Capítulo 152

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Doutor: Bem, como vc sabe, o estado o Lucas é delicado e não se poderia resolver facilmente. Mas essa noite aconteceu o que nenhum de nós prevíamos... Ele conseguiu respirar sem os aparelhos e andar normalmente.

Uma alegria imensa me invadiu. Não pude controlar as lágrimas que já desciam pelo meu rosto, queria que o WL tivesse tido a mesma sorte.

Doutor: Ele poderá ter alta amanhã a tarde! -finalizou-
- MAS JÁ? -arregalei os olhos-
Doutor: Sim, ele já está fora de perigo. -passei a mão no cabelo- Algum problema?
- Tenho uma notícia muito ruim pra dar a ele e sei que ele vai ficar muito abalado, não quero que ele passe mal de novo.

Durante essa semana o L7 teve duas paradas cardíacas, foi horrível, fiquei num desespero que só, mal conseguia dormir, ficava a noite inteira vigiando ele.

Doutor: Considerando o histórico médico semanal dele, seria melhor que vc contasse aqui porque qualquer coisa daremos nosso auxílio. -assenti calada-

Conversei mais um pouco com o médico dele e saí da sala indo pra sala de espera.

- Eu não vou conseguir sozinha! -espraguejei alto-

Algumas pessoas que passavam ali me olhavam curiosas. Senti lágrimas no meu rosto mas logo tratei de limpá-las, peguei meu celular e liguei pro Vt.


Vt: Fala. -atendeu-
- Tem como vc vim aqui no hospital agora?
Vt: Porra, não me diz que o L7... -imterrompi-
- Não, calma, ele tá bem!

Ouvi ele suspirar do outro lado da linha.

Vt: O que é então? Ele piorou?
- Aqui eu te explico tudo, só vem.
Vt: Preciso me preocupar com a saúde dele?
- Um pouco. -respirei pesado-
Vt: Marca um dez aí na porta, tô chegando. -desligou-

Peguei uma água pra mim e fui pra frente do hospital, eu precisava me acalmar e focar nas palavras que eu ia usar pra contar isso pra ele. Vi o Vt estacionar o carro e vim na minha direção apressado cravando o boné na cabeça.

Vt: Manda o papo!
- Vamos entrar, é perigoso pra vc aqui fora. -entramos-
Recepcionista: Ah, seu nome é? 
- Não importa, ele tá comigo!

Puxei ele para o corredor e ele me encarou.

Vt: Dá pra me explicar alguma coisa agora?
- O L7 melhorou bastante essa noite, vai ter alta amanhã...
Vt: Isso é bom, né? -cruzou os braços-
- Assim que ele chegar no morro ele vai perceber o clima, precisamos contar agora. Não consigo fazer isso sozinha!
Vt: Vamos esperar ele chegar em casa, é melhor. -falou aflito-
- Ele teve duas paradas cardíacas essa semana, não podemos correr o risco dele passar mal em casa e não dar tempo de trazê-lo.
Vt: Tá beleza, mas como?
- Eu não sei, tô com medo da reação dele. -uma lágrima caiu e ele me abraçou- Não era pra isso ter acontecido !
Vt: Relaxa, nós vamos conseguir, tá? -assenti-

Limpei meu rosto, respirei fundo e entramos no quarto, ele estava quieto na cama olhando pra janela, quando nos viu abriu um sorriso.

L7: Tá atrasada. -sorriu fraco e eu abracei ele-
Vt: Como vc tá hein, irmão? O doutor nos deu boas notícias.
- Vc já vai poder sair daqui amanhã.
L7: K.o! -ri e beijei- SÉRIO? Puta merda, graças a Deus, não aguento mais isso daqui tô morrendo de saudades do morro. E como tá lá?
Vt: Tudo calmo! -falou rápido-
L7: Vou chegar lá já dando porrada no WL, aquele arrombado nem pra vir me ver mané. Mó vacilão!

Do Asfalto Ao MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora