Capítulo 95

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- TÁ VENDO, O QUE EU TE FALEI? -peguei ela no colo- CARALHO BEATRIZ, NÃO SEI MAIS O QUE EU FAÇO CONTIGO!! -coloquei ela no sofá-
Bia: Foi de raspão só..
- Mas tá doendo, né?
Bia: Muito! -uma lágrima escorreu no rosto dela-
- Viu? Por isso que eu quero te tirar daqui cara, seja forte pelo Henrique, pelo Gusta, pela nossa família.
Bia: Eu só não quero que vc vá! -me abraçou e chorou no meu ombro-
- Vc sabe que eu vou ficar bem amor, eu faço isso pela nossa felicidade. Pq se eu me entregar, pego quase 45 anos de cadeia.
Bia: Não... Não fala uma coisa dessa!
- Então, eu vou cuidar dessa tua perna, vc vai arrumar as coisas que daqui a pouco eu venho buscar vc e as crianças.

(...)

- Eu vou te deixar aqui e o Batoré vai descer contigo, ali em baixo tem outro carro esperando pra levar vcs pra casa.
Bia: Não morre, pelo amor de deus! -me beijou-
- Vou tentar. -dei um risadinha-
Bia: Eu te amo muito, nunca se esqueça disso!
- Eu te amo ainda mais, agora vai.

Soltei a mão dela e ela desceu a escadaria com o Batoré e as crianças, me bateu uma insegurança, um arrependimento e um pressentimento ruim. Respirei fundo e montei na moto e fui com cuidado pra buscar  o PL.


Bia narrando

Descemos a enorme escadaria e passamos por um matagal e encontramos e tal carro, passei o endereço e eles colocaram no gps, minha cabeça só faltava explodir de tanta preocupação. O carro desceu uma ladeira e eu comecei a reparar no carro que vinha atrás da gente.

- Tem alguém seguindo a gente!!!
Batoré: Cassu, acelera o carro que eu vou largar o aço pra cima deles. -abriu a janela-
- TÁ MALUCO, PORRA? Tem duas crianças no carro cara, tenta dá um pinote neles e rápido!

O menino que tava dirigindo acelerou o carro e o carro de trás acelerou junto, entramos em várias ruas ora tentar dispistar e nada. Quando íamos virar a esquina mais quatro carros pretos nos cercaram nos deixando sem saída.

- E agora?
Batoré: Fica sussa! Vou sair.
- Não atira, pelo amor de Deus, e marca a placa do carro.

Batoré saiu do carro e conversou alguma coisa com eles, um deles deu um soco na cara dele e segurou ele por trás, outros dois vieram em direção ao carro.

XX: VAMOS LOGO PIRANHA, SAÍ DO CARRO! -abriu a porta- EI, PEGA AS CRIANÇAS AQUI!
- Por favor eles não, me leva mas deixa meus filhos em paz.
Xx: CALA A PORRA DA BOCA SE NÃO QUISER MORRER!

Respirei fundo e segurei o choro, assim que saí do carro vi que o Gustavo tava chorando, aquilo me doeu até a alma. Eles amararam minha boca, me vendaram, amarraram minhas mãos e me colocaram dentro de um carro.

Fiquei me debatendo a viajem toda por não está sentindo as crianças do meu lado. Não sei o que esses malucos são capazes, e eu tô com muito medo.

Xx: Vai levar eles pro morro ou pra casa alugada?
Xx²: O patrão mandou guiar pro morro!

Eu tava rezando muito pra que aquilo fosse um pesadelo e eu estivesse cochilando dentro do carro, só queria que tudo isso acabasse logo e que eu acordasse na minha casa em segurança. Mas já vi que isso não vai acontecer.

Senti o carro parar e a porta abrir, eles me puxaram para fora e me fizeram caminhar um bom tempo, me sentaram numa cadeira e me tiraram a venda. Eu estava numa sala toda branca sem nenhum móvel, mas não parecia ser uma sala mesmo, e sim um quarto. Quarto homens armados entraram no quarto e o medo tomou conta de mim completamente.

Do Asfalto Ao MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora