❄ Capítulo 9 - Parte II❄

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Capítulo com trilha sonora...

Se vc quiser dar um toque sentimental à sua leitura, basta dar o play na mídia quando encontrar o falante indicando o melhor momento.

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Collin, que acabava de chegar à recepção, parou a poucos metros dos amigos ao presenciar a troca de olhares entre Anna e Evan. Atormentado pelo que via, suspirou fundo e correu uma das mãos pelos cabelos escuros enquanto decidia se interrompia ou não aquele momento. Seu raciocínio apenas o fazia acreditar que precisava acabar com aquela palhaçada o quanto antes.

Sem perder mais tempo, resolveu agir. Mas não sem antes se prevenir.

A fim de manter seu autocontrole, enquanto se aproximava da mesa, ele enfiou as mãos nos bolsos da calça branca de linho que usava e as manteve ali, bem presas. Forçou seu melhor sorriso e cumprimentou os amigos, tentando não deixar transparecer seu desconforto.

— Oi — Anna o saudou com um largo sorriso. — Por que demorou tanto?

— Tive alguns contratempos antes de entrar — respondeu após descansar um beijo na lateral de seu rosto.

O sorriso de Anna se desfez à medida que ela fiscalizou o comportamento contido de Collin. O olhar sério, o maxilar rígido, a maneira como ele parecia redigir as palavras em pensamento antes de pronunciá-las. Ela pôde perceber sua inquietação e sabia que ele estava incomodado com algo devido suas ações cautelosas. Em um lapso de estupidez, achou que o problema fosse relacionado a ela, mas a gola da camisa azul que ele usava denunciava que estava completamente enganada.

— Contratempos dos bons esse — destacou Evan, arqueando exageradamente suas sobrancelhas claras.

— Como? — questionou Collin, direcionando um olhar duro ao rapaz enquanto contornava a mesa para se acomodar à esquerda de Anna.

E foi ela quem respondeu.

— Sua camisa está marcada de batom — falou encarando a peça.

Collin puxou a roupa num reflexo rápido para inspecioná-la, o que revelou em seu pescoço outra marca em tom vermelho.

— Tem mais um pouco aqui — salientou Anna, esfregando a pele dele com o polegar para apagar a mancha exposta ali.

— Ah, uma maluca me confundiu com outra pessoa na entrada — explicou-se, meio sem jeito.

Nenhum dos amigos do médico fez qualquer comentário. Nem mesmo Evan se pronunciou. Muito menos acreditaram que aquela história fosse verdade.

Mas a forma como Collin passou a buscar o olhar de Anna — que encarava qualquer outra coisa que não fosse ele — revelava sua angústia por não saber o que ela pensava a seu respeito naquele momento. Queria lhe contar os detalhes, todos eles, porém, decidiu que o faria mais tarde, num momento em que estivessem sozinhos sem os olhares que o acusavam com malícia.

O clima, relativamente instável, ganhou peso quando Evan anunciou o fim da pausa e disse que a banda dedicaria a Anna a próxima canção. Uma intimidade forçada que fazia as narinas de Collin incharem de raiva sem ele perceber. Piorou, quando, num gesto desesperado, a médica agarrou um pulso do músico e implorou para que ele não a expusesse daquela forma.

"Que maldito toque era aquele?"

Anna, embora compreendesse que a atitude de Evan era puro efeito do ambiente carregado de testosterona, não deu importância quando ouviu Collin discretamente pigarrear ao seu lado tentando chamar atenção. Garantiu, ainda relutante contra os novos sentimentos que a invadiam, que apreciaria a canção se Evan prometesse que aquele seria um presente secreto entre eles.

Nunca Foi Sobre Nós [REPOSTANDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora