesmo se fosse pegar po, tu é minha relíquia. -sorriu-

Já tava todo mundo preparado pra sair, subo na moto com toda dificuldade do mundo mas consegui, descemos o caminho e fomos pra outra parte do morro onde seria o baile. Chegamos e quase a quadra toda parou pra olhar, o bagulho tava fevendo firme, muito tempo que eu não ia pro baile.

Fiz o Lucas me pegar no colo pra desce da moto pq eu não tava conseguindo. Entramos no baile e já subimos pro camarote, comprei um copão de whisky no bar e fiquei dançando um pouco lá em cima. Mal marcamos dez minutos ali chamaram o Lucas pra descer pra fazer não sei o que, ele olhou pra mim e mandou beijo antes de descer.

Ainda tava puta por ele não ter me contado a verdade com que ele estava falando mas deixei passar, fiquei conversando com uns moleques que trabalhavam comigo quando eu comandava o morro enquanto o Lucas não subia, olhei pro lado e vi a Gabi encostada no ferro olhando lá pra baixo com um copo na mão, saí dalí e fui até ela.

- Tá fazendo o que aqui, galinha?
Gabi: Tô de pulseirinha, querida. -levantou o braço-
- Não fiz essa pergunta.
Gabi: Quer que eu responda o que? Tô esperando o L7 subir?
- Desce!
Gabi: Que? -fez uma careta-
- Vou ter que repetir? Desce! -aponteipra escada-
Gabi: Só vou se o L7 me tirar.
- Vou te passar a visão, -segurei firme no pescoço dela- não quero vc no mesmo espaço que eu, nem meu caminho eu quero vc cruzando. Agora desce antes que eu te jogue daqui, Gabriela.
Gabi: Tá me machucando!
- É pra machucar. Vai! -dei um empurrão nela-

A essa altura o metade do baile já tinha parado pra olhar, quando viram ela descendo eles começaram a gritar abrindo um corredor pra ela passar até lá fora.

PL: Qual foi do bagulho,  Bia?
- Botei pra ralar, fim.
PL: Tu é a mais braba mermo! -gargalhou-
- Me afrontou hoje cedo e acha que eu esqueci, ram. -cruzei os braços- Aqui, deixa eu te perguntar, tu que tava falando no telefone com o Lucas um tempo atrás?
PL: Lucas?
- É porra, o L7!
PL: Ah pô tava, nós tinha que resolver um bagulho e ele tava demorando.
- Ah, sim!

Óbvio que eu não acreditei, né? Homem é sujo, um sempre acoberta o outro. Duvido nada deles terem tramado isso pra eu parar de encher o saco do Lucas.

Um tempo depois as meninas subiram pra perguntar o que tinha acontecido e eu contei pra elas, logo em seguida o L7 sobe vindo na minha direção. Ele me arrastou até um canto e ficou de frente pra mim.

L7: Coe Bia, tá pagando de maluca uma hora dessa, car? -me encarou sério- Tirou a mina daqui porquê? Ela nem te fez nada.
- Tu acha mesmo que eu vou ficar no mesmo espaço que essa piranha? -perguntei incrédula- Ou é eu ou é ela, escolhe aí!
L7: Para de gracinha, a mina vai subir e tu vai deixar ela no canto dela...
- Se ela subir eu desço e vou embora com o Henrique sem mais nem menos. E outra, se tu me deixar moscando aqui sozinha eu vou chutar o balde!
L7: Pode baixando a bola, tá bom.
- Baixando a bola é o caralho, tu chegou aqui defendendo a piranha e quer que eu fico de boa? Não fode! -saí dalí-

Fui até o PL e peguei meu copo com ele e virei metade de tão bolada que eu tava.

PL: Vai com calma hein, tu tem uma cria em casa ainda. -ri-

Olhei pra escada e vi a Nanda subindo de mão dada com o Dimenor e corri até eles.

- Meu Deus, que saudade que eu tava desse casal problema. -rimos- Um tempão que não vai lá em casa, hein ridícula.
Nanda: Mana, tava lotada de trabalho essa semana nem deu pra ir. Cadê o pequeno?
- Tá na casa da Letícia.
Nanda: E cadê essa maluca?
- Tá ali em baixo!

Nanda me arrastou lá pra baixo pra dançar e ficamos lá, começou a tocar "Tu gosta, não gosta?!" aí mesmo que dançamos, fizemos rodinha e tudo. Olhei pro pra cima e o Lucas tava olhado de cara feia, aí mesmo que eu continuei dançando.

DJ: A loira aí no meio é mulher do patrão galera, sem muita gracinha! -disse rindo no microfone- Segue o baileeee!

O baile todo gritou e eu e as meninas gargalhamos.

Leti: Melhor tu subir, hein.. Vai dar ruim se continuar aqui.
- Ele que lute. -dei os ombros-
Carol: Olha elaaa! Nem parece que sou eu a solteira do bonde. -rimos-
- Tô pras foda mermooo. -ri-

Começou a tocar "Até embaixo" (se quiserem ouvir vão entender melhor) todas as meninas do baile desceram rebolando até o chão, ri da cena e entrei na onda. Do nada a Gabi para atrás da nós pra dançar com as amigas dela.

DJ: Vai até o chão, vai até o chão, mulher que subir não tem disposição 🎶. -cantarolou-

Joguei o cabelo.

DJ: Afrontaaa é guerra. -cantarolou no microfone-
- Deboche é liberado o proibido e me encostaaaar! -falei pra ela ouvir-

O baile foi a loucura. Continuei dançando com o copo pro alto e as meninas rindo, depois de um tempo começou a tocar pagode e nós subimos.

Nanda: Meninaaa, que afronta foi aquele? -rimos-
- Foi, menina? Não vi nada. -gargalhei-
Leti: L7 tava vendo tudo aqui de cima...
Carol: Com maior carão, filha!
- Já volto!

Fui até ele.

- Me dá meu celular aí!
L7: Que show foi aquele?
- Que show? Teve atração e eu não vi?
L7: Fica sussa hein, loira! -me deu o celular-
- Eu tô! -fiz bico-

Do Asfalto Ao MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora