❄ Capítulo 13 ❄

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O som de duas batidas na porta anunciou a chegada de Noah

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O som de duas batidas na porta anunciou a chegada de Noah. Uma Melissa ofegante o cumprimentou quando ele a sondou por uma fresta da porta. Ela estava sentada na cama com as costas apoiada sobre um fino travesseiro. Mantinha a posição de quando conversava com Anna e retratava no semblante um misto de pavor e excitação.

— Está se sentindo bem? — indagou Noah preocupado.

Ele nunca tinha visto a futura esposa tão abatida e pálida. Os lábios estavam ressecados, sem a presença do batom marcante que ela usava habitualmente, e que ele adorava. Aquela figura sentada sobre a cama, de olhar suplicante, quase o fez fraquejar. Partia seu coração vê-la tão vulnerável. Melissa sempre foi uma mulher cheia de vida, e agora o fazia cogitar deixar de lado quaisquer questões que pudesse atormentá-la ainda mais. Mas, acima de tudo, existia a necessidade dele em saber a verdade. Talvez fosse o orgulho falando mais alto, mas, ainda assim, ele se achava no direito de questioná-la.

— Estou sim — respondeu a jovem, engolindo o bolo que formava em sua garganta conforme Noah diminuía a distância entre eles.

"Não há mais como fugir" convenceu-se em pensamento.

— Ótimo! Então podemos conversar um pouco? — Melissa aquiesceu. — Por que não me contou? Por que me deixou saber em consequência de um incidente?

— Antes de tudo, quero que saiba, Noah, que eu o amo com todas as minhas forças — declarou a morena com os olhos marejados.

— Sério! — debochou o noivo. — Se me amasse não omitiria algo que mudará por completo nossas vidas — disse forçando a estabilidade em seu tom de voz. — Eu preciso saber o motivo, Melissa.

Sabendo que não seria fácil convencê-lo, e assustada com sua rispidez atípica, Melissa decidiu que era melhor confessar o que para ela eram razões plausíveis e suficientes à omissão.

— Eu estava com medo, Noah — disse afastando as primeiras lágrimas que escapavam ligeiras pelo canto de seus olhos. — Eu ainda estou com medo.

Noah permaneceu calado e ela sentiu-se compelida a continuar.

— Tive receio do que as pessoas pudessem pensar a meu respeito. Não sou mais uma menina para cometer certos deslizes. Tive medo de decepcionar dona Yolanda às vésperas de nossa união; medo de que odiasse a notícia de que seria pai sem ao menos ter a certeza de que um dia desejasse isso...

— Ah, faça-me o favor! O que os outros irão pensar sobre nós pouco me importa, Melissa, somos adultos e donos do próprio nariz. Minha mãe, — ele riu contido, prevendo suas reações — terá um surto de alegria. E, quanto a mim, tenho trinta e cinco anos e não sou nenhum moleque para fugir de minhas responsabilidades, além de que, sonho há muito tempo em ser pai. — Confessou, e em suas palavras, ainda que lutasse para manter o tom cético, era possível detectar um pequeno traço de ternura.

Nunca Foi Sobre Nós [REPOSTANDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora