Capítulo 151

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Corri com ele pra pensão da Dona Gilda e comecei a gritar por socorro, logo ela abre o portão da loja com um olhar desesperado ao ver L7 sangrando tanto.

Gilda: Vou pegar uns panos molhados, não se mexe. -correu pra dentro-

Deitei ele no chão e afaguei os cabelos dele. Eu tava preocupada com ele mas minha mente só focava no Rafa, por mais que ele tenha feito tanta maldade eu não conseguia entender o porque disso tudo.

Tudo que aconteceu com a gente foi culpa dele, se ele não tivesse feito a merda que fez talvez estaríamos juntos até hoje... ou não!

Xx: Patrão, corremos o morro todos e não encontramos o WL. -o radinho apitou-
L7: CONTINUA PROCURANDO, PORRA!!! QUERO QUE VCS ACHEM ELE EM 5MIN SE NÃO VOU METER UMA BALA NO CRÂNIO DE CADA UM. -jogou o rádio pra longe-

A respiração dele tava ofegante, ele mal se importava com o tiro que havia tomado, dava pra ver em seus olhos que toda a preocupação dele tava voltada pro WL.

Dona Gilda veio com os panos, fez pressão nos ferimentos e tirou a blusa dele.

Gilda: Não se mexer se não vc vai perder muito sangue.
L7: Eu não posso ficar aqui, Dona Gilda. Tenho que encontrar o WL, meu irmão tá ferido não posso deixar ele sozinho nessa. Dependendo onde foi o tiro ele pode tá...
Gilda: Shiiu, não diz isso, meu filho. Pensamento ruim atraí coisa ruim!

Eu já estava com um nó enorme na garganta querendo chorar mas eu tinha que ser forte pelo L7. Temia que o pior acontecesse.

A guerra terminou algum tempo depois, mandei trazerem o carro pra levar o L7 pro hospital porque ele já estava quase inconsistente, os moleque vieram e desceram com ele em alta velocidade.

Nareba: Achei o WL, patrão. -o radinho apitou na minha cintura-
- L7 desceu pro hospital, tô de frente por enquanto Nareba. Vcs tão aonde?
Nareba: Estamos na rua 12 mas acho melhor tu não vir não patroa, o bagulho não tá legal.

Senti aquela frase rasgar meu peito de várias diferentes, eu não queria acreditar que aquilo tava acontecendo comigo, eu não ia aguentar mais essa bomba no meu colo, não mesmo.

- Que se foda, tô colando.

Corri igual uma desesperada pelo morro, pulando corpos e mais corpos até chegar na rua 12, avistei de longe o Nareba e o pessoal que estava sempre com ele, corri até o beco e ele me parou.

Nareba: Tu não vai entrar aqui não.
- TÁ MALUCO, PORRA? TIRA A MÃO DE MIM EU QUERO VER O MEU IRMÃO!! -empurrei ele-

Saí empurrando todo mundo que estava ao meu redor até conseguir chegar na entrada do beco, quando eu o vi deitado naquele chão com dois tiros, no ombro e outro no peito, aquilo acabou comigo.

Já sentia lágrimas escorrerem pelo meu rosto com toda velocidade, cheguei mais perto e me agachei até a poça de sangue dele e chorei agarrada no corpo dele. Isso não pode estar acontecendo meu Deus, porque o Senhor me castiga desse jeito?

Eu sou um pessoa boa, nunca fiz mal a ninguém e o Senhor vai e me tira o meu irmão, meu parceiro e meu melhor amigo????? EU QUERO SABER O PORQUE DE TUDO ISSO, EU QUERO MEU IRMÃO DE VOLTA, QUERO VER VER O SORRISO DELE DE NOVO, SENTIR OS ABRAÇOS DELE E OUVIR SEUS CONSELHOS... Eu não consegui nem me despedir dele, isso me dói demais.

Do Asfalto Ao MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora